Pesquisa feita pelo Estado no sistema processual do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que 18 de 29 atuais e recentes corregedores de tribunais de Justiça respondem ou responderam a processos no próprio órgão. Nos tribunais regionais federais, três dos cinco corregedores já foram ou são alvos no CNJ. Dos 27 presidentes dos tribunais de Justiça do País, 15 têm processos em tramitação ou arquivados no Conselho. Dos cinco presidentes de tribunais regionais federais, dois possuem processos em tramitação ou arquivados no CNJ.
Os números mostram que a cúpula dos tribunais brasileiros já se viu sob a ameaça de punição pelo CNJ, fato que pode explicar a resistência da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) às investigações do órgão. No grupo de investigadores que acabaram investigados, dois corregedores de Justiça do Amazonas e do Rio de Janeiro já foram afastados do cargo em razão de investigações de irregularidades graves. O corregedor do Tribunal de Justiça do Amazonas, Jovaldo dos Santos Aguiar, foi afastado do cargo justamente por suspeitas de proteger colegas suspeitos de irregularidades ao paralisar os processos disciplinares que respondiam. O então corregedor do Rio, Roberto Wider, foi afastado pelo voto unânime do CNJ, suspeito de patrocinar irregularidades em cartórios do Estado. Ambos sempre negaram qualquer irregularidade.
Dados como esses ajudam a explicar por que a corregedora-nacional de Justiça, Eliana Calmon, defende o poder do Conselho Nacional de abrir e punir magistrados, mesmo que eles não tenham sido investigados pelos tribunais de Justiça local. Quando a cúpula dos tribunais está envolvida em suspeita de irregularidades, argumenta a corregedora, os colegas quase sempre não possuem força própria para levar adiante as investigações. Em casos como esses, a Corregedoria Nacional intervém e atua por conta própria, abrindo investigações e punindo os magistrados suspeitos. Decisões como essas motivaram críticas de ministros do Supremo e são a razão da crise deflagrada nesta semana no Conselho Nacional de Justiça.
No final de semana, a ministra Eliana Calmon apontou a existência no Judiciário de bandidos de toga. A reação do presidente do Conselho, Cezar Peluso, acarretou a publicação da nota de repúdio às declarações da ministra, classificada por todos os conselheiros de levianas. Enquanto Eliana Calmon defende a manutenção dos poderes do CNJ de investigar magistrados suspeitos, Peluso encampou a tese de que os tribunais de Justiça têm autonomia para apurar irregularidades e julgar os juízes. O confronto entre os dois e a ameaça de intervenção do Congresso, com a aprovação de uma emenda constitucional para blindar o CNJ, conduziu os ministros do Supremo a buscarem uma saída para preservar as competências do Conselho e, ao mesmo tempo, manter a responsabilidade dos tribunais de julgarem os juízes locais. As definições dos critérios que serão impostos às corregedorias locais e à Corregedoria Nacional fizeram com que o STF adiasse, por tempo indeterminado, o julgamento do processo da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) que busca, em última instância, reduzir os poderes do CNJ, criado em 2004.(Do Estadão)
Os números mostram que a cúpula dos tribunais brasileiros já se viu sob a ameaça de punição pelo CNJ, fato que pode explicar a resistência da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) às investigações do órgão. No grupo de investigadores que acabaram investigados, dois corregedores de Justiça do Amazonas e do Rio de Janeiro já foram afastados do cargo em razão de investigações de irregularidades graves. O corregedor do Tribunal de Justiça do Amazonas, Jovaldo dos Santos Aguiar, foi afastado do cargo justamente por suspeitas de proteger colegas suspeitos de irregularidades ao paralisar os processos disciplinares que respondiam. O então corregedor do Rio, Roberto Wider, foi afastado pelo voto unânime do CNJ, suspeito de patrocinar irregularidades em cartórios do Estado. Ambos sempre negaram qualquer irregularidade.
Dados como esses ajudam a explicar por que a corregedora-nacional de Justiça, Eliana Calmon, defende o poder do Conselho Nacional de abrir e punir magistrados, mesmo que eles não tenham sido investigados pelos tribunais de Justiça local. Quando a cúpula dos tribunais está envolvida em suspeita de irregularidades, argumenta a corregedora, os colegas quase sempre não possuem força própria para levar adiante as investigações. Em casos como esses, a Corregedoria Nacional intervém e atua por conta própria, abrindo investigações e punindo os magistrados suspeitos. Decisões como essas motivaram críticas de ministros do Supremo e são a razão da crise deflagrada nesta semana no Conselho Nacional de Justiça.
No final de semana, a ministra Eliana Calmon apontou a existência no Judiciário de bandidos de toga. A reação do presidente do Conselho, Cezar Peluso, acarretou a publicação da nota de repúdio às declarações da ministra, classificada por todos os conselheiros de levianas. Enquanto Eliana Calmon defende a manutenção dos poderes do CNJ de investigar magistrados suspeitos, Peluso encampou a tese de que os tribunais de Justiça têm autonomia para apurar irregularidades e julgar os juízes. O confronto entre os dois e a ameaça de intervenção do Congresso, com a aprovação de uma emenda constitucional para blindar o CNJ, conduziu os ministros do Supremo a buscarem uma saída para preservar as competências do Conselho e, ao mesmo tempo, manter a responsabilidade dos tribunais de julgarem os juízes locais. As definições dos critérios que serão impostos às corregedorias locais e à Corregedoria Nacional fizeram com que o STF adiasse, por tempo indeterminado, o julgamento do processo da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) que busca, em última instância, reduzir os poderes do CNJ, criado em 2004.(Do Estadão)
9 comentários
Cel.
ReplyA ministra Eliana Calmon deve saber muito bem do que está falando. Ela foi corajosa ao trazer à luz os podres deste poder.
Faz tempo que o Judiciário é uma "caixa preta", que precisa ser aberta, e os seus responsáveis punidos.
A questão agora é confiar no STF, que vai ficar enrolando, tal como faz com o julgamento do mensalão!
Chris/SP
Coronel,
Replya vergonha se instalou no País. O velhaco e sua gangue instituiu a iniquidade e o STF virou refúgio de bandidos. O Congresso e o Executivo são o que são. As greves estão se alastrando, a repressão policial está sendo dura e as vezes com excesso. A inflação iniciando sua escalada ascendente. O PIB recuando. O governo, bem..., o governo fazendo propaganda que tudo está uma maravilha.
É o velho coronelismo que prevalece no Brasil sem justiça.
ReplyTudo pelo “pessoal”.
ReplyE dizer que em 2005, isso tudo poderia ser diferente, com o impeachmant do velhaco e a cadeia para a quadrilha de FDP dos petralhas.
ReplyCoronel e Amigos,
ReplyAté anteontem, eu estava na dúvida se, na próxima revolução moralizadora, eu estaria na ala que defenderia o STF ou no pelotão de justiçamento dos ministros-bandidos-de-toga. Com mais essa palhaçada do stf, já me decidí e comecei a treinar a pontaria com fuzil (meu nobre amigo para a guerra!).
Cada dia mais, o esquemão de Poder Total vai fincando suas garras infectas sobre as instituições democráticas desta País.
ATÉ QUANDO?!?!?!?!?
ATÉ QUE PONTO VAMOS SER LENIENTES E COVARDES?!?!?!?!?
A SOCIEDADE BRASILEIRA ESTÁ VIBRANDO COM O POSICIONAMENTO DA MINISTRA ELIANA CALMON. POSSO LHE DIZER, COM ABSOLUTA CERTEZA, QUE O PODER JUDICIÁRIO NÃO REVÊ AS DECISÕES DE PRIMEIRA INSTÂNCIA QUANDO ESTAS SÃO NEGOCIADAS. O PODER JUDICIÁRIO NÃO PASSA DE UM BALCÃO DE NEGÓCIOS! É UM ESCÂNDALO O QUE A ASSOCIAÇÃO DOS JUÍZES FEDERAIS-AJUFE, TEM DEFENDIDO. ALGUMA ATITUDE TEM QUE SER TOMADA. FILHO DE JUIZ PASSA EM CONCURSO DO PODER JUDICIÁRIO. EXISTE UMA COTA PARA FILHOS DE MAGISTRADOS NOS CONCURSOS. OS DO SUL, PASSAM NO NORDESTE E ASSIM VAI ... O JUDICIÁRIO ESTÁ IMPREGNADO DE BANDIDOS.
ReplySe o CNJ virar apenas mais um penduricalho e servir apenas para padronizar a numeração e a nomenclatura dos tipos de ações que tramitam nos tribunais- para fins estatistícos - melhor ser extinto.
ReplyAcompanhem concurso para servidores do MP no RJ. Cotas para negros e índios(leiam os detalhes...).
ReplyVejam quem vai passar.
Será que para promotores e juízes a estrovenga também vai valer?