Quando Lula cai, o real sobe



Logo nos primeiros negócios do dia, o dólar comercial registra forte queda em relação ao real e a moeda brasileira tem a maior alta entre as principais divisas globais. O movimento é provocado pelo noticiário político, que hoje estampa a nova fase da Operação Lava-Jato, cujo alvo é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Às 9h12, o dólar era cotado a R$ 3,7060, com queda de 2,48%. Antes, a baixa chegou a superar 3% e a mínima do dia foi de R$ 3,6735.

Ontem, os mercados já viveram um dia de forte euforia, motivada pela reportagem da revista "IstoÉ", segundo a qual o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) teria feito uma série de denúncias contra a presidente Dilma Roussef em delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato.

Deixando de lado a notícia de que o PIB brasileiro caiu 3,8% no ano passado, o Ibovespa subiu 5,12% aos 47.193 pontos, o maior nível desde 24 de novembro de 2015 e a maior valorização percentual desde 29 de outubro de 2009. Já o dólar caiu 2,27%, a R$ 3,8002, o menor nível desde 10 de dezembro do ano passado, o que colocou o real como destaque de alta dentre as moedas emergentes. (Valor)

É água morro abaixo: Moody's rebaixa nota do Brasil e tira grau de investimento


E ainda não é o fundo do abismo no qual o  PT jogou o Brasil.Vem mais por aí.

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota do Brasil em dois graus, de Baa3 para Ba2, com perspectiva negativa - o que indica novos rebaixamentos. Com isso, o País perde o grau de investimento e já não possui mais o selo de bom pagador por nenhuma das três principais agências do mundo (Fitch eStandard & Poor’s já haviam reduzido a nota brasileira em 2015 - leia mais abaixo). 
Segundo a Moody´s, o rebaixamento foi motivado pela perspectiva de maior deterioração fiscal, em um ambiente de baixo crescimento, com a dívida do governo podendo superar 80% do Produto Interno Bruto (PIB) dentro de três anos. A agência cita também a "dinâmica política desafiadora", que continua a complicar os esforços de consolidação fiscal das autoridades e a atrasar as reformas estruturais. 

Esse corte duplo da Moody's - que exclui o Brasil da cesta de países em que vale a pena investir - chega em um contexto político delicado. Hoje, João Santana, marqueteiro das campanhas eleitorais da presidente e Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prestará depoimento para a Polícia Federal. Além disso, o vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, afirmou que é possível incluir novas provas, colhidas no âmbito da Operação Lava Jato, no processo que pede a cassação do mandato da presidente da República e do vice, Michel Temer. (Estado)

Petrobras sem gás para explorar o pré-sal faz Dilma aceitar proposta tucana.


A presidente Dilma Rousseff disse nos últimos dias a interlocutores que aceita mudar as regras de exploração do pré-sal, com base na proposta apresentada em projeto de lei pelo senador José Serra (PSDB-SP). O texto foi colocado entre as prioridades de votação pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. A condição da presidente para recuar e aceitar uma revisão das normas atuais seria o governo e a Petrobras terem a prerrogativa de escolher quando a estatal poderá descumprir a exigência legal de ter uma participação mínima obrigatória de 30% nos consórcios que exploram o petróleo da região. Uma alternativa do governo seria um senador da base aliada apresentar alguma emenda ao projeto de Serra ou alterar seu relatório dando à estatal a “opção” de poder abrir mão do percentual mínimo de atuação no pré-sal. (O Globo)

Para aprovar CPMF,Dilma recua e aceita dividir com estados e municípios.

A presidente Dilma Rousseff decidiu acatar o pedido de governadores e prefeitos para repartir os recursos oriundos da CPMF com Estados e municípios.

Em reunião com a base aliada do Senado, ela informou que o governo poderá apresentar uma emenda ao projeto de recriação do tributo elevando a alíquota de 0,20% para 0,38%. A ideia é de que a diferença de 0,18 ponto percentual seja repartida meio a meio a Estados e municípios.

A avaliação do Palácio do Planalto é de que, sem o apoio de governos municipais e estudais, dificilmente será possível aprovar a recriação do tributo no Congresso Nacional, que reluta em votar a proposta em um ano eleitoral.

A forma como a distribuição seria feita, no entanto, ainda não tem consenso. Mais cedo, em reunião da presidente com ministros, Nelson Barbosa (Fazenda) defendeu que de um percentual de 0,09%, 70% sejam vinculados ao FPM (Fundo de Participação dos Municípios), beneficiando as cidades menores, e 30% sejam distribuídos de acordo com o número de usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), favorecendo as cidades maiores.

No entanto, parlamentares acreditam que uma proposta defendida pelos municípios menores deve ter mais apelo no Congresso. Eles pedem que os recursos sejam todos vinculados ao FPM.(FSP)

BC já prevê inflação bem acima do projetado para 2016.


Após o IPCA de janeiro vir acima do teto do intervalo das estimativas, o mercado financeiro promoveu nova revisão de suas projeções para a inflação no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta quarta-feira, 10, pelo Banco Central. 

Para este ano, a taxa esperada subiu 0,30 ponto porcentual de uma semana para a outra, passando de 7,26% para 7,56% e distanciando-se ainda mais do teto da meta de inflação deste ano de 6,50%. Quatro semanas atrás, estava em 6,93%. Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das expectativas passou de 7,79% para 8,13% - um mês antes, estava em 7,49%. (Estadão)

TCU proíbe uso da Lei Rouanet para eventos culturais que geram lucros.


O Tribunal de Contas da União (TCU) analisou representação formulada pelo Ministério Público junto ao TCU quanto a indícios de irregularidades no apoio concedido pelo Ministério da Cultura (MinC) ao evento Rock in Rio, em 2011. O tribunal confirmou algumas impropriedades e fez determinações ao MinC.

A análise da representação avaliou, entre outros aspectos, a legalidade e a legitimidade da concessão dos incentivos culturais previstos na Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) a projetos considerados lucrativos e que não teriam dificuldade na obtenção de patrocínios privados. Por meio dessa lei, são realizados incentivos a projetos culturais com abatimento do Imposto de Renda (IR), que pode chegar a 100% do valor aplicado, com o ônus do incentivo suportado integralmente pelo erário.

O evento Rock in Rio 2011 teve autorizada a captação de R$ 12,3 milhões na modalidade patrocínio, dos quais foram efetivamente captados R$ 6,7 milhões. O patrocínio ocorre quando o incentivador o concede com finalidades promocionais e recebe até 10% do produto resultante do projeto apoiado para distribuí-lo, de forma gratuita, como forma de promover sua marca.

Essa gratuidade, no caso do Rock in Rio, gerou renúncia de receita de IR em R$ 2 milhões, ao se considerar o total de ingressos distribuídos. O relator do processo, ministro-substituto Augusto Sherman, comentou que “em uma área como a Cultura, na qual os recursos disponíveis são mais escassos, o apoio a um festival lucrativo como o Rock in Rio indica uma inversão de prioridades, com um possível desvirtuamento do sentido da lei de incentivo à cultura”.

O TCU constatou que a autorização de captação de recursos para o Rock in Rio não considerou pareceres técnicos contrários à destinação de verbas públicas a projeto com potencial lucrativo sem a exigência de contrapartida compatível. Os pareceres também haviam alertado para o fato de que um dos objetivos da Lei Rouanet é apoiar projetos com maior dificuldade para conseguir financiamentos.

A Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (Sefic/MinC) e a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), na avaliação do tribunal, não fizeram considerações adicionais sobre as ressalvas apresentadas pelos pareceres nem negociaram contrapartidas maiores do proponente. Esses documentos técnicos buscaram justamente maximizar o retorno social do benefício fiscal e exigir medidas concretas para autorizar a captação dos recursos.

O relator considerou também que “a análise de solicitações de incentivos fiscais a projetos que se apresentem lucrativos e autossustentáveis deve ser restritiva”. Para o tribunal, os apoiadores desses projetos poderão optar pelo mecanismo do Fundo de Investimento Cultural e Artístico (Ficart) ou patrociná-los apenas com recursos privados, sem a necessidade de renúncia de receitas pelo setor público.

Ao analisar a representação, o TCU também avaliou a regularidade de autorização para captação de recursos no valor de R$ 6,2 milhões ´para o festival de música SWU em 2011. Apesar de a captação não ter ocorrido, o tribunal constatou que a autorização foi dada de forma apressada e com diversas inconsistências.

Como resultado dos trabalhos, o tribunal determinou à Secretaria Executiva do MinC (SE/MinC) que não autorize a captação de recursos a projetos que apresentem forte potencial lucrativo ou capacidade de atrair suficientes investimentos privados.

Também foi determinado que a SE/MinC, ao deliberar sobre proposta de concessão de incentivos a projetos culturais previstos na Lei Rouanet, manifeste-se expressamente sobre eventuais ressalvas constantes de parecer técnico. A Secretaria também deverá solucionar as inconsistências antes de autorizar captações de recursos, para adequar o projeto às finalidades do Programa Nacional de Apoio à Cultura e maximizar as contrapartidas sociais oferecidas.

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Inflação das famílias mais pobres explode e quase dobra em janeiro: 1,91%!


A inflação da cesta de produtos e serviços mais consumidos pelas famílias de baixa renda quase dobrou de dezembro para janeiro, de acordo com medição da FGV (Fundação Getulio Vargas).

O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), que mede a variação dessa cesta para quem ganha até 2,5 salários mínimos mensais, subiu 1,91% no mês passado, de 0,97% em dezembro. Com isso, acumula alta de 11,42% em 12 meses. Conta de luz, passagem de ônibus e alimentos puxaram o indicador período.

A inflação das famílias mais pobres ficou acima da inflação geral, medida pelo IPC-BR, e que registrou alta de 1,78%. O mesmo acontece no acumulado em 12 meses, já que o IPC-BR subiu 10,59%.

Ônibus, alimentos e conta de luz

Seis das oito classes de despesas que compõem o IPC-C1 registraram taxas mais altas: transportes (0,79% para 4,02%), alimentação (1,94% para 2,63%), habitação (0,34% para 1,04%), educação, leitura e recreação (0,90% para 3,73%), despesas diversas (0,17% para 1,80%) e comunicação (0,06% para 0,34%).

Nesses grupos, os destaques partiram, respectivamente, dos itens: tarifa de ônibus urbano (0,46% para 6,11%), hortaliças e legumes (8,68% para 19,99%), tarifa de eletricidade residencial (0,09% para 2,53%), cursos formais (0,00% para 11,40%), cigarros (0,00% para 2,71%) e mensalidade para TV por assinatura (0,42% para 2,46%).

Indústria recua 10 anos com Dilma.


Os dados da produção industrial divulgados ontem mostraram que o setor de bens de capital recua uma década e opera no mesmo patamar de 2005 e 2006. Apenas em dezembro do ano passado, o setor recuou 31,9% na comparação com o mesmo mês de 2014. “O resultado de dezembro surpreendeu de forma negativa”, afirma Felipe Beraldi, analista de bens de capital Consultoria Integrada. “Esperávamos uma queda na comparação anual, mas o resultado veio muito pior.” 

Na avaliação de Beraldi, a crise da indústria de bens de capital tem como pano de fundo a conjuntura econômica dos analistas acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) pode ter recuado perto de 4% em 2015. Para 2016, recessão deverá ser de 3%. Uma retomada do setor passa obviamente pela volta da confiança de consumidores e empresários na economia dessa maneira os investimentos serão destravados, o que beneficiaria a indústria de bens de capital. “Atualmente, em diversos setores. O mais grave que vivemos é a crise de confiança”, diz Beraldi. “Além das expectativas serem ruins não pararam de piorar nos últimos meses.” (Estadão)

Desemprego cresce 42,5% e deixa 1,7 milhão de desempregados nas regiões metropolitanas.


A média anual da população desocupada foi estimada em 1,7 milhão nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil, contingente 42,5% superior à média de 2014 (1,2 milhão pessoas), informou nesta quinta-feira, 28, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de ser o maior crescimento anual da série, a elevação em 2015 interrompeu a trajetória de redução dessa população, iniciada em 2010. 

A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 6,8% na média de 2015, contra 4,8% no ano anterior. Essa elevação de 2 pontos porcentuais foi a maior de toda a série anual da pesquisa. 

O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que esperavam taxa entre 6,40% e 7,00%, e levemente abaixo da mediana de 6,90%.

Apenas em dezembro, a taxa de desocupação ficou em 6,9%, ante 7,5% em novembro, segundo dados sem ajuste sazonal. Apesar da desaceleração, essa foi a maior taxa  já registrada para o mês de dezembro desde 2007 (7,4%).

O rendimento médio real dos trabalhadores, por sua vez, registrou recuo de 3,7% em 2015 ante 2014. Apenas em dezembro, houve alta de 1,4% ante novembro e redução de 5,8% ante dezembro de 2014. (Estadão)

Brasil é um dos principais pesos mortos da economia global, destaca Washington Post.


"Se a economia global está sendo arrastada em meio a um cenário de desaceleração da economia chinesa e de outros países em desenvolvimento, o Brasil é uma das principais âncoras deste peso morto". Esta é a avaliação do jornal Washington Post, que destaca que a recessão brasileira está atrapalhando a economia global.
 
O Washington Post aponta que o Brasil está sendo afetado pela desvalorização das commodities no âmbito internacional. “Mas os problemas do Brasil vão mais longe de que o ciclo de desvalorização das commodities. Por uma década, o país aproveitou o crescimento das exportações para ignorar problemas estruturais. Quando a recessão global bateu, ele se endividou para garantir o crescimento."

"Enquanto isso, a corrupção aflorou'', afirma a publicação. De acordo com a publicação, conseguir sair dessa bagunça vai exigir mais do que a mudança dos políticos e uma recuperação do apetite da China por matérias-primas. O Brasil terá de enfrentar os males fiscais e políticos que, em muitos casos, estão em sua Constituição de 1988, como é o caso da reforma da previdência.

"Os políticos brasileiros, como os famosos jogadores de futebol, são bons em improviso, então é possível que o país consiga manobrar em torno do que parece ser o segundo ano de recessão sem um calote das dívidas. A aposta atual é de que Dilma Rousseff vai sobreviver ao processo de impeachment. Mas as reformas de que o país precisa para voltar a crescer podem estar longe, o que é mais uma má notícia para a economia global'', conclui a publicação.

Vale destacar que, na última sexta-feira, durante reunião do diretório Nacional do PDT, a presidente Dilma Rousseff afirmou ter ficado "estarrecida" com a piora das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia brasileira e destacou que o país voltará a crescer. “Estou estarrecida com o relatório do Fundo Monetário Internacional, a gente sabe que o fundo fala muita coisa”, afirmou. Na semana passada, o FMI divulgou relatório com previsões para a economia global.

No caso do Brasil, a entidade aumentou, de 1% para 3,5%, a estimativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB). (Infomoney)

Dilma estoura dívida pública em meio trilhão em 2015.


A dívida pública federal avançou 21,7% no ano passado, totalizando R$ 2,8 trilhões. Foram R$ 498 bilhões a mais em comparação ao estoque de 2014. 

Esse é o resultado da política do Tesouro Nacional de venda de títulos no mercado para financiar os déficits no Orçamento e tentar melhorar o perfil da dívida, ao reduzir custos e esticar o prazo desses papéis. 

Do total da dívida, R$367,7 bilhões foram referentes ao pagamento de juros, o maior valor já registrado. Em 2014, foram gastos R$ 243,3 bilhões com abatimento de juros. 

As emissões de títulos da dívida superaram em R$ 42,8 bilhões os resgates no ano passado. Desse total, mais da metade - R$ 28,40 bilhões - foi em títulos com remuneração prefixada. 

Com o aumento da taxa Selic em 2,5 pontos percentuais ao longo do ano passado e a disparada do dólar, o custo médio da dívida subiu ao maior patamar desde o fim de 2008, para 16,07%. 

2016
Para este ano, o Tesouro trabalha com a perspectiva de uma dívida entre de R$ 3,1 trilhões e R$ 3,3 trilhões, de acordo com o PAF (Plano Anual de Financiamento). A dívida federal vai demandar R$ 589,7 bilhões em financiamento no mercado. Segundo o secretário do Tesouro, Otavio Ladeira de Medeiros, há caixa para atender às necessidades do ano e não há necessidade de emissão adicional de títulos. "Entramos no ano com caixa suficiente para pagamento de totalidade da dívida. Não há necessidade de emissão adicional." 

PERFIL
Dos detentores da dívida pública, os fundos de pensão tiveram o maior crescimento em participação, que subiu de 17,1% para 21,4%. São, agora, o segundo maior detentor da dívida pública, desbancando os fundos de investimento. As instituições financeiras continuam como os maiores detentores de títulos públicos, mas sua participação caiu de 29,8% para 25%. O prazo médio dos papéis emitidos pelo Tesouro chegou a seu melhor patamar, de 4,6 anos. Em 2014, esse prazo era de 4,4 anos. (Folha)

Focus indica que juros atingirão o dobro da inflação com recessão de 3%.


Depois da mudança de tom do Banco Central — com a divulgação de uma nota do presidente, Alexandre Tombini, com comentários sobre as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação à economia brasileira e a manutenção da taxa básica de juros (Selic) —, o mercado reviu as projeções para a taxa básica de juros e de inflação.

A previsão para a taxa básica de juros no fim de 2016 caiu de 15,25% para 14,64%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central, que reúne as estimativas das principais instituições financeiras. 
Para a média do ano, o mercado reduziu de 15,30% para 14,84%. Já a expectativa para a inflação foi ampliada de 7% para 7,23%, distanciando-se mais do teto da meta do governo para o ano, que é de 6,5%. Para 2017, a previsão de inflação subiu de 5,40% para 5,65%.

Na semana passada, o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 14,25%, dividido e sob pressão política para não aprofundar ainda mais a recessão econômica. A decisão foi marcada por polêmica. Na última terça-feira, o primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente do BC, Alexandre Tombini, divulgou um comunicado inédito, logo pela manhã, no qual classificou de “significativas” as mudanças nas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação à economia brasileira. 

Na nota, de apenas cinco linhas, ele ressaltou que o FMI atribui a fatores não econômicos as razões para a “rápida e pronunciada” deterioração das previsões.
Um dia depois, o Copom acabou decidindo manter estável a taxa básica de juros da economia. Seis integrantes do Copom votaram pela estabilidade da taxa, enquanto outros dois defenderam alta dos juros para conter os preços.

MUDANÇAS NO PIB
O mercado também reviu as estimativas para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2016, a previsão agora é de recessão de 3%, ante 2,99% no relatório anterior. Para 2017, o crescimento estimado foi reduzido de 1% para 0,80%.

Ao mesmo tempo, foram ampliadas as projeções para o câmbio. Para o fim deste ano, a previsão subiu de R$ 4,25 para R$ 4,30. Para fim de 2017, passou de R$ 4,30 para R$ 4,40. (Globo)

2016 começa com 0,92% de inflação. A maior desde 2003.


Prévia da inflação oficial no país, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) abriu o ano em 0,92% em janeiro, resultado mais alto para o mês desde 2003, quando ficou em 1,98%. Apesar disso, houve desaceleração já que, em dezembro, a taxa tinha sido de 1,18%. O resultado acumulado em doze meses passou de 10,71% em dezembro para 10,74% em janeiro.

Em janeiro de 2015, a inflação medida pelo IPCA-15 foi de 0,89%. Naquele mês, o resultado acumulado em doze meses foi de 6,69%. O primeiro resultado deste ano veio exatamente como esperado pelo mercado, de acordo com analistas consultados pela Bloomberg News. Pela inflação oficial, a alta de preços foi de 0,96% em dezembro, o último dado disponível. Em 2015, a inflação pelo IPCA ficou em 10,67%.

Apenas dois dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE registraram aceleração de preços na passagem de dezembro para janeiro: despesas pessoais (1%) e saúde e cuidados pessoais (0,66%).

Apesar da desaceleração frente ao último mês de 2015, a maior alta ficou com alimentação e bebidas (1,67%), com elevação generalizada em vários itens: cenoura (23,94%), tomate (20,19%), cebola (15,07%), feijão carioca(8,95%), açúcar refinado (7,81%) e cristal (6,67%) e batata inglesa (7,32%).
O segundo grupo cuja taxa mais subiu neste mês foi despesas pessoais (1%). O IBGE destacou excursão (7,07%), manicure, (2,17%), cigarro (1,51%), cabeleireiro (1,14%) e empregado doméstico (0,77%). A alta dos cigarros, de 1,51%, refletiu parte do reajuste médio de 12% de uma das fabricantes e que passou a valer em 31 de dezembro.

Já o grupo transportes teve forte desaceleração frente ao mês anterior, passando de 1,76% para 0,87%, puxado pelas passagens aéreas que subiram 36,54% em dezembro e registraram queda de 5,79% em janeiro. Ainda neste grupo, os combustíveis, com elevação de 1,26%, foram a principal contribuição individual no índice mensal, respondendo por 0,07 ponto percentual, como o litro da gasolina ficando 1,25% mais caro. O do etanol subiu 1,56%.

A alta nos preços dos transportes públicos, de 1,12%, também pressionaram o índice. O IBGE lembra que os reajustes nas tarifas dos ônibus urbanos se concentraram no mês de janeiro em algumas regiões, com variação de 1,92%. Os intermunicipais ficaram em média 2,65% mais caros, enquanto o
Os destaques entre os itens que compõem os demais grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE ficaram com artigos de limpeza (1,84%); TV, som e informática (1,74%); serviços laboratoriais e hospitalares(1,52%); plano de saúde (1,06%); serviços médicos e dentários (0,94%); energia elétrica (0,81%); taxa de água e esgoto (0,71%); e aluguel residencial (0,55%).

Das 11 regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, só Belo Horizonte ficou estável em relação a dezembro, mantendo o resultado de 0,79%. Todas as outras desaceleraram na virada do ano. Fortaleza teve a taxa mais alta em janeiro, de 1,20%. O Rio de Janeiro aparece em seguida, com variação de 1,14%. O IPCA-15 ficou acima da média nacional em Porto Alegre (1,02%), Belém (0,97%), Salvador (0,97%) e São Paulo (0,95%). Já o menor resultado foi registrado em Curitiba, com 0,53%.

O IPCA-15 segue a mesma metodologia do IPCA, que é o índice usado pelo governo na meta de inflação do país. As únicas diferenças são o período de coleta de preços e a abrangência geográfica. Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 12 de dezembro de 2015 e 14 de janeiro e comparados com os que estavam de 13 de novembro a 11 de dezembro de 2015. ( O Globo)

BC sem autonomia faz dólar disparar para R$ 4,17.


O dólar tem forte alta em relação ao real nesta quinta-feira, se ajustando principalmente à manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano. Às 10h55, a moeda norte-americana subia 1,25%, cotada a R$ 4,1512 - após a atingir a máxima de R$ 4,1725, por volta das 9h30. Analistas do mercado criticam a falha na comunicação do Banco Central, que nas últimas semanas vinha sinalizando com a possibilidade de alta da Selic, e citam ainda a possibilidade de ingerência política na decisão.

A principal causa do movimento é interna. A decisão do Copom nesta quarta-feira à noite contrariou a expectativa majoritária dos economistas de alta de 0,25 ponto porcentual e elevou o mal-estar em relação à possível ingerência do governo e do PT na política monetária. A principal causa do movimento, portanto, é interna. A decisão do Copom nesta quarta-feira à noite contrariou a expectativa majoritária dos economistas de alta de 0,25 ponto porcentual e elevou o mal-estar em relação à possível ingerência do governo e do PT na política monetária. (Estadão)

Ação da Petrobras já vale menos que um litro de gasolina.


O preço de uma ação da Petrobras já vale menos que um litro de gasolina em alguns municípios do país. Nesta quarta-feira, os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da petroleira chegaram a atingir R$4,29, mas fecharam com queda de 4,93%, cotados a R$ 4,43, menor patamar desde agosto de 2003. Já os ordinários (ONs, com direito a voto) recuaram 3,57%, a R$ 5,93. Por outro lado, o preço do litro da gasolina era encontrado por até R$ 4,79.

Em Mangaratiba, na Costa Verde do estado do Rio de Janeiro, o preço máximo da gasolina ao consumidor era R$ 4,79, e a tarifa média era de R$ 4,18, de acordo com levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) entre os dias 10 e 16 deste mês. Em Angra dos Reis, também na Costa Verde, a máxima era de R$ 4,72.

OIT: Brasil terá mais 700 mil desempregados em 2016.


O Brasil terá uma das maiores altas no número de desempregados entre os países emergentes, informou um relatório Organização Internacional do Trabalho divulgado nesta terça-feira. Segundo a entidade, o número de desempregados no Brasil subirá de 7,7 milhões em 2015 (7,2%) para 8,4 milhões em 2016 (7,7%), chegando à estabilidade em 2017.

O documento prevê um forte aumento do desemprego em 2016 e 2017, principalmente nos países afetados pela desaceleração da China e pela queda no preço das commodities, como o Brasil, afirma o relatório “Emprego Mundial e Perspectiva Social”, apresentado em Genebra, segundo a AFP.

O relatório aponta que o desemprego mundial afetava 197,1 milhões de pessoas no ano passado, "cerca de um milhão a mais do que no ano anterior, e 27 milhões a mais do que nos anos anteriores à crise de 2008”. A OIT estima que o número total de desempregados no mundo vai ultrapassar 200 milhões pela primeira vez em 2017, acima do número do ano passado e da projeção de 199,4 milhões para este ano.

“O número de desempregados em nível mundial aumentará em 2,3 milhões em 2016, e em 2017 em 1,1 milhão. A maior parte desse crescimento acontecerá nas economias emergentes" e os principais afetados serão Brasil (mais 700 mil desocupados) e China (mais 800 mil), afirma a entidade.

— O desemprego aumentou no ano passado e o que mais nos preocupa é que isso continuará acontecendo nesse ano e em 2017 — disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, em coletiva de imprensa, segundo a agência de notícias.


Na América Latina, as projeções da OIT estimam um aumento do número de desempregados de 19,9 milhões em 2015 (6,5% da mão de obra ativa) a 21 milhões em 2016 (6,7%) e 21,2 milhões em 2017 (igual porcentagem). A crise não só afeta o emprego de milhares de pessoas, como piora seriamente as condições de trabalho, atingindo as classes médias e aumentando a instabilidade social.

— A clara desaceleração das economias emergentes, combinada com a forte queda dos preços das matérias-primas, tem um impacto considerável no mundo do trabalho — disse Ryder, de acordo com a AFP.

Na sexta-feira passada, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, mostrou que o desemprego subiu no trimestre encerrado em outubro de 2015, chegando a 9%. Foi o resultado mais alto da série iniciada em 2012. No mesmo período de 2014, o desemprego estava em 6,6%. Já o rendimento real ficou em R$ 1.895 no período, 0,7% a menos do que no trimestre encerrado em julho.(O Globo)

Empresários afirmam em nota que Dilma não tem legitimidade para subir impostos.


Em um manifesto articulado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e apresentado nesta terça (19), entidades afirmam que têm a "firme convicção" de que a presidente Dilma Rousseff não tem legitimidade política para propor aumento de carga tributária. 

A nota contra a criação ou aumento de tributos, assinada por CNI (Confederação Nacional da Indústria), a CNS (Confederação Nacional de Saúde), a CNT (Confederação Nacional do Transporte) e a CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), é uma resposta a recentes declarações da presidente defendendo que para reequilibrar as contas públicas é preciso "ampliar impostos".

Segundo as entidades, Dilma precisa garantir o cumprimento de seu programa apresentado na campanha eleitoral, que não previa o aumento de tributos. 

"Uma campanha eleitoral serve, no mínimo, para que o candidato apresente um programa de governo e com ele se comprometa publicamente em implementar. A presidente Dilma Rousseff não tratou de aumento de carga tributária ou de criação de tributo durante a sua campanha eleitoral", diz o texto. 

"As entidades que subscrevem esse manifesto vêm apresentar a sua firme convicção no sentido de que falta legitimidade política para a Presidência da República propor medidas que aumentem a carga tributária no Brasil, seja criando a CPMF ou aumentando a alíquotas dos tributos existentes". 

Para as entidades, "o equilíbrio das contas públicas será encontrado com os cortes de despesas e com o incremento da atividade econômica, com a redução dos juros e o estímulo à atividade produtiva." 

O documento aponta ainda que "a manutenção do emprego dos brasileiros deve ser realmente a prioridade do governo e o aumento da carga tributária em nada colabora para alcançar tal propósito.
As entidades ainda pedem mobilização da sociedade e da classe política para reagir contra aumento da carga tributária. 

"As entidades que subscrevem a presente, com a legitimidade de quem sempre se põe a serviço do Brasil pela estabilidade democrática e pelo respeito às instituições, conclamam a sociedade e as forças políticas a pronunciarem um rotundo não a qualquer aumento da carga tributária no Brasil", completou.

Na semana passada, Dilma afirmou que o índice de desemprego no Brasil é a grande preocupação do governo e para reequilibrar as contas públicas é preciso "ampliar impostos". 

"[A taxa de desemprego] é o que olhamos todos os dias, é o que mais nos preocupa e é aquilo que requer atenção do governo", disse a presidente. Diante desse cenário, afirma, o governo precisa adotar medidas "urgentes": "Reequilibrar o Brasil num quadro em que há queda de atividade implica necessariamente -a não ser que façamos uma fala demagógica- em ampliar impostos. Estou me referindo à CPMF." 

Para a presidente, a volta do chamado imposto do cheque "é fundamental para o país sair mais rápido da crise". (Folha)

Rombo (ou roubo) nos fundos de pensão dobra em um ano e chega a R$ 60 bilhões.


O rombo dos fundos de pensão mais que dobrou em um ano. O sistema todo fechou setembro de 2015 com déficit acumulado recorde de R$ 60,9 bilhões, ante R$ 28,7 bilhões no mesmo mês de 2014. Os dados foram atualizados pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), o xerife do setor.

O déficit – que tinha fechado em R$ 31 bilhões em 2014 – foi ganhando escala ao longo do ano passado: subiu de R$ 36,4 bilhões no primeiro trimestre para R$ 45,8 bilhões no segundo e alcançou R$ 60,9 bilhões no terceiro, crescimento de 96% só entre os meses de janeiro e setembro.

Um plano de aposentadoria registra déficit quando os ativos não são suficientes para pagar os benefícios previstos até o último participante vivo do plano. Mas, agora, a regulação não exige o equacionamento de todo o déficit.

A nova norma permite que planos com população mais jovem tenham mais tempo para administrar os desequilíbrios. O Estado mostrou que a mudança nas regras diminuiu em R$ 7 bilhões o valor do rombo que teria de ser coberto por empresas, funcionários e aposentados. As estatais – patrocinadoras dos maiores fundos do País – foram as principais beneficiárias. 

Contribuições. Na norma que estava em vigor antes, o plano precisava resolver o déficit ao manter por três anos seguidos resultados negativos ou quando o rombo superava 10% do patrimônio do fundo. 

Nessa situação, os fundos de pensão eram obrigados a aumentar contribuições dos participantes ou reduzir benefícios; as empresas patrocinadoras – como as estatais – também eram obrigadas a fazer aportes nas entidades.

A indústria dos fundos de pensão é composta por 308 entidades, que administram 1.105 planos de benefício. Juntas, elas detêm R$ 725,3 bilhões em investimentos. Segundo o xerife do setor, dez planos concentram 80% do déficit de todo o sistema, sendo nove patrocinados por empresas estatais, das quais oito são federais. 

Rendimento menor. A maior parte das aplicações das entidades é feita por fundos de investimentos (64,6%). Outros 15% são alocados em títulos públicos. As entidades justificam que, em 2015, os investimentos renderam menos do que o necessário como reflexo da recessão econômica e do comportamento da Bolsa de Valores – o principal índice do mercado de ações de São Paulo, o Ibovespa, acumulou queda superior a 10% em 2015. 

No entanto, casos de fraude e má gestão motivaram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara dos Deputados, para apurar as irregularidades dos fundos ligados às estatais.

Exemplo de investimento sob suspeita que reúne os maiores fundos de pensão do País é a Sete Brasil, empresa criada para fornecer sondas para Petrobrás, um dos alvos da Operação Lava Jato. Previ (BB), Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa) são sócios da companhia, que está à beira de pedir recuperação judicial.

Esses mesmos fundos também são sócios da Invepar, com quase 25% cada um, juntamente com a construtora OAS, que está em recuperação judicial depois de se ver envolvida nas investigações da Operação lava Jato.

Má gestão. O presidente da CPI dos Fundos de Pensão, deputado Efraim Filho (DEM/PB), diz que as investigações da comissão vão mostrar que até a metade do rombo dos maiores fundos do País – patrocinados por empresas estatais – são fruto de gestões fraudulentas ou temerárias.“Existe uma questão conjuntural, decorrente da crise econômica, mas a CPI credita uma grande parcela, que pode chegar a R$ 30 bilhões, a uma questão de gestão, de problemas estruturais”, afirma. 

Nos casos de fraude, ele cita como exemplo o Postalis (Correios), alvo de investigação da Polícia Federal por causa de investimentos atrelados à dívida de países com problemas, como Argentina e Venezuela. Em relação à gestão temerária, ele cita os aportes dos fundos, feitos à revelia das recomendações técnicas. Neste caso, segundo ele, todos os quatro fundos investigados (Previ, Petros, Funcef e Postalis) apresentam problemas.

O deputado afirma que foi possível identificar três pilares que se repetem: aparelhamento das entidades, tráfico de influência e direcionamento dos negócios para interesses político-partidários.A CPI deve entregar o relatório final em março, quando as investigações serão encaminhadas ao Ministério Público e à Polícia Federal. (Estadão)

Brasil 2016: o pior PIB entre as principais economias do mundo.


O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a piorar as previsões para a economia brasileira e vê o Produto Interno Bruto (PIB) do País encolhendo 3,5% este ano, o pior desempenho entre os principais países do mundo, de acordo com documento divulgado nesta terça-feira. Para 2017, a aposta é de estagnação, com crescimento zero, ante previsão de expansão de 2,3% do relatório anterior do FMI, divulgado em outubro, durante sua reunião anual.

Além de ter o pior PIB entre as principais economias mundiais, o Brasil foi o país que teve o maior corte nas projeções no relatório divulgado nesta terça-feira pelo FMI. A projeção para 2016 foi cortada em 2,5 pontos porcentuais. A de 2017, em 2,3 pontos. Para 2015, o Fundo projeta retração de 3,8%.

Os economista do Fundo culpam o Brasil pela piora nas projeções de crescimento da América Latina. A região deve encolher 0,3% em 2016 e voltar a crescer no ano que vem, quando o PIB deve se expandir 1,6%. A alta deve ser puxada pelo México, que crescerá 2,6% este ano e 2,9% em 2017, números também menores do que os divulgados em outubro. 

"Há grande divergência entre os emergente, como o Brasil, que enfrenta problemas políticos, e outros com melhor situação que estão crescendo menos", afirma o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld em um vídeo.

O FMI destaca que a recessão "mais longa e mais profunda que o previsto" no Brasil vem sendo causada pela incerteza política e pelos desdobramentos das investigações de corrupção na Petrobrás. Além do impacto político da Operação Lava Jato, a petroleira e sua cadeia produtiva e de fornecedores têm cortado investimentos e engavetado projetos.

A Rússia, outro emergente que teve recessão em 2015, deve ter melhora da economia este ano. Depois de encolher em ritmo semelhante ao do Brasil no ano passado, com queda do PIB de 3,7%, o FMI estima que este ano o país deve ter retração de 1% e voltar a crescer no ano que vem, com previsão de alta de 1%.

A economia brasileira terá desempenho este ano e no próximo abaixo da média dos emergentes e da economia mundial. Os emergentes devem crescer 4,3% e 4,7%, respectivamente em 2016 e 2017. A economia mundial deve se expandir 3,4% e 3,6%.(Estadão)

TCU antecipa fracasso da Rio 2016. Legado será composto por esqueletos como vários estádios da Copa.


A exposição planetária da cidade durante as duas semanas de competições e o legado urbano modernizador compensam largamente o custo de sediar uma Olimpíada. O Rio de Janeiro, é claro, aposta nessas premissas. Há boa chance de ser isso mesmo, desde que o Comitê Olímpico, a prefeitura e os governos estadual e federal cumpram o prometido. 

Mas (e há sempre um mas) o Tribunal de Contas da União (TCU) já acendeu o alerta amarelo por meio de um relatório que mostra indefinições comprometedoras por parte do Ministério do Esporte em relação ao uso futuro das arenas de competição dos Jogos Olímpicos de 2016. No documento, de 2 de dezembro de 2015, ao qual a reportagem de VEJA teve acesso, o ministro Augusto Nardes se diz "muito preocupado" com o atraso do Plano de Legado do Ministério do Esporte. 

O plano deveria ter sido divulgado em abril do ano passado. Nessas circunstâncias, alerta Nardes, as arenas correm sério risco de virar "elefantes brancos que logo serão degradados pela ação do tempo". A VEJA, ele reforçou a apreensão: "Estamos cobrando um plano ao governo desde 2013, e até agora nada".

O custo da Olimpíada do Rio é estimado em 38,1 bilhões de reais. Desse total, quase 7 bilhões se destinam à construção das instalações na Zona Oeste do Rio - uma parte no Parque Olímpico, situado na Barra da Tijuca, a outra no complexo de arenas no subúrbio de Deodoro. "As instalações integram um legado que é a razão de existir dos Jogos", diz Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016. 

Na distribuição de tarefas para pôr os Jogos de pé, coube ao governo federal produzir um documento em que estaria delineada a utilidade de cada espaço pós-Olimpíada, o custo para mantê-lo e a entidade responsável por arcar com as despesas - justamente o Plano de Legado que o TCU agora cobra. Em julho, ao fazer um balanço das obras, a prefeitura antecipou-se e anunciou o destino de algumas construções (iniciativa que o tribunal, no seu relatório, aprova, mas considera insuficiente, por não entrar em detalhes essenciais). 

Da Arena do Futuro, prédio em blocos desmontáveis situado na Barra, sairão quatro escolas municipais; do complexo de natação, no mesmo bairro, serão feitos dois centros de treinamento de alto nível; em Deodoro, por sua vez, o gigantesco espaço de 500 000 metros quadrados onde serão disputadas onze modalidades deve virar um "parque de esportes radicais". 

 De outras imensas e caras estruturas no Parque Olímpico não há menção de destino futuro: os três estádios interligados batizados de Arenas Cariocas, palco das competições de basquete, judô e luta livre, entre outras; as quadras do Centro de Tênis; e o complicado velódromo, o mais atrasado dos complexos, que abrigará as disputas de ciclismo. São eles, justamente, os candidatos a elefantes brancos citados no relatório.