O endurecimento do controle de gastos na administração de Dilma Rousseff
pesa mais sobre os ministérios entregues aos sócios minoritários da
coalizão governista, o que ajuda a explicar a crise na base de
sustentação parlamentar do Planalto. Uma análise do recente bloqueio de R$ 55 bilhões em despesas previstas
no Orçamento deste ano mostra que as dez pastas entregues a PMDB, PSB,
PR, PP, PDT, PC do B e PRB perderam quase um quarto das verbas de livre
aplicação -exatos 23,9%.
Dono da segunda maior bancada do Congresso, o PMDB do vice-presidente
Michel Temer teve corte de nada menos que a metade das verbas
disponíveis em seus quatro ministérios. Já nas 14 pastas ocupadas pelo PT ou por indicações diretas de Dilma, o
impacto dos cortes ficou em apenas um décimo dos recursos destinados a
compras e investimentos -o levantamento não considera gastos
obrigatórios, como o pagamento de salários e aposentadorias. Os dados explicitam a assimetria da divisão de poder na Esplanada, mais aguda na atual administração.
Os petistas assumem áreas mais prioritárias e, portanto, menos sujeitas a
ajustes, caso de Saúde e Educação, além de postos de decisão, como
Fazenda e Planejamento. Os aliados ficam com a periferia orçamentária destinada ao varejo
político, cujos exemplos principais são as obras e projetos de interesse
de deputados e senadores distribuídas entre Turismo, Integração
Nacional, Esporte, Cidades e Agricultura.Essa lógica já vigorava, com contrastes mais amenos, sob o ex-presidente
Lula. Mas o antecessor de Dilma pôde relaxar controles fiscais e
expandir gastos, prioritários ou não, ao longo de todo o seu segundo
mandato. A generosidade do período, em especial no ano eleitoral de 2010,
contribuiu para alimentar a alta da inflação e deixou como herança a
necessidade de reequilibrar as contas do Tesouro -ainda mais porque a
crise internacional tornou menos provável a sucessão de recordes na
arrecadação tributária.
Com a escassez de dinheiro, tornou-se mais evidente a hierarquia de órgãos, programas e forças políticas.Os ministérios do Esporte (PC do B) e do Turismo (PMDB) sofreram cortes
superiores a 70% de suas verbas livres, formadas principalmente por
despesas incluídas no Orçamento pelos congressistas e conhecidas como
emendas parlamentares. Das pastas entregues aos aliados, a mais poupada foi a dos Transportes,
que concentra obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Mas o
ministério é foco de conflito entre Planalto e PR desde a troca de
Alfredo Nascimento por Paulo Passos, preferido da presidente. Cidades, do PP, também escapou de um corte maior por abrigar o programa
Minha Casa, Minha Vida, sobre o qual, porém, o partido tem pouca ou
nenhuma influência. As pastas da cota do PT e de Dilma já respondiam por 75% dos recursos
disponíveis na Esplanada. Após o corte, a fatia subiu para 78%.(Folha de São Paulo)
3 comentários
Cel,
ReplySempre entra vigor a velhaquice, a malandragem, tipica dos petralhas. E tambem, isso eh ainda a conta da eleicao do poste movido a ponto eletronico.
Já que a Fiona quer fazer um corte de despesas, deveria começar cortando ministérios inuteis.
ReplyEstou adorando ver a base do governo se f*****o. Dá-lhe Dilma. Dá-lhe PT.
ReplyEsse pessoal não sabe se colocar em seu devido lugar. Então o PT desce o sarrafo a reio no lombo dos insurgentes até domá-los por inteiro.
Merecido!