O que pensar de um governador tucano que não consegue solucionar o problema de segurança pública no seu estado e chama um ministro petista para intervir na sua gestão? O que o PSDB vai dizer em relação à segurança pública na próxima eleição presidencial.? O que dizer quando um governo tucano assina artigo junto com o ministro da Justiça, em um dos maiores jornais do país, reconhecendo o seu fracasso? Leiam, abaixo, artigo publicado hoje na Folha de São Paulo.
A segurança pública é um direito fundamental. Sem ela, o
direito à vida -o maior de todos- fica prejudicado, inviabilizando todos os
demais direitos fundamentais, como o direito à educação, à saúde e ao trabalho.
A implementação de uma política de segurança eficaz tem se tornado um dos
maiores desafios do Estado brasileiro, especialmente devido à multicausalidade
da violência. É certo que a criminalidade decorre de fatores que variam
territorial e temporalmente. Uma política que se pretenda vitoriosa tem de
abarcar todas as nuances possíveis, atenta às singularidades locais.
Historicamente, a criminalidade e a violência têm ceifado
vidas e retardado o desenvolvimento social e econômico do Estado de Alagoas e
do Brasil. Desde 1999, o número de homicídios cresceu ininterruptamente naquele
Estado, atingindo a taxa de 66,88 para cada 100.000 habitantes em 2010. Isso
significa quase duas vezes e meia a taxa brasileira, que foi de 27,39 para o
mesmo ano. Diante desse quadro, desde janeiro de 2011 os governos federal e
estadual intensificaram o diálogo com o objetivo de enfrentar o problema.
Os esforços culminaram nas medidas implementadas a partir de
agora, com o lançamento ontem do programa Brasil Mais Seguro em Alagoas.
Governos federal, estadual e municipal envidam esforços suprapartidários para
enfrentar a violência e a criminalidade. A finalidade é coibir a violência em
geral. O foco, porém, está no seu delito mais grave, o homicídio. Nosso
objetivo é claro: evitar esse crime. Serão realizadas e intensificadas as ações
preventivas, como o policiamento comunitário com o apoio da Força Nacional de
Segurança Pública do Ministério da Justiça, a utilização de bases policiais
comunitárias fixas e móveis e de sistemas de videomonitoramento.
Considerando que 84 de cada 100 homicídios cometidos em
Alagoas (e 71 em cada 100 no Brasil) ocorrem com armas de fogo, também serão
reforçadas as medidas para retirar de circulação e destruir o maior número
possível de armamento. Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal também
atuarão, especialmente contra grupos de extermínio e organizações criminosas.
Juntamente com as forças de segurança pública, outros órgãos
se engajam na luta contra a impunidade. No âmbito da perícia forense, novos
equipamentos e capacitação dos peritos garantirão maior robustez às provas. Já
nas polícias civil e militar, será criada uma delegacia especializada em
homicídios e serão realizados cursos para aperfeiçoar a capacitação dos
profissionais.
Somadas, essas medidas auxiliarão na identificação dos
autores dos delitos. A integração e participação do Poder Judiciário, do
Ministério Público e da Defensoria Pública promoverão o adequado andamento dos
processos. Ratificando essas iniciativas, o Ministério da Justiça, o governo de
Alagoas, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Defensoria Pública
celebrarão acordo de cooperação para apoiar o programa de redução da
criminalidade.
Todas essas ações pertencem ao campo da atuação direta da
segurança pública. Existem outras, entretanto, indiretas, que são igualmente
importantes para a redução da violência e da criminalidade. A diminuição da
pobreza, o aumento dos postos de trabalho e o acesso à educação no país são
parte de políticas públicas fundamentais nesse processo.É, portanto, o momento
de Alagoas se unir, dos três entes federados trabalharem unidos para fortalecer
políticas contra a violência, a criminalidade e a impunidade. A sociedade é
essencial nessa transformação de cenário e de cultura. Só com a participação de
todos conseguiremos construir um Estado e um país mais seguros e de paz.
TEOTÔNIO VILELA FILHO, 61, é governador de Alagoas
JOSÉ EDUARDO CARDOZO, 53, é ministro da Justiça
6 comentários
Realmente este tucano sempre foi petista, nem parece que é filho do velho Teôtonio, este só se elegeu graças a Renam Calheiros, sempre defendeu Lula, então não me espanta a atitude de um "alogoano" que sempre viveu e governou á sombra dos seus opositores.
ReplyODEIO o PT, mas acho que unir forças para o bem do povo e do Brasil é válido, tem horas que certos preconceitos são inadequados.
ReplyCoronel, pedir a intervenção não é dificil de entender, em um estado que mais parece Tombstone.
ReplyNão é de lá que vem o caçador de marajá?
ReplyMande-o de volta para caçar bandido.
Obs. Quebrem todos os espelhos do estado.
Não é preconceito mais faz muito tempo que esse estado se supera no “descaminho”.
Pois eu pensei em várias coisas.
ReplyPrimeiro, que o partido político nada tem a ver com certas situações em certos lugares.
Segundo, que em prol da população pela qual o candidato foi eleto é que ele deve trabalhar, mesmo que isso implique em fazer acordos com a oposição.
Terceiro, que se ele abrou mão de ser radical para fazer o melhor pelo estado que governa, certamente teria meu voto numa próxima eleição.
Porque o povo não come partidos políticos e nem vive por eles.
Porque o povo não tem nem tempo para dar uma trepada durante a semana de tanto que trabalha, e imaginem se informar sobre o que acontece.
Porque quando se trata de segurança pública, a polityicagem deve sempre ser relegada a segundo plano. E existem mais mil razões para serem enumeradas.
gostei da ação tucanóide. Apagar fogo com gasolina tem preço.
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