Aécio leva PSDB a votar contra Renan.


Após sinalizar publicamente o desconforto do PSDB com a indicação do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), à presidência do Senado, o tucano Aécio Neves (MG) vai defender que a bancada do seu partido aprove, em reunião marcada para amanhã, posição conjunta contra a eleição do peemedebista.

Para demarcar o campo da oposição, Aécio levará à bancada a proposta de apoio a Pedro Taques (PDT-MT), já que o PMDB mantém a decisão de indicar seu líder. Diante da movimentação de Aécio, Renan trabalha para tentar manter pelo menos metade dos dez votos dos senadores tucanos. Aliados seus dizem que o PSDB poderá perder sua vaga na Mesa Diretora (1ª Secretaria), se não votar no candidato do PMDB, que, pela regra da proporcionalidade, tem direito à vaga. Os tucanos, no entanto, não acreditam que Renan queira iniciar sua gestão com uma relação conflituosa com a oposição.

Nome mais cotado para disputar a Presidência da República pela oposição, o senador mineiro deu declarações na segunda-feira pedindo que o PMDB indique um nome que "agregue todas as forças políticas do Congresso" e seja aceito por toda a Casa, e não apenas por sua bancada, para que o Senado "inicie uma nova fase".

A intenção foi mandar recado internamente (para a bancada tucana) e para o PMDB de que o PSDB respeita o direito do maior partido à indicação, pela regra da proporcionalidade. Mas não está confortável para votar em Renan. Seria uma oportunidade para o PMDB rever a escolha. Caso contrário, os tucanos estariam livres para tomar outro caminho.

Como não houve qualquer sinalização do PMDB nesse sentido, Aécio deu o passo seguinte. Está conversando com os colegas sobre a necessidade de a oposição "demarcar campo" e fechar uma posição contra a escolha de um senador cercado de polêmica, cujas atitudes recentes demonstrariam, na opinião dos tucanos, disposição de conduzir o Senado fazendo o jogo do governo.

Taques é um dos candidatos independentes que Renan enfrentará no plenário. O outro é Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Eles decidiram manter as duas candidaturas, para agregar mais votos. Há resistência do PSDB a Randolfe e do PSB a Taques. A ideia é que, mesmo insuficiente para derrotar Renan, a votação recebida por eles mostre a insatisfação da Casa. O peemedebista reafirmou ontem sua candidatura a vários colegas de partido, pessoalmente ou por telefone, para afastar os rumores de que seu grupo já cogitaria lançar outro nome.

Sem conseguir entendimento entre os aliados Eunício Oliveira (CE) e Romero Jucá (RR), que disputam a vaga de líder, Renan marcou para amanhã, às 17h, a reunião da bancada para oficializar sua indicação. A proposta de dar a Jucá a liderança do Bloco da Maioria (PMDB, PP e PV) e a do PMDB a Eunício fracassou por questões regimentais. As conversas continuam hoje.

Segundo avaliação do seu grupo, apesar da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele e do incômodo crescente demonstrado por senadores de outros partidos com sua indicação, o líder ainda tem votos suficientes para ganhar no plenário. Uma decisão da bancada tucana contra Renan não ameaçaria a vitória, de acordo com os cálculos do grupo, mas reduziria a "margem folgada" de diferença que era prevista. Além disso, seria uma ação política concreta contra ele.

Por enquanto, a bancada do PSDB está dividida. O líder, Álvaro Dias (PR), tem a mesma opinião de Aécio. Aloysio Nunes Ferreira (SP) ainda discutirá o assunto com os colegas, mas sua primeira opinião é que o partido deveria se abster na votação. Seria uma forma de manifestar a "inconformidade" com o processo de escolha do futuro presidente pelo PMDB, sem desrespeitar a proporcionalidade.

A partir de hoje, quando as bancadas partidárias começam a se reunir para tomar posição sobre a eleição da Mesa, será possível aferir melhor o impacto da denúncia de Gurgel e outras notícias negativas envolvendo Renan. Na prática, a indicação do líder do PMDB divide quase todos os partidos da base, como PSB, PDT e PP - além do próprio PMDB, onde há dissidentes. Apesar do incômodo de petistas, o PT mantém seu apoio ao principal parceiro no governo. (Valor Econômico)

9 comentários

Sr Coronel:

Vamos lá michel temer,o seu terno de fino corte tem uma mancha,suja feia,chama-se manchalheiros.
Quando o sr,vai fazer palestras para explicar a situação dos portos no Brasil e o seu interesse, no porto de Santos, é conflitante com os de gilberto miranda?
Ser vice presidente deve ser importante,não da para andar com o terno manchado
Saudações

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interessante...

sera que esta tomando jeito de oposicionista?

vamos esperar pra ver no que realmente vai dar isso ai...

se for isso mesmo, esta no caminho certo para arrebatar uns 40 milhões de votos logo de saída...

agora, se resolver dar preferencia as relações politicas e nao ao eleitor, vai naufragar bonito...

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Se dePUTAdo fosse coisa boa sua mãe não estaria no meio do nome.
Esperar dignidade de dePUTAdo/senadores, é o mesmo que achar que o diabo faz o bem não importando a quem.

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Todo mundo se incomoda, para dizer o mínimo, com o rei-não, menos os petralhas. Não é à toa...

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Caro Coronel

Soh digo uma coisa.....
Traecio Neves agora quer posar de oposicionista eh?
Me engana que eu gosto.....
E tem gente que vai cair nessa....
Brasileiro eh um povo com memoria curta mesmo...

TFA

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Melhor perder alguns anéis, e ficar com os dedos e as mãos "limpas",...

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Atitude de sujeito homem, nao eh qualquer um que enfrentaria Renan, Dilma e cia !

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Seria muito bom se o Sen. Aécio Neves levasse em sua pasta a Petição Pública do Avaaz com as mais de 300.000 assinaturas na sexta-feira vindoura para apresentá-la na tribuna do Senado. Nesse momento, às 23:56h, dessa quarta-feira estamos com 170.200 asinaturas. Se Renan Calheiros for eleito novamente para a Presidência do Senado Federal, melhor será fechar esse lupanar de uma vez por todas.

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Não se preocupe. É espasmo cadavérico.

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