Suspeita de montar uma rede de influência tanto em governos estaduais
como na União, a DeltaConstruções obteve aditivos que alteraram o
valor de suas obras em quase 60% dos contratos firmados com o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), um dos
órgãos que concentram os investimentos do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC).
De um total de 265 empreendimentos tocados pela empreiteira a
serviço da autarquia responsável pelas rodovias federais, 154 sofreram
mudanças no valor originalmente previsto, custando mais caro na maioria
dos casos e aumentando o valor das obras em cerca de R$ 400 milhões. Compilados pelo Estado com base em balanço do Dnit sobre os contratos
com a Delta, os dados se referem às obras de manutenção, adequação,
duplicação e implantação de estradas, concluídas ou ainda em andamento.
Da relação, constam intervenções iniciadas de 1996 a 2012. Maior
construtora do PAC, com suas atividades concentradas principalmente no
setor rodoviário, a empresa conseguiu contratos de R$ 4,3 bilhões de lá
para cá, dos quais R$ 3 bilhões já foram pagos pela União.
O protagonismo da Delta no carro-chefe do programa de infraestrutura
da presidente Dilma Rousseff e a existência, segundo a Polícia Federal,
de um "deltaduto" que se aproveitou do circuito financeiro de empresas
de fachada do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira,
preso na Operação Monte Carlo, colocaram a empresa como alvo da CPI a
ser instalada na quarta-feira.
Instrumentos previstos para ajustar o preço dos serviços à realidade
encontrada em campo, os aditivos contratuais acrescentaram R$ 395,5
milhões aos valores originais – aumento de 9,1%. A Lei de Licitações
determina limite de 25%, exceto nos casos de conservação ou prestação
contínua, cujos acréscimos podem ser maiores. Técnicos do Dnit sustentam
que o porcentual referente à Delta está dentro do padrão de obras
rodoviárias citado na literatura técnica, que prevê margem de erro de
até 15% no preço de intervenções iniciadas a partir de projetos básicos.
A autarquia também não considera alto o porcentual de obras da Delta
com acréscimos (60%), argumentando que imprecisões de projeto são do dia
a dia da engenharia e impactam os preços. Ao analisar a questão, no
entanto, o Tribunal de Contas da União (TCU) considerou excessiva fatia
menor (40%) e concluiu que os aditivos viraram uma figura
"institucionalizada" na autarquia.(Estadão)
6 comentários
Cel
ReplyReparou que Sérgio Cabral e Aécio nada falam ou comentam sobre Cachoeira ou a Delta.
Átila
Coronel,
Replysó quem não via este mar de lama era e é os eleitores dessa canalha.
Nada como uma consultoria de um certo chefe de quadrilha para incrementar os negócios com os governos. Questão apenas de O telefonema e o faturamento
Replyde todos fica garantido por mais um mandato, mais uma gestão, mais uma advocacia, mais uma obra, mais uma eleição e, claro, mais uma CPI, que ningém é de ferro (só nós contribuintes)...
Falando em Delta e em corrupção, é muito interessante uma olhada rápida sobre a posição dos deputados e seus respectivos partidos em relação à CPMI.
ReplyAbaixo, uma pequena lista de quantos deputador, por partido, se negaram a assinar a instalação da Comissão.
PP 17
PSD 15
PMDB 14
PR 14
PTB 14
PT 6
PSDB 5
PSB 3
DEM 2
OUTROS 30
total 120
Sintomatico, não é não???
Quem quiser, tire suas próprias conclusões sobre quem é quem no aspecto partidário.
O grande problema de todo esse imblóglio é o Sr. Demóstenes e mais uma centena de opositores estarem ligados umbilicalmente com a construtora.
ReplyE como disse o anônimo das 10:15, é mesmo desconcertante ver que os que NÃO assinaram a CPMI fazem parte de diversos partidos. E mais, pelo tamanho das bancadas, dá pra entrever o tamanho do envolvimento de cada partido com as falcatruas.
A verdade é uma só, ninguém pode negar que depois que o PT chegou ao poder a corrupção se institucionalizou no Brasil.
ReplyOntem tivemos a marcha contra a corrupção em Brasilia, foi muito bonito, mas só isso não basta o importante é todo esse povo se manifestarem no dia das eleições desse ano com o seu voto, ou seja, não votando nos políticos corruptos e nos seus partidos. Aí sim, essa manifestação de ontem terá validade. Povo brasileiro, só através do voto é que nós poderemos acabar com esse desgoverno ou então chamando de novo as forças armadas, como foi feito no passado.