PP só tem a ganhar com Serra.

Basta olhar as origens do PP para ver que é um contrasenso o partido estar na base de apoio da guerrilheira e terrorista anistiada. Dos seus 41 deputados, apenas 9 estão no Nordeste, onde o petismo, hoje, tem o seu curral eleitoral, explorando a pobreza da região. A experiência de unir PT e PP, em Santa Catarina, por exemplo, redundou em estrondosa derrota. As duas forças do atraso, hoje, no Brasil, são PT e PMDB, por isso a facilidade com que se coligaram formando a base do governo Lula. Nada combina mais do que um Sarney com uma Ideli. Um Romero Jucá com um Mercadante. Um Renan Calheiros com uma Fátima Cleide. Nasceram uns para os outros. Ontem Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que pode fazer a "ponte" com o senador Francisco Dornelles(PP-RJ), seu tio, mineiro como ele, para que seja o vice de Serra. Perder o Ministério das Cidades, a partir de junho, não é um grande dano para o PP. As obras sempre terão a marca do partido. Ao lado de Serra, o PP estará atendendo 90% do seu eleitorado, que tem ânsia de vômitos com os acordos feitos com a esquerda. Se perder a eleição, o que é muito improvável, terá aumentado a sua bancada em alguns senadores (só tem um, atualmente!) e passado dos 50 deputados federais. Com esta bancada, mesmo derrotado, será procurado novamente pelo petismo e poderá, inclusive, barganhar espaços maiores. O PP só tem a ganhar indo para a oposição, inclusive resgatando o partido, ideologicamente.