O veto à comunicação desonesta no Brasil
Marcos Fava Neves
Na Câmara dos Deputados em 16 de maio foi realizada mais uma audiência para discutir o recém-aprovado Código Florestal, que impactará nas atividades agrícolas. Deputados, jornalistas e interessados lotaram o auditório. O evento teve detalhada explanação do relator, mostrando as mudanças do novo aparato institucional que visa contribuir ao avanço ambiental no Brasil.
Marcos Fava Neves
Na Câmara dos Deputados em 16 de maio foi realizada mais uma audiência para discutir o recém-aprovado Código Florestal, que impactará nas atividades agrícolas. Deputados, jornalistas e interessados lotaram o auditório. O evento teve detalhada explanação do relator, mostrando as mudanças do novo aparato institucional que visa contribuir ao avanço ambiental no Brasil.
Segue-se uma apresentação do agro como o principal negócio da
sociedade brasileira e abre-se aos debates, em mais um exercício de
democracia. Ao final de quase 5 horas, são evidentes os ganhos na
compreensão dos presentes, e aparecem mais convergências do que
divergências, mostrando consenso.
O Código foi debatido por anos pela sociedade, em audiências por todo
o País e foi aprovado democraticamente no Senado e na Câmara. Este
artigo chama a atenção para algo que será cada vez mais frequente e para
o qual o agro deve estar melhor preparado: a perigosa inovação na
batalha de comunicação, liderada por ONG’s internacionais e nacionais,
que encontram eco na parte desinformada e incendiária da imprensa e tem
rápida adesão das mídias digitais e redes sociais.
Esta inovadora ação, encontrando eco na população desinformada, pois
não dedicou tempo para estudar o Código, foi muito hábil para
oportunisticamente colar o Código e a agricultura ao aumento do
desmatamento, à motosserra, à destruição da Amazônia, secas, enchentes,
desmoronamentos, aquecimento global e outros flagelos, cuja ciência leva
tempo para desmistificar, mas desmistifica.
Destruição de árvores e matas são imagens sensíveis a todos os seres
humanos e a campanha ganhou rapidamente conotação internacional, tendo
ainda a sorte de ter a conferência Rio+20 como fato de pressão. Nota dez
para a inovadora campanha, nota zero para o conhecimento, para a
leitura e para a ética.
Associar a agricultura e o desenvolvimento do agro à destruição de
matas foi uma deplorável mas vencedora estratégia, que maculou a imagem
nacional e internacional do principal setor econômico do país,
responsável por US$ 100 bilhões em exportações. O Código Florestal é
similar a um processo de planejamento para uma organização.
Após ampla discussão, o processo termina, aprova-se e coloca-se em
marcha. Agora é sancionar, implementar e iniciar os debates para
corrigir e continuamente aprimorar. Aos que aderiram à inovadora
campanha “Veta Dilma” na empolgação das mídias sociais, opiniões de
artistas, intelectuais, empresários e ONG’s, fica o aprendizado de
sempre ler, estudar e perguntar sobre o assunto a quem é do ramo, antes
de aderir à onda, para depois não se arrepender do ímpeto.
Ver a vergonha que hoje passam os apocalípticos do aquecimento
global. Deve-se vetar os que desrespeitam quem acorda cedo e enfrenta
todas as adversidades para plantar, produzir, industrializar e colocar
comida boa e barata nas mesas dos brasileiros e que financiam, com os
alimentos exportados para as mesas estrangeiras, as importações dos
equipamento digitais usados na campanha. O agro não precisa derrubar uma
árvore sequer para triplicar a produção de alimentos.
Marcos Fava Neves é professor titular de planejamento e
estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto, Chefe do Departamento de
Administração e coordenador científico do Markestrat. Tem 25 livros
publicados em 8 países.
4 comentários
Prezado coronel
ReplyQuero ver mesmo se os nossos deputados vão enfiar o rabo no meio das pernas, caso haja veto. Qualquer veto, quero ver a reação dos deputados. Vão engolir quietinhos, com certeza.
Coronel,
Replyagora, a DilmAnta irá dizer se realmente estar com boas intenções ou não. Esta é sua grande oportunidade de se firmar como presidente, inclusive desbancando por antecipação o Aécio Silvério Neves e sua trupe.
Eu também não concordo com a campanha pelo veto. O Brasil está se inviabilizando para a produção de alimentos no futuro. Estamos entregando áreas férteis exploradas há anos para índios que jamais se interessaram por elas antes e só agora, depois da influência das ONGS estrangeiras, "despertaram" para a "herança indígena" delas. Vamos cortar nossa área de produção em milhares de hectares para preservar o que a natureza já digeriu e assimilou há décadas (as montanhas de Minas e São Paulo com suas produções de café) e acabaremos tendo de importar alimentos como já acontece no caso do coco verde, do dendê e de outros produtos que eram abundantes aqui e, por essas restrições, acabaram perdendo a viabilidade econômica de suas culturas.
ReplyO "veta dilma" é a maior campanha de desinformação nos últimos tempo. São milhões de pessoas enganadas em defensa de um crime contra o Brasil.
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