Beco sem saída.

Como explicar para a Força Aérea Brasileira que militares da ativa recebam tão altos valores para tripular o Aerolula, ferindo todos os princípios de isonomia salarial? Qual a moral do Governo Lula para negar aumento à tropa?

Como explicar que estes militares da ativa estão sendo considerados "pessoas jurídicas" na contabilidade do Governo Lula, sendo flagrante que, se o seu registro é pelo CPF, e não pelo CNPJ, eles são "pessoas físicas"?

Como explicar que este padrão venha acontecendo desde 2004, envolvendo milhões de reais, sem que nenhuma auditoria interna percebesse o que estava ocorrendo? Como justificar tamanho descontrole com o dinheiro público?

Como explicar, se o caso for de erro administrativo, que os militares da ativa a serviço do Aerolula não perceberam esta montanha de dinheiro em sua conta ao receberem o seu informe de rendimentos, para preparar o próprio Imposto de Renda de Pessoa Física? Ou isto estava sendo escondido, caracterizando uma espécie de contabilidade paralela dentro do Palácio do Planalto? Ou havia um acordo entre as partes?

Como explicar, se for o caso de desconhecimento por parte dos militares da ativa a serviço do Aerolula, que tudo isso não seja um imenso esquema de "caixa dois", usando funcionários públicos como "laranjas"?

Como explicar, se os militares da ativa são de fato "pessoas jurídicas", como está nos lançamentos no Portal da Transparência Pública, que eles não tenham CNPJ? Por que não foi exigido o CNPJ até para que o Governo fizesse a retenção dos impostos como manda a lei? Nesta linha, quem autorizou militares da ativa a montarem empresas individuais, se isto é proibido pelo estatuto do funcionário público?

Como explicar, diante de tantas evidências e "transparências" que o assunto não será comentado porque é de segurança nacional? Quem aceitaria tal justificativa?

Definitivamente, não deve estar sendo fácil montar uma versão consistente para tamanho despropósito. Acreditar na impunidade deve ter sido bem mais cômodo. Agora, segure-se quem puder, porque tem menos pára-quedas que o número de tripulantes neste vôo cego.