Na tentativa de preservar o mandato, o senador Demóstenes Torres
(ex-DEM-GO) discursou ontem da tribuna do Senado. Com o plenário vazio,
pediu desculpas aos colegas e afirmou estar incomodado com o
"isolamento" desde que sua ligação com o empresário Carlinhos Cachoeira
veio à tona. Nas últimas semanas, Demóstenes procurou angariar apoio atuando nos
bastidores, mas a resistência da maioria dos pares o levou a mudar de
atitude, partindo para apelos públicos.
"Os holofotes transformam em comparsa o colega educado que apenas chega a
mim com urbanidade. O vazamento em gotas sobre minha fronte me legou a
chaga contagiosa do apodrecido pela exposição, não pelos fatos",
discursou, sobre o isolamento. Ao apelar para a emoção, Demóstenes pediu desculpas nominalmente aos 44
senadores que lhe deram apoio no dia 6 de março, quando falou pela
primeira vez sobre o caso. Depois, estendeu as desculpas a todos os
senadores.
"Hoje peço perdão por algum constrangimento ou decepção possivelmente
causados. E o motivo é a desproporcional campanha difamatória, que pode
ter atingido de alguma forma e provocado o silêncio das vozes de apoio." No plenário, apenas cinco parlamentares presentes. Esse foi o primeiro de uma série de discursos que ele promete fazer
diariamente até o dia 11, quando o plenário votará sua cassação.
Demóstenes disse viver há 135 dias um "calvário sem trégua" por ter sido
"jogado aos leões". Disse que não beneficiou Cachoeira, não recebeu
recursos, nem mentiu ao dizer que ignorava seus negócios. Voltou a
críticar a mídia e a Polícia Federal por "divulgação seletiva" de
áudios. Suas palavras não sensibilizaram Pedro Taques (PDT-MT): "A questão não é
de desculpas, mas de fatos". Relator do processo na Comissão de
Constituição e Justiça, Taques deve dar aval amanhã para que a votação
secreta ocorra.(Folha de São Paulo)
8 comentários
Demostenes, voce e Perillo ousaram desafiar os poderosos. Taí o castigo, enquanto isso, Renan, Sarney, Jader, todos os mensaleiros continuarão livres, leves e soltos para continuarem a (rou)bandalheira.
ReplyOs demais politicos fazem jogo de cena e aproveitam para lavarem as mãos.
Quanta hipocrisia!!!.
Coronel,
Replyeste já foi. Já foi tarde demais. Infelizmente este congresso dos 300 picaretas antes, agora muito mais, não defenestra outros colegas. Pelo menos os mais "afoitos".
Curioso é como as coisas andam no País, às avessas, ou seja, mancomunar com terroristas das FARC é permitido e com empresários que desejam abrir concorrência com o governo no filão dos jogos de azar é motivo de execração pública. Quem poderia acusar maior falta de senso de medida? Segundo o Olavo de Carvalho, isto é consequência direta de termos por longos anos um governante psicopata, ou seja, a demência se alastrou.
ReplyÉ Demostenes, poltronas vazias não ouvem e nem entendem o que vc disse.
ReplyLamento muito, as águas rolam nos rios, aproveite a oportunidade e compre imediatamente um colete salva-vidas, para a sua vida, seu mandato e futuro politico já estão mortos.
Será que ele vai continuar como paladino ou vai atua de cara limpa após o acidente (incidente)?
ReplyPara essa corja de vendilhões safado só #(cadeia.
o duro e ter como relator da sua cassação um sanguessuga salafrario como o humberto costa.
ReplyJá foi... infelizmente ele não vai levar Sarney, Collors, Vacarezzas e tantos outros que zombam do brasileiro honesto.
ReplyCel. não esqueça que Demóstenes é membro do Ministério Público de Goiás e a PF morre de raiva do MP, porque é o órgão encarregado de controlar a atividade a atuação policial, nos termos da Constituição Federal, coisa que eles nuncam aceitaram, por isso arrumaram direitinho para o Senador.
ReplyEsse processo do Demóstenes está muito parecido com o que o PT aprontou para o Deputado Ibsen Pinheiro, na CPI dos Anôes do Orçamento, que resultou na cassação do seu mandato, e anos depois ficou provado que tudo foi armação petralha.
Esse processo contra o Senador Demóstenes precisa ser muito bem analisado, principalmente depois do show de satisfação espelhado na cara do relato Humberto Costa, pois, afinal, trata-se de um dos carrascos do PT no Congresso.