Por maioria de seis votos, os ministros do STF (Supremo Tribunal
Federal) condenaram ontem o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) e mais
sete réus do mensalão por corrupção passiva. Jefferson, que revelou a existência do mensalão em entrevista à Folha
em junho de 2005, foi condenado junto com os líderes partidários que
acusou de aceitar suborno para votar a favor do governo no Congresso. Ao condená-los, o Supremo confirmou a tese central da acusação no
processo, segundo a qual o esquema foi organizado pelo PT para corromper
parlamentares e partidos políticos no primeiro mandato do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Quatro dos dez ministros do Supremo já rejeitaram a principal tese da
defesa dos réus, que dizem que o objetivo do mensalão era financiar
campanhas eleitorais, e não comprar votos no Congresso. A tese do caixa dois eleitoral foi empregada pelo ex-presidente Lula e
pelo PT desde o início do escândalo para explicar os pagamentos feitos
pelo esquema, que os petistas organizaram com a ajuda do empresário
Marcos Valério Fernandes de Souza. Caso o Supremo aceitasse a tese do caixa dois, crime previsto no Código
Eleitoral, as eventuais penas já estariam prescritas hoje.
A sessão de ontem no STF foi suspensa quando faltava colher os votos de
quatro ministros. O julgamento será retomado na segunda-feira. Além de Jefferson, os seis ministros que concluíram seus votos
condenaram o deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP), que liderava o
antigo PL quando o mensalão foi descoberto, e os ex-deputados Pedro
Corrêa (PP-PE) e José Borba (PMDB-PR). O STF também condenou por corrupção passiva os ex-deputados Romeu
Queiroz (PTB-MG) e Carlos Rodrigues (PL-RJ). Foram condenados por
lavagem de dinheiro Costa Neto, Corrêa, o ex-assessor do PL Jacinto
Lamas e o dono da corretora Bônus-Banval, Enivaldo Quadrado.
A maioria dos ministros do STF seguiu o entendimento da
Procuradoria-Geral da República, que acusou Jefferson de receber R$ 4,5
milhões para que os integrantes de seu partido votassem a favor do
governo no Congresso. Quatro ministros (Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Ayres
Britto) deixaram explícita a conclusão de que houve compra de apoio
parlamentar no Congresso. Ao fazer um aparte no meio de uma discussão sobre as diferenças entre o
uso de caixa dois e a prática de corrupção, o presidente do tribunal,
Ayres Britto, comentou: "Se o dinheiro é público, não há como falar em
caixa dois".
Nas sessões anteriores do julgamento, o Supremo concluiu que o mensalão
foi financiado com recursos desviados dos cofres do Banco do Brasil e da
Câmara dos Deputados e empréstimos bancários fraudulentos. Após analisar a coincidência entre alguns pagamentos do mensalão e a
transferência de deputados para partidos governistas em 2003, o ministro
Gilmar Mendes afirmou: "Vejam a gravidade dessa situação, a obtenção do
apoio político mediante o uso de recurso financeiro". O ministro atacou a versão do caixa dois: "Falar em recursos não
contabilizados, como se se tratasse de falha administrativa durante o
processo eleitoral, é o eufemismo dos eufemismos. Nós estamos a falar de
outra coisa".(Folha de São Paulo)
4 comentários
Coronel,
ReplyLembro de um antigo bordão do PT: - Quanto mais batem no PT, mais ele cresce(referencia ao pão).
Pois agora o STF esta batendo duro e a tal "massinha" fica cada vez mais desidratada e começa a esfarelar-se.
Roubou dinheiro público para comprar consciências!! CADEIA NESSA CAMBADA!!!
JulioK
Ps.: A foto do Lulla de "chapéu preto" com o Marinho e Haddad diz TUDO!!!
Ótima lembrança Julio K!
ReplyDaqui pra frente eles que vão criar bordões lá na PAPUDA!!!!
Chris/SP
Parabéns aos senhores juízes! Todos estes políticos são um câncer para o Brasil.
ReplyAlém disso, em momento de eleição, mais do que as penas aplicadas, o reconhecimento de que dinheiro público foi de fato roubado pode fazer com que os hoje candidatos a vereadores, mas no futuro candidatos a cargos do congresso, fiquem espertos.
O STF tá de olho e não vai fazer vista grossa para essa bandalheira.
Parecem mísseis teleguiados...
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