(Da coluna "Professor Aloprado", de Dora Kramer, no Estadão) É a velha, batida, mas imprescindível lição que político bom no ramo
não dispensa: a esperteza quando é muita vira bicho e come o dono. Há
outras duas a completar uma trinca de ouro: só bobo briga e segredo é a
alma do negócio. No afã de pôr em prática um plano
para enfraquecer o PMDB a fim de retirar oxigênio do partido, reformular
o perfil da aliança, reforçar partidos até então periféricos e
alimentar a criação de novas legendas, o governo violou as três regras.
Os
articuladores do Planalto só faltaram anunciar no Diário Oficial suas
pretensões, tão atabalhoados e explícitos foram os gestos para alijar o
principal aliado. A presidente Dilma Rousseff cuidou da arrumação na
área econômica e deixou a política a cargo do chefe da Casa Civil,
Aloizio Mercadante.
Jogou o PMDB para a periferia
ministerial, concentrou no Palácio o poder decisório político e de
interlocução com o Congresso com pessoas da estrita confiança
presidencial, mas sem a necessária experiência nem o indispensável
trânsito no Parlamento.
A prova na incompetência está na
queimada na largada. O PMDB captou de início o plano. E, ao perceber, se
uniu. O movimento para enfraquecer, fortaleceu como se viu na
manifestação da executiva do partido em prol das candidaturas às
presidências da Câmara e do Senado. O recado foi direto: quaisquer
hostilidades dirigidas aos candidatos, notadamente ao deputado Eduardo
Cunha, serão interpretadas como agressões ao conjunto dos pemedebistas.
Em
miúdos, disse o seguinte: "Mexeu com ele, mexeu conosco". A declaração
de guerra de quem pode estar prestes a renovar a posse do comando de um
dos Poderes da República não seria necessária se entre os arquitetos
palacianos não vigorasse a enganosa tese de que os líderes do PMDB são
provincianos a serem passivamente passados para trás em troca de
migalhas de fisiologismo.
Pois se a ideia era enfraquecer,
os fatos mostram que o Planalto até agora só conseguiu fortalecer o
partido. Por exemplo, a manobra trouxe de volta à cena o ex-deputado
Geddel Vieira Lima, oposicionista até então atuando só nos bastidores e
desde ontem autorizado a dar em nome do partido declarações tais como "o
PMDB vai olhar com lupa" as atitudes do governo a partir do momento em
que assumir o comando do Congresso.
A manifestação da
executiva quer dizer também que os ministros do PMDB, mesmo os nomeados à
revelia da direção, não fiquem à vontade para atuar em prol dos
interesses do governo quando esses contrariarem os do partido, pelo
simples fato de que não se respeitou a regra do segredo como a alma do
negócio.
Gilberto Kassab e Valdemar Costa Neto,
patrocinadores de novas legendas a serem criadas com o objetivo de
aliciar parlamentares da oposição e do PMDB, podem até ser braços
armados pelo Planalto. Mas, diante de urdidura tão explícita, é de se
perguntar se raposas desse jaez estariam dispostas a brigar com os
presidentes da Câmara e do Senado para prestar serviço ao Planalto.
Talvez prometam, mas provavelmente não entreguem a mercadoria.
12 comentários
Coronel,
Replyrepito, não é a toa que o PMDB sempre foi poder. E forte.
Felizmente, para o bem do futuro do Brasil, dilma é uma anta e mercadante um trapalhão aloprado. A primeira pensa que já é uma ditadora de fato e de direto e, com isso, resolveu brigar com todo mundo: eleitorado, militantes de outras alas petistas, mercado e principalmente (ainda bem), com lula, corja inclusa e o poderoso pmdb. Quanto ao mercadante, bem, esse não passa mesmo é de um réles mercador.
ReplySituações como essa levam a concluir que dilma deverá ser mesmo, dilma a breve, que deveria jamais ter sido. Infelizmente por obra do vigarista e agora traído lula.
Marcos Pereira
Está explicado porque o barba X-9dedos, não queria o merdandante por perto.
ReplyQuanto mais ele "empina" menor elle fica, ou por outra, quanto mais elle tenta sair da pocilga mais chafurda.
Fica cada vez mais claro que a nossa salvação, com a queda da Dilma, não é o Aécio Neves e membros políticos da oposição, mas simplesmente o aloprado Aloisio Mercadante Oliva. Este é fera em incompetência.
ReplyTenho afirmado sempre de que o PMDB é o freio do projeto de poder do PT. É a pedra no sapato do Foro de SP. A sigla do partido deveria significar Poder Moderador da Democracia Brasileira, tal a importância desse partido, mesmo sendo corrupto, para a manutenção da democracia.
ReplyMinha tese é que temos duas opçes para nos livrarmos do totalitarismo: a primeira, mais radical, seria uma intervenção militar; a segunda, na malandragem, seria o movimento de impeachment promovido pelo PMDB, ficando no comando do poder central do país e afastando o PT definitivamente, e, com ele, a ameaça de entrega do Brasil à subordinação a Cuba.
Não é apenas a democracia que está em jogo, nem a defesa das nossas liberdades e direitos fundamentais. É a SOBERANIA do Estado Brasileiro que está amplamente ameaçada com a continuidade do PT no poder. Só isso já justifica o impeachment da presidente. Nem precisamos apelar para a famigerada rede de corrupção implantada no poder. Basta saber enquadrar as coisas corretamente.
Quem compra diploma de doutor, não tem credibilidade nenhuma.
ReplyA gente já sabia que inteligência não é o forte da mulher. Fazer de Mercadante seu conselheiro político mostrou que, além de burra, a dita cuja é suicida.
ReplyO pt quer engolir o pmdb. O que vai dar isso? E esse Kassab, hein? Por favor, estado de São Paulo, tira esse cara da política, não o elegendo para nada.
ReplyPENSAR QUE ESSE INDIVIDUO É FILHO DE GENERAL...
ReplyEntão eu pergunto: como é possível que o PT, especialmente a Gilma, ainda esteja no poder, considerando que só faz trapalhadas, malfeitos e idiotias? Fora o tamanho da capivara da quase totalidade da equipe. O que falta pra este país de bananas tirar esses comunas de onde estão?
ReplyO PT está,à semelhança de cobras,começando a trocar a pele.
ReplyRadical Livre
Vc conhece o bom gestor pelos seus auxiliares.
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