Uma mão lava a outra. Haja água para tanta lama.

Em março de 2010, ele declarou o seu apoio à Dilma, dando o tom da campanha eleitoral muito antes dela começar: "Ela tem condições de levar esse legado em frente, até porque Lula vai ajudar. A Dilma tem todas as condições pelos conhecimentos dela, e até porque o Lula vai ajudar. Ele não vai ficar omisso." Em junho de 2010, foi a sua mulher que reuniu 40 amigas para um chá da tarde, para conhecer "as idéias de Dilma". Um dia depois da eleição de Dilma, ele fez uma carta para todos os funcionários, onde dizia: "Desejo muito sucesso a Dilma. Que Deus a proteja, lhe dê saúde e ilumine seu caminho. De minha parte, continuarei trabalhando firme para ajudar a construir um Brasil melhor, mais humano e solidário. Continuarei fazendo aquilo que acredito ser a maior contribuição de um empresário comprometido com o seu país e com o social: crescer sustentavelmente, gerar empregos e contribuir com o aumento e distribuição de renda".

Abílio Diniz, presidente do Grupo Pão de Açúcar não foi ministro porque não quis. Agora está explicado. O BNDES está colocando R$ 4 bilhões na sua mão para que ele domine 32% do varejo de alimentos do país. Leia, abaixo, matéria da Folha de São Paulo:

Contra a vontade do sócio francês Casino, o empresário Abilio Diniz se associou ao banco BTG Pactual e ao BNDES para comprar as operações do Carrefour no Brasil, formando um gigante sem concorrente à altura e com 32% do varejo supermercadista brasileiro. Para viabilizar o negócio, o banco BTG Pactual, de André Esteves, propôs uma complexa engenharia financeira que colocará os brasileiros na posição de maiores acionistas do Carrefour no mundo.

No Brasil, Pão de Açúcar e Carrefour passarão a ter 2.386 pontos de venda em 178 municípios, com receita anual de R$ 65 bilhões. Isso se a operação for aprovada. Já a nova empresa terá 11,7% do Carrefour mundial. Há temor de que o poder da nova rede se reflita nos preços aos consumidores, reduza o poder de barganha de fornecedores e motive a demissão de funcionários. 

O dinheiro para viabilizar o negócio -que será questionado no Brasil e no mundo pela defesa da concorrência- virá do BNDESPar, braço de investimento do banco. Com o argumento de criar um "campeão nacional", o BNDES já se comprometeu a aportar R$ 3,91 bilhões -85% do necessário-, tornando-se sócio da empreitada, com 18% da empresa que nasce. A empresa já é chamada no governo de "AmBev do varejo", em alusão à cervejaria brasileira que dominou o mercado global de bebida. Os R$ 690 milhões restantes (15% do total) virão de um fundo do BTG Pactual, que ainda emprestará R$ 1,15 bilhão à nova empresa.

Segundo o Pactual, a fusão trará ganho de R$ 1,6 bilhão por ano com sinergias (economia de custo).Em algumas áreas, como São Paulo e Rio, haverá uma sobreposição de 5% a 8% de algumas lojas, que poderão ser vendidas ou fechadas. A notícia foi bem recebida pelo mercado. As ações PN (sem voto) do Pão de Açúcar subiram ontem 12,6%, com a expectativa de alta no lucro. O negócio obriga os franceses do Casino, o maior acionista do Pão de Açúcar, a perder o comando no Brasil (comprado há cinco anos de Abilio) e ainda a virar sócio do Carrefour no mundo. Se concretizado de fato, o Casino chegará, indiretamente, a 3,5% do capital do Carrefour. Pode até se tornar o maior acionista individual do rival, caso o fundo Blue Capital, que tem 11%, saia. O Casino pagou para assumir o controle do Pão de Açúcar a partir de julho de 2012. Sozinho, pode vetar a união com o Carrefour.

O grupo francês diz que a proposta de fusão é ilegal, ocorreu sem sua participação e que recorrerá para inviabilizá-la. Quando soube que Abilio procurara o Carrefour, levou o caso a câmara de arbitragem internacional. A operação passou longe dos executivos que tocam o dia a dia das empresas. Foi acertada por acionistas. No caso do Carrefour, pelos gestores Blue Capital e Colony e por Bernard Arnault (controlador da Louis Vuitton), que pressionam para recuperar o capital investido. Na semana passada, o Carrefour aprovou a cisão da marca Dia, bandeira popular, que deverá ser vendida. Para o Carrefour, a união com o Pão de Açúcar resolve dois problemas graves. Primeiro, acerta o foco da operação no Brasil, reduzindo a exposição no segmento de grandes hipermercados, modelo que perde apelo nas grandes cidades. Depois, abre caminho para a saída de investidores do Carrefour.

9 comentários

Que saudade dos Generais!
(pensando...........)
Coronel, o que precisamos fazer para o senhor ser promovido a General?!

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Bom dia Coronel e amigos coturneiros

Dinheiro do BNDES significa dinheiro público, erário.
Adivinha quem vai pagar a conta
Outro lado negro e hostil da negociata atinge em cheio os fornecedores, eles arrocham ao máximo as negociações de compras, regateando a ponto de quebrar qualquer pequeno empresário. Experiência própria.

Sorocaba - SP - Abraço a todos

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O BNDES financiará, com MEU dinheiro:
1- redução de empregos no carreçucar
2- redução de empregos nos fornecedores
3- aumento de preços aos consumidores
4- quebra de pequenos comerciantes
5- quebra de pequenos fornecedores
6- desestímulo à entrada de novos competidores no varejo brasileiro
.
Mas, ao mesmo tempo MEU dinheiro pagará:
7- aumento da riqueza do Sr., Diniz, habitual financiador das campanhas petralhas
8- redução do prejuízo de uma empresa fancesa
9- festas em Paris, para comemorar a fusão e a redução do prejuízo
10- aumento do investimento de uma empresa francesa na China - livre do problema brasileiro, o carrefour vai consertar sua operação chinesa, também problemática, com dinheiro MEU

Sem falar nas propinas aos petistas (desculpe a redundância)

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Tem que se fazer pressão para o Gov explicar direitinho a participação do BNDES nessa maracutaia.

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Gente, impressão minha ou abilio diniz tá fazenddo a festa desde q o lulo-petismo chegou ao governo? era visivel q o pão de açucar tava na lama há uns 10 anos... de repente tá até comprando o carrfeour.... estranho, muito estranho.... tudo bem q ele captou dinheiro na bolsa, mas pra comprar ações ele deve ter recorrido ao bndes... será q pagou ou tá pagando?

pão de açúcar, eike batista e o grupo do boi... verdeiras fábricas de novos riquíssimos... é o brasil acabando com a ´miseria...

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Lema do governo (?) Petista: "Governar é enriquecer a família Silva, Diniz e Batista" (@fitzca)

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Bem... Por muito menos o Collor de Mello recebeu o impeachment.
Este país virou terra dos políticos e dos safados e o povo bem enganado só se ferra!
Até quando teremos que engolir estas safadezas?
FORA PT E ALIADOS!

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Mais uma vez, entra o BNDES para patrocinar e financiar a formação de oligopólios privados. Por que esse pessoal precisa de recursos do banco de fomento? E por que o BNDES precisa ser sócio?

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Na minha cidade, supermercados, só os cartelizados.

E ninguém fala francês por aqui...

Assim não dá!

Agora fico pensando: bem-feito pro Abílio que foi sequestrado por um bandido que usava uma camiseta do PT.

Ficaram amiguinhos. Pra roubar mais e melhor, entendem?

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