Que absurdo! Tucanos optam pela estratégia do avestruz.

Vejam a impressionante matéria publicada hoje no Valor Econômico. Depois da realização de prévias, cujo objetivo era dar exposição ao partido e mobilizar a militância, os tucanos vão adotar a tática do avestruz. Vão esconder a cabeça e deixar o rabão de fora, disponível para os pontapés adversários. Volta todo mundo para casa e comprova que estas prévias foram um embuste e que os objetivos eram outros, muito bem expressos na campanha movida contra Serra nos bastidores, por gente correligionários que acham que o PSDB não deve ficar 100 anos no poder em São Paulo. Ao contrário do que pregam os 48%, é bom que José Serra ouça os 52% e vá à luta. É hora de colar em Kassab e nos vereadores, estar presente em todos os lançamentos de obras, em todas as inaugurações, em todos os eventos. Visitar escolas, hospitais, clínicas. Deve ter uma agenda em todos os bairros, com palestras, promessas, campanha dura e pura.  A estratégia descrita abaixo é um absurdo.

Vencidas as prévias, o ex-governador José Serra (PSDB) deve submergir até julho, quando começa a campanha eleitoral para a Prefeitura de São Paulo. A estratégia foi traçada por seu grupo político e tem a opinião favorável do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que só vê prejuízos para o correligionário caso se antecipe a disputa enquanto lidera as pesquisas de intenção de voto. A ideia é evitar eventos públicos, nos quais há chance de haver desgaste. Serra tem 30% de intenção de voto, mesmo índice dos que dizem que não votariam nele na eleição, segundo a última pesquisa do Instituto Datafolha, feita nos dias 1º e 2 de março. Na avaliação dos tucanos que assessoram o ex-governador, a exposição antecipada não traria benefício, já que ele é conhecido por 99% dos eleitores, mas teria o potencial de aumentar sua rejeição.

"A cidade ainda não está pensando na eleição. Não tem sentido ficar trocando ataques com candidatos que tem 3% das intenções de voto agora", analisou um dos tucanos, repetindo análise que ouviu do próprio Alckmin. O momento, diz ele, é de discutir com setores do partido o plano de governo. "Tem que aparecer esporadicamente em entrevistas e eventos de pré-campanha com o partido unido, como a convenção partidária em junho", reiterou. O "sumiço" dos eventos públicos evitaria, também, casos como o do "papelzinho", em que o ex-governador menosprezou, em entrevista a uma rádio da capital paulista, o compromisso assinado na campanha de 2004 de que não renunciaria ao mandato de prefeito para concorrer a outro cargo. Eleito, ele abandonou a prefeitura um ano e três meses depois da posse para concorrer ao governo estadual.