A CPI da Petrobras deve convocar Graça Foster para que ela explique porque a gestão de Gabrielli foi temerária.
(Estadão) A ex-presidente da Petrobras Graça Foster reclamou de "gestão
temerária" na estatal e se disse ofendida quando seus atos foram
comparados aos da administração anterior, nomeada pelo ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. O desabafo foi feito na tensa reunião do
conselho de administração da companhia em 27 de janeiro deste ano, cujos
embates levaram a executiva a renunciar.
No
encontro, cujo áudio foi obtido pelo Estado, o colegiado discutia uma
forma de estimar as perdas com a corrupção e o superfaturamento de
obras, descobertos na Operação Lava Jato. O objetivo era a publicação do
balanço contábil do terceiro trimestre da estatal. Em rota de colisão
com outros conselheiros, Graça defendeu a publicação de notas
explicativas que indicavam, naquele momento, a necessidade de baixar R$
88 bilhões dos ativos da companhia. Dias depois, contrariada com a
divulgação do valor, a presidente Dilma Rousseff acertou com a executiva
a renúncia dela e de mais cinco diretores.
Na reunião, a
então presidente da Petrobrás bateu boca com a presidente da Caixa,
Miriam Belchior, à época conselheira, por ter comparado seus atos aos da
diretoria às que deliberou sobre a compra da Refinaria de Pasadena, nos
EUA. A aquisição foi aprovada em 2006 pelo conselho de administração e,
segundo o TCU, gerou prejuízo de US$ 792 milhões.
À época,
o colegiado era presidido pela então ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff. Em nota ao Estado, Dilma justificou que só aprovou o negócio
porque o resumo executivo apresentado pelo então diretor Internacional,
Nestor Cerveró, omitia cláusulas do negócio consideradas prejudiciais. Miriam
reclamou que, a exemplo do que teria ocorrido naquela época, Graça não
levou à reunião de janeiro informações para o debate sobre o balanço da
estatal e que fora surpreendida por dados apresentados por auditores da
PwC.
"Assusta a gente a informação não ter vindo para a
mesa. Aí você se lembra de Pasadena", protestou Miriam. "Não nos
confunda com Pasadena. Não nos ofenda", protestou Graça, acrescentando:
"Se há dúvida, demita a diretoria".
Falhas. Na reunião,
Graça afirmou que, quando assumiu a função, pôs em curso um programa
para resolver "uma série" de falhas "que a empresa tinha, de coisas
malfeitas", que ela não aceitava. "Já tenho um monte de problemas
decorrentes de gestão temerária de outros colegas", disse, sem citar
nomes.
Ao ouvir o lamento, um dos conselheiros reagiu: "A
presidente vai me desculpar. Em 2012, quando foi tirada a diretoria, a
diretoria não podia ter saído elogiada pelos bons serviços prestados. Os
serviços que prestou, a gente está vendo aí". "Isso passou", rebateu
Graça.
Graça foi indicada por Dilma em fevereiro de 2012
para presidir a Petrobrás, em substituição a José Sérgio Gabrielli, que
exercia o cargo desde 2005. Dois meses após a troca, deixaram suas
funções os então diretores de Serviços, Renato Duque, e de
Abastecimento, Paulo Roberto Costa. Os dois são agora acusados de
participar do esquema de cartel e corrupção investigado na Lava Jato.
Na
ocasião, a estatal divulgou nota agradecendo aos executivos, que também
ascenderam aos cargos no governo Lula, "pelos relevantes serviços
prestados à Petrobrás". Além disso, ressaltou "a liderança, a
competência técnica e o elevado grau de profissionalismo e dedicação no
exercício do cargo".
5 comentários
Quando um petralha se queixa de ser comparado a outro...
ReplyJá falaram que o culpado é o fhc, porque deixou a roubalheira comer solta no seu governo, verdade ou mentira o certo é que os petralhas (segundo lupi) roubaram DEMAIS.
ReplyBejim...Bejim .....PAU PAU!
ReplySAFADOS, ESTELIONATÁRIOS.
Essa frase da Graça e' grave. Uma presidente de estatal acusando a presidencia anterior ( gabrielli) de temeraria. Agora e' com a justiça.
ReplyAbre o bico, Graça!
ReplyUma delação premiada lhe cai bem!