Tudo tem limite.

A cena do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) rasgando uma Medida Provisória que tratava de seis ou sete assuntos, uma verdadeira árvore de natal, no plenário do Senado, demonstra claramente que estamos vivendo uma ditadura disfarçada de democracia. Quando não temos um Legislativo mostrando toda a sua fisiologia, temos um Legislativo sendo tratorado pelo Executivo. Agora, segundo o Painel da Folha,  ganha força no Planalto a ideia de tentar adiar para além da próxima terça a votação do encrencado Código Florestal. Os motivos são a certeza de derrota -calcula-se que o texto de Aldo Rebelo (PC do B-SP) conte hoje com cerca de 350 dos 513 votos da Câmara- e o ceticismo quanto às chances de convencer o relator a fazer mudanças suficientes para contentar a bancada do PT, isolada com o PV no combate ao projeto. Enquanto isso, a maioria contrariada com a perspectiva de novo adiamento ameaça dar o troco em votações como a (secreta) que definirá o próximo ocupante de vaga no TCU, no início no segundo semestre. Para tudo existe  um limite e o governo está esticando a corda. Uma revolta no campo, trazida para Brasília, pode ter proporções enormes. Provocar vagabundos de sindicatos e movimentos sociais é uma coisa. Provocar quem trabalha de sol a sol sem ajuda do governo é outra. 
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Do Estadão:

A base de apoio da presidente Dilma Rousseff na Câmara rachou e não aprovará a reforma do Código Florestal sem novos recuos do governo. O cenário para a próxima tentativa de votação do projeto no plenário, marcada para terça-feira que vem, indica novas concessões na recuperação da vegetação nativa às margens de rios e na área de reserva legal nas propriedades. As concessões em negociação poderão reduzir a exigência de recuperação da vegetação nativa às margens de rios mais largos, cujas áreas de preservação permanente chegam a 500 metros.

O governo sinaliza que poderá aceitar a recuperação de apenas 100 metros nas APPs acima de 200 metros. O restante seria considerado área de ocupação consolidada. Outro recuo beneficiaria um número maior de proprietários rurais na dispensa de recuperar a reserva legal das propriedades. Além de produtores da agricultura familiar, ganhariam o benefício também produtores que trabalham em cooperativa.

Esse cenário de novas concessões ganhou corpo ontem, depois da reunião da véspera de líderes governistas, três ministros de Estado e o relator do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). A reunião, realizada no gabinete do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), deveria selar um acordo na base de apoio. O resultado, porém, foi uma demonstração da fragilidade do governo Dilma no primeiro grande teste de votos depois da fixação do salário mínimo em R$ 545. 

Na base de Dilma, os ruralistas são maioria, e o adiamento da votação foi uma forma de evitar a derrota iminente do governo no plenário da Câmara. Ganhou-se tempo para uma nova tentativa de acordo. A fragilidade do governo começou a ser exposta pelo próprio líder do governo na Câmara. Anfitrião do encontro de anteontem à noite, o deputado Cândido Vaccarezza alegou que a presidente Dilma Rousseff enfrenta pressões internacionais para preservar o meio ambiente. Mas cuidou de lembrar que ele mesmo apoiava a proposta do relator, contra a nova proposta avalizada por Dilma. 

Até aquela altura, a presidente insistia em limitar aos produtores da agricultura familiar o benefício de não ter de recuperar a reserva legal das propriedades. O governo acenava também com a possibilidade de tratar dificuldades de recuperação da vegetação nativa às margens de rios mais largos por decreto. Diante dos argumentos em defesa de benefícios a um número maior de produtores rurais, pesou pouco a ponderação do líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP). Em meio ao debate, o deputado lembrou: "O trem do governo é pesado." A força da expressão será posta em teste na próxima terça-feira.

9 comentários

Coronel,
há muito, inclusive desde da época do FHC, com a criação das ongs e a defesa explicita e nefasta aos direitos de bandidos e assassinos, estávamos caminhando para a famosa ditadura branca. Até onde isto vai nos levar é que é a grande interrogação.

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Coronel

Diante da sanha de sempre querer ganhar o governo está acendendo um estopim no campo. Brincando com fog, e pode se queimar.

Isto pelo simples prazer de querer mostrar que tudo pode. Se a Câmara não reagir agora, depois será tarde demais.

Esperemos que isto não aconteça.

Mas, ver para crer.

General Maximus Decimus Meridius
Curitiba-PR

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Coronel,

meu desejo é que SE REVOLTEM!!!

Chega de passividade diante de tanto abuso.
Chega de silêncio e mordaça nas queixas reais e necessárias.

Chega de silêncio aceitando essa corja ditadora que nos impõe absurdos.

Vejamos a barbaridade que virou o Correio brasileiro. Era uma empresa confiável e de alta qualidade.

Acabaram com a Vale!
PRIVADA E DANDO LUCRO!!
APARELHARAM A MELHOR E MAIS EFICAZ EMPRESA DO BRASIL PARA GANHAR MAIS DINHEIRO, ROUBAR E DESVIAR.

CHEGA. CHEGA. CHEGA.
BASTA. BASTA. BASTA.

Mãos à obra brasileiros.

Amei ver o que o Senador Demóstenes fez.
Ridículo colocarem vários tópicos, totalmente diferentes para serem aprovados em bloco! É um ardil capcioso para empurrar mais horrores ao nosso país.

ABAIXO A DITADURA!!

SENADORES DO BRASIL - OS DIGNOS- ABRAM OS OLHOS, GRITEM E EXIJAM O CORRETO.
PRECISAMOS DE VOCÊS COMO NOSSOS REPRESENTANTES.

E por último digo:
SOCORRO GENERAL HELENO...
SOCORRO BOINAS VERDES...
FIQUEM A POSTOS.

Flor Lilás/PR

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1) J. Freire-6 de maio de 2011 08:29, as organizações não-governamentais existiam muito antes de FHC entrar para a política. Nada a ver com "a época de FHC". As ONGs não são necessariamente ruins. O problema é quando são capturadas por partidos e governos e até criadas e inspiradas por eles. É isso que deve ser combatido.
2) Fez muito bem o Senador Demóstenes denunciar o calhamaço da MP cheia de penduricalhos. Absurdo. O Senador deveria queimá-la e mandar as cinzas para o governo.

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Coronel
Ontem ouvi o comentário da miriam leitão na cbn. É de embrulhar o estômago. A bacana quer porque quer a recuperação das áreas já desmatadas. Algo econômicamente inviável e dificil implementação. Por uma questão de lógica então deveríamos fechar o país e devolver aos indios, afinal São Paulo a 500 anos atrás era uma mata exuberante.
Sou produtor rural no Tocantins. De uma área de 520 ha, tenho que preservar 35% ou seja 182 ha. Mais 50 ha de APP beira de rio e lagoas perfazendo um total de 232ha. É muita terra. Acho perfeito que seja preservada. Porém o ônus deve ser de toda a sociedade e não de um individuo em particular.
Além disso tem a tal função social da terra. Na hora de comprar os insumos e implementos tenho que pagar preços de mercado. Pago pelo diesel do trator o mesmo preço que o bacana da cidade paga pra abastecer sua Hillux.
Aliás um trator é mais caro que um carro de luxo. Em um país sério teria que ter uma contrapartida financeira para a tal função social e para a preservação ambiental, coisas que são de interesse geral da sociedade. Acho incrível a passividade que nós produtores aceitamos goela abaixo essas imposições.
Função social, passivo ambiental, recomposição, etc, etc. Na realidade o produtor é a Geni do Brasil.Somos achincalhados diuturnamente, ruralista passou a ser pejorativo, um verdadeiro xingamento.

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Asquerosa é a declaração de Romero Jucá taxando toda a população de idiota ao justificar que o acúmulo de vários temas sem nenhuma ligação numa unica MP foi uma medida governamental para reduzir o número de MP´s, a pedido dos congressistas. Tenha a paciência, "senador". Não meça os outros pela sua régua. Deveria ter vergonha de dizer isso. Volte ao 1º grau e comece de novo.

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vacca rezza.

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Cel.

Está na hora dos parlamentares a favor do Código Florestal virar a mesa!!!! Eles não devem ceder à vontade do Executivo, de Ongs, verdistas, e seja lá quem for.

Quanto à MP que contemplava vários assuntos, vibrei com a atitude do Senador Demóstenes Torres! É desta forma que devem se portar os senadores.

A Dilma acha que pode enfiar goela abaixo seu mando, que se cuide, pois o feitiço volta-se sempre contra o feiticeiro.


Chris/SP

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Anônimo de 6 de maio de 2011 11:22

Pensei exatamente a mesma coisa em relação ao comentário ridículo do Sen Romero Jucá.

Vale a pena encher a caixa de correio dele e mostrar que não somos idiotas!

Quem quiser, aí vai o endereço:
romero.juca@senador.gov.br

"Prezado Senadro Jucá,

vergonhoso seu comentário na sessão de ontem ao dizer que as MPs foram incluídas em um mesmo processo para diminuir o número das mesma!

Aqui, a ordem dos fatores, como em boa matemática, não altera o produto, isto é, seu número final.

É a notória a má-intenção resguardada por esse propósito espúrio de poupar o parlamento em seu tempo e disposição, diminuindo o número de MPs desta forma!!

Elas todas estão lá, embutidas em textos confusos, tentando se aproveitar de momentos de distração, de cansaço dos que avaliam e votam, e enganar os trouxas, que hoje em dia são todos os brasileiros.

Estamos fartos de sermos enganados, usurpados de nossos direitos, roubados por altíssimos impostos, abusados por facatruas que sempre ficam impunes, vilipendiados por políticos corruptos e mentirosos que pensam que todos os brasileiros são idiotas.

Pois não sou.
Sei muito bem das artimanhas que este atual governo tem usado para nos enganar.
Esta é apenas mais uma delas.

Att,

Brasileira farta de ser enganada."

Flor Lilás/PR

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