Enquanto as ONGS querem que Dilma arrase a agropecuária do Brasil, Obama cria mais protecionismo para o agronegócio dos EUA.

A agropecuária brasileira sustenta o superavit primário há mais de 10 anos. Já encheu os cofres públicos do PT com mais de U$ 200 bilhões. Sem logística. Sem seguro agrícola. Sem políticas estruturantes. E com uma lei que criminaliza 90% dos produtores e que, por isso, vem sendo prorrogada. Mesmo assim, responde por quase um quarto do PIB, um terço dos empregos e 40% das exportações. 

Enquanto o mundo inteiro protege a sua agropecuária, aqui as ONGS internacionais querem criminalizá-la com a mentira ambiental. Nenhum país preserva 61% das suas matas nativas. Nenhum país confisca de 20% a 80% a propriedade para mantê-la como reserva legal. As ONGS querem que Dilma Rousseff vete o Código Florestal, aprovado por grande maioria em três votações no Congresso. Um escárnio. Uma ameaça à segurança alimentar. Um ataque à soberania do país.

Enquanto isso, vejam o que está acontecendo nos Estados Unidos da América, em matéria abaixo, do Valor Econômico. Vejam , abaixo, que, para compensar alguma liberalização comercial, os países que não tem competitividade como o Brasil querem impor barreiras ambientais. Será que o governo brasileiro vai entender ou será preciso desenhar porque existe tanta pressão das ONGS contra o Código Florestal?

Mais tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos podem surgir, se a nova lei agrícola americana, atualmente em fase de preparação, reforçar, como se teme, o velho esquema de subsídios, fonte de importantes distorções no mercado internacional. A lei atual valerá até o fim de setembro. O embaixador brasileiro na OMC, Roberto Azevedo, esteve na semana passada em Washington para contatos no Executivo e também para uma conversa com o presidente do Comitê de Finanças do Senado, o democrata Max Baucus. 

O comitê, um dos mais importantes do Legislativo americano, cuida de assuntos relacionados a impostos, acordos comerciais, tarifas e barreiras ao comércio, assistência médica e seguro social. Subsídios à agricultura são um tema politicamente delicado nos EUA, assim como na Europa. Os lobbies do setor são influentes. Embora os produtores rurais sejam uma parcela muito pequena da população, têm conseguido manter consideráveis benefícios fiscais e barreiras protecionistas. Parte dos subsídios perdeu importância prática nos últimos anos, por causa dos altos preços internacionais, mas o cenário mudou e, além disso, a renovação da lei repõe na ordem do dia questões cruciais para o funcionamento dos mercados. O projeto do Senado, conhecido há poucos dias, elimina alguns programas, quase todos de efeito limitado, mas preserva, com alterações, a sustentação de preços mínimos. Além disso, mantém a garantia de crédito a exportações e introduz uma segurança de receita para o produtor. 

Esses dois componentes do projeto têm um elevado potencial de geração de distorções. O Brasil ganhou na OMC um processo contra a política americana para o algodão. O governo dos EUA preservou os programas condenados e assumiu, com isso, o risco de retaliação comercial. Um acordo negociado entre os dois governos deu origem a uma série de compensações pagas ao Brasil. É cedo para se ter uma opinião bem definida sobre os efeitos da nova lei, até porque a discussão apenas começou. Mas é importante acompanhar de perto a tramitação das propostas, nas duas Casas do Congresso, e deixar clara a preocupação brasileira diante do risco de reforço dos subsídios e de uma reabertura do conflito do algodão. Além do mais, o projeto de renovação da lei deverá tramitar durante uma das fases mais intensas da campanha eleitoral americana. É preciso considerar também essa circunstância. 

A eliminação de barreiras à importação de etanol, anunciada recentemente nos EUA, foi um passo na direção de um comércio mais livre, mas foi também uma ação isolada e vinculada mais à política energética do que a qualquer outro objetivo. Os políticos americanos, tanto do Executivo quanto do Legislativo, têm manifestado pouco interesse - de fato, quase nenhum - numa efetiva liberalização dos mercados de produtos agropecuários. Na Europa, os governos têm-se movido muito lentamente na direção de uma reforma da Política Agrícola Comum, e sempre enfrentando forte resistência dos lobbies setoriais. Nem mesmo entre os governos há acordo sobre a conveniência de uma reforma ampla. 

A França continua atuando como um dos baluartes do velho sistema e seu peso na União Europeia dificulta consideravelmente o avanço de quaisquer tentativas sérias de mudança. A liberalização dos mercados agropecuários foi um dos objetivos mais importantes da Rodada Doha de negociações comerciais, lançada no fim de 2001. Os europeus tentaram compensar alguma liberalização do comércio com a introdução de novos fatores limitantes, principalmente critérios ambientais. Apesar disso, as negociações avançaram até um acordo preliminar sobre prazos para a eliminação de algumas distorções importantes. Mas a rodada empacou. Tentou-se, durante alguns anos, reativar as negociações, mas sem êxito. Sem novo acordo geral de comércio, os mercados agrícolas continuaram sujeitos às velhas regras. A expectativa em torno da nova lei agrícola americana é mais uma consequência do fracasso de Doha.

6 comentários

lulla vá tomar no SUS! mod

O Sr. elegantemente se "esqueceu" de comentar em sua chamada para o post que:

- O Brasil também desapropria propriedades produtivas para da para INDIO PREGUIÇOSO...

... que só se "fantasia de índio" quando a imprensa está por perto...

... indio que anda de CABINE DUPLA "doadas" por ONGs estrangeiras que mapeiam as riquesas minerais de suas "reservas" onde nem o EXÉRCITO pode entrar ...

... indio que abusando do "inimputável" SEQUESTRA, ESTUPRA e MATA produtores rurais e suas famílias ...

... indio que já estava cobrando a "SUA COTINHA" de privilégios no STF semana passada, ainda durante o voto do Ministro Fux ...

Sei muito bem o que estou falando. Passei cinco anos nos rios da Amazonia.

Reply

Coronel, se a DilmANTA ver os vídeos apostados no link abaixo, as lembranças farão com que ela repense
com cuidado antes de decidir sobre o veto do cógido florestal
http://eduardo-thomaz.blogspot.com.br/2012/04/o-video-que-os-petistas-odeiam.html

Reply

Cel

Antes de qualquer analise estes pseudo comunistas sempre são do contra por que acham que o que é bom para os EUA não é bom para o Brasil.

Átila

Reply

É só o Brasil - um paiseco, mas soberano - impor sanções comerciais por conta de seus 61% de proteção florestal.

Se outros países com os quais o Brasil comercializa não tiver no mínimo 61% de vegetação nativa ou de recomposição florestal, o País só efetivará a transação mercantil segundo suas próprias diretrizes. Por exemplo:

O Japão não tem 61% de florestas, então se quiser comercializar com o Brasil, terá de cessar imediatamente a matança de baleias, independente do pretexto.

Besteira? Claro que não. Vinte anos atrás, alguém imaginaria que ONGs internacionais, com o intuito de preservar seus países do desenvolvimento agropecuário brasileiro no cenário mundial, pautariam as decisões do presidente brasileiro?

Reply

Fazendas nos States, florestas no BR.

Reply

Pois eu sou a favor das barreiras. Eheheheheh.

No caso do álcool, o mercado interno agora corre o risco de ficar desabastecido para que o álcool seja exportado. Nossos carros "frex" não agradecem.

Reply