Nomeado pelo então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um
diretor da pasta é suspeito de ter ajudado uma empresa que foi usada por
doleiros a obter um acordo de R$ 31 milhões para que um medicamento fosse
produzido por laboratórios públicos, segundo papéis da Operação Lava Jato, da
Polícia Federal. O acordo foi assinado em dezembro passado, quando Padilha
estava no ministério.
E-mails apreendidos pela PF apontam que o diretor de
produção industrial e inovação do Ministério da Saúde, Eduardo Jorge Oliveira,
teria ordenado que a Labogen, empresa cuja folha de pagamento é de R$ 28 mil
mensais, se associasse com a EMS, o maior laboratório do país, que teve um
faturamento de R$ 5,8 bilhões em 2012.
PARCERIA DESIGUAL
A primeira dúvida dos policiais foi: o que um gigante do
ramo farmacêutico faz com uma empresa que não tem mais do que 20 funcionários
em Indaiatuba, no interior de São Paulo? Os policiais também estranharam que a Labogen não tivesse
nem licença da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para produzir
medicamentos. Uma das suspeitas da PF é que a Labogen tivesse o papel de
pagar propina para obter o negócio com a Saúde. A parceria da empresa com a EMS visava a produção de 35
milhões de comprimidos por ano de cloridrato de sildenafila (o Viagra),
indicado pelo ministério no tratamento de hipertensão pulmonar.
O Laboratório Farmacêutico da Marinha era o parceiro público
das outras duas empresas, uma exigência do programa da pasta. O objetivo da
parceria é injetar tecnologia nos laboratórios públicos. Ontem, após ser questionado pela Folha e ter acesso à
investigação da PF, o ministério suspendeu a parceria e decidiu abrir uma
sindicância para investigar o diretor citado nas mensagens. Os R$ 31 milhões seriam pagos em cinco anos, após os
parceiros começarem a entregar a droga produzida.
DOLEIROS
A Labogen foi apanhada na Operação Lava Jato porque foi
usada pelo doleiro Alberto Youssef para fazer remessas ilegais de US$ 37
milhões (R$ 85 milhões) simulando importações, de acordo com laudos da PF. A relação da Labogen com o diretor de inovação do ministério
foi descoberta a partir de e-mails interceptados pela PF. Um deles foi remetido
pelo diretor-executivo da Labogen, Pedro Argese, a um dos sócios do
laboratório, Leonardo Meirelles, que foi preso pelos policiais.
Ao visitar a fábrica da EMS, ele diz que "soube que foi
por determinação e indicação' do sr. Eduardo Jorge" que ocorreu a
parceria. "Fato esse derivado dos contatos realizados. Pediu assim que nos
compuséramos e firmássemos parceria entre a EMS e a Labogen para futuras
PDPs". As iniciais são da Parceria para o Desenvolvimento
Produtivo, programa do ministério que visa transferir para laboratórios
públicos a produção de medicamentos.
As mensagens são copiadas para Mauro Boschiero, da GPI Participações
e Investimentos, cujo papel não está claro para a PF. O advogado de Boschiero,
Arnaldo Malheiros Filho, diz que a GPI estava interessada em comprar a Labogen,
mas o negócio não foi adiante. Uma mensagem de Mauro Boschiero levou a PF a aumentar ainda
mais as suspeitas sobre a ilegalidade no negócio com o Ministério da Saúde.
"Deletem-no urgente. As citações que foram feitas derrubam nosso
projeto. O advogado de Boschiero diz que a ordem para destruir a
mensagem foi para evitar que concorrentes soubessem da parceria. (Folha de São Paulo)
5 comentários
É impressionante: por que todos os políticos petistas tem cara de corrupto? Por que será?
ReplyAÍ PADILHA...TÚ JUNTO COM HADDAD EM SÃO PAULO EM? SÓ DEUS NA CAUSA.
ReplyCoronel,
Replyesse povo podre sempre tem alguém também podre, de sua confiança, envolvido em crimes, que passaram a ser ridiculamente chamados de "malfeitos".
Vide Gleise Hoffman e seu pedófilo particular.
Flor Lilás
Isso é para levantar qualquer conta-corrente decaída. Haja vaselina para lubrificar o fiofó do povo com tanto azulzinho superfaturado.
ReplyA midia esta noticiando sobre uma foto da policia federal que envolve Padilha , Marinha e Leonardo Meirelles parceiro do Alberto doleiro . Todos juntos com um tal de acordo entre Ems e Labogen .
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