Katia Abreu cobra Kassab para que PSDB apóie tempo de TV do PSD. E quer diretório nacional nas negociações.

Entrevista da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) a João Bosco Rabello, do Estadão:

A sra. se diz insatisfeita com a aliança que o prefeito Gilberto Kassab promoveu com o PSDB em São Paulo. Por quê?
Por ser São Paulo o centro político mais importante do País, o que lá se decide afeta as demais bases do partido. Por isso, a aliança com o PSDB, na sequência de uma articulação idêntica com o seu antípoda, o PT paulista, transbordou o âmbito da política municipal. E poderia estar precipitando definições sobre o futuro político do partido.

Como assim?
O que ali ocorrer, na eleição, será decisivo para a sucessão presidencial de 2014. Isso, portanto, não é questão apenas da seção paulistana do PSD. Envolve o projeto nacional do partido.

E que projeto é esse?
O PSD surgiu com o propósito de mudar paradigmas da política que consideramos anacrônicos e nocivos. Um deles: partidos com donos, que decidem à revelia dos filiados. O PSD se comprometeu com a democracia interna; ouvir a militância, não fazer política com fatos consumados. Outro fundamento: não ser sistematicamente a favor ou contra. Definir apoios tendo em vista princípios programáticos. Somos um partido defensor da economia de mercado, do Estado democrático de direito e da autonomia do indivíduo perante o Estado. O que favorecer nosso ideário terá nosso apoio, seja qual for o governo. Nossa missão na política é nos tornarmos fator de moderação, impedindo que seja ocupada pelo radicalismo ideológico, de direita ou de esquerda, o que implica fortalecer o centro.

Mas a aliança com José Serra não fortalece isso, na medida em que junta forças de centro-esquerda e centro-direita?
Não se trata de nomes. O Serra é um dos nomes mais qualificados da política nacional, possivelmente o melhor de sua geração. Ocorre que, em São Paulo, estabeleceu-se, há anos, uma bipolaridade radical, entre tucanos e petistas. E, ao apoiar um dos lados, após flertar com o lado oposto, o PSD associou-se ao ambiente de radicalismo, deixando de ser um fator moderador. E há mais: fez isso sem levar em conta o compromisso com a democracia partidária.

Isso a indispõe com Kassab?
De modo algum. Estou praticando a democracia interna, com questionamentos leais. O prefeito é um democrata, mas, certamente envolvido com os desafios da política paulista, não avaliou sua repercussão sobre as demais seções do partido. A política local é importante e tem suas particularidades, mas não deve perder de vista a nacional. Quanto mais importante a seção partidária, maior sua responsabilidade. O PSD nacional, por exemplo, enfrenta neste momento uma articulação antidemocrática e absurda, que consiste em tentar suprimir-lhe na Justiça o tempo de TV na campanha. E quem lidera esse movimento? O PSDB. Não me consta que a aliança estabelecida em SP incluiu a revogação desse ato hostil. Pior: pelos ressentimentos que pode ter causado no PT, frustrando uma aliança proposta pelo próprio PSD, estimulará a adesão governista à iniciativa truculenta.

Pedirá reavaliação da aliança?
Quero que diretório nacional seja ouvido e esclarecido a respeito dessas questões que aqui resumidamente coloquei.

16 comentários

Hummmmmmmmmmm O Kassab tomou a primeira lição sobre democracia.

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seria bom dar uma segurada no Kassab mesmo...

o homem já esta tomando ares de ditador...

esta muito pimpão, decidindo por todos...

seria melhor ainda Kassab deixar a questão da sua sobrevivência politica pessoal de lado e as coisas serem mais direcionadas para o partido...

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Coronel,

Taí a resposta as loucuras do Kassab. Ele estava "fora da casinha" jogando com PT e PSDB.

O blog defendeu essa loucura como estratégia. Eu chamo de tiro no pé!

O Kassab é muito "ELE" e esquece dos outros que compõem o PSD.

O Kassab foi BURRO!!! perdeu votos e vai ter reconquistá-los.

JulioK

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Não entendo mais nada. Quando o Kassab cortejava o Lula, a turma do PT dizia que o governo dele era ótimo e a cidade de São Paulo estava maravilhosa. Quando ele anunciou seu apoio ao Serra a coisa mudou e da noite para o dia o seu governo, para os petistas é sofrivel e a maravilhosa cidade de São Paulo de ontem está agora um lixo. A mesma coisa com o PSDB. Quando o Alckmin não se interessava por uma aliança com o Kassab e o PSD todos, do editor a maioria dos comentaristas atacavam o governador e o partido dizendo que eles estavam entregando a cidade de São Paulo para o PT (na minha opinião, não pela falta da aliança com o Kassab, mas sim pela baixa densidade eleitoral dos postulantes tucanos). Entrou o Serra e com ele o Kassab e todo mundo foi aplaudido por aqui. Agora baixou o ciúme na líder de muitos e o Kassab virou um lixo, ditador etc, etc. Alguém precisa avisar a sra. Senadora, que o modêlo de partido que ela imagina é o mesmo que fez o DEM (ex-dela) sucumbir.

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É o imbecil do Sergio Guerra que trabalha contra o PSDB.
A Senadora tem toda razão.

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lulla vá tomar no SUS! mod

Discurso de presidenciável senhora Senadora?

Torcemos que sim.

KÁTIA ABREU em 2014!

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Katia Abreu, sempre ela, direta e certeira. O pior é que tem razão. Mas ainda há tempo de confrontar e rever a política tucanalha, com Serra podendo impulsionar e ajudar muito neste sentido.

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Nada mais do que política.
É assim que se faz política, entre quem sabe do que está falando e sabe o que está fazendo.

Quando entram em cena os profissionais, a coisa fica boa.

Manda bem a senadora.

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Apenas um pequeno reparo.
O PSD sempre assumiu ser governista no plano federal

Assim, quando a senadora fala dos objetivos do PSD no plano federal, pode estar querendo dizer apoio ao governo federal.

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A percepção da senadora Katia Abreu é tanto mais verdadeira por coisas do tipo aqui, que apontam para uma certa tendência/armação contra o PSD:...

Notícias STF Imprimir
Quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ministro nega liminar ao PSD sobre participação em comissões

O ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou a liminar requerida pelo Partido Social Democrático (PSD) no Mandado de Segurança (MS) 31184, impetrado contra ato do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), tomado em questão de ordem, na qual o partido reivindicou participação proporcional nas comissões permanentes e temporárias da Casa e teve seu pedido negado. De acordo com o ministro Ayres Britto, o PSD, em uma análise inicial, não pode pretender ter o mesmo tratamento de partidos políticos que já passaram pelo “teste das urnas”.

“Ora, o partido autor da presente ação de segurança não participou de nenhuma eleição popular. Não contribuiu para a eleição de nenhum candidato. Não constou do esquadro ideológico ou de filosofia política de nenhuma eleição em concreto. Não submeteu a nenhum corpo de eleitores o seu estatuto ou programa partidário. Ainda não passou pelo teste das urnas, enfim, porque não ungido na pia batismal do voto. Não vejo, portanto, como reconhecer a sua equiparação em tudo e por tudo, com partidos e coligações já dotados de representantes por eles mesmos (partidos e coligações) submetidos, com êxito, ao corpo eleitoral do País”, ponderou o relator.

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Onde está a militância do PSD? Isso existe? O que restou de militância permaneceu no DEM (que trocou o nome do partido e nem a consultou)...

É, o destino dos militantes é mesmo levar chicotada na bunda...

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Cel
Não entendi nada mas adorei.
Teria a Kátia Abreu ficado sentida pelo fato do PSD não ter feito aliança com o PT, não repetindo a aliança federal aqui em S. Paulo. Ela está querendo melar a aliança com o Serra? Ela é que cale a boca e pare de falar besteira.
Esther

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Isso mesmo Esther, também pouco entendi o que a senadora Kátia Abreu quis dizer na sua entrevista. Estava ela sendo irônica?

Penso que o PSD não está sendo radical em apoiar Serra, como diz KA. Kassab está apoiando o lado que tem maior probabilidade de vencer o pleito. Na prática, como o PSD agiria como fator moderador nas alianças? Tem de escolher um lado, não tem? Ou é possível apoiar PSDB e PT?

KA se deu mal em desabafar publicamente. Venha aqui no blog do Coronel, senadora, e desabafe anonimamente; também ajuda a aliviar o tesão.

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Esther,

concordo com você!
Que difícil entender essas articulações...

o que entendo é que a Sen Kátia Abreu está muito chateada porque o Kassab tomou atitude unilateral, apenas com seus botões!
E nesse ponto entendo e concordo que ela tem razão.

Flor Lilás

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Kátia Abreu tem minha total admiração. Guerreira e realizadora. Mas permita-me colocar minha impressão sobre esse discurso. KAbreu está sendo um pouco ingênua, samaritana demais.

....... "O que favorecer nosso ideário terá nosso apoio, seja qual for o governo". .....

Favorecer o PT em um momento de vacilo qualquer, é cavar a própria cova. O PT para vencer qualquer páreo, qualquer negociação, promete tudo, mundos e fundos, faz todas as garantias ao adversário. Depois que dominou o momento e é dono da situação, que se fo&^%$#dão os adversários. Os acordos não valem mais nada, deixam de existir. Portanto, Kátia Abreu está sonhando acordada. Adversário meliante, jamais será parceiro, e se Kassab não negociasse parceria com o Serra que deu a Kassab um lugar marcante na política, negociaria com o PT e só ganharia golpes baixos. Veja o PMDB quanto dança na mão do PT.
Kátia, ás vezes é mais lucrativo fazer concessões inteligentes do que "grandes tacadas" que são apenas tiros no pé!

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Criamos um monstro.

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