Uma aula de pátria.

José Serra(PSDB-SP) fez duas viagens na semana que passou. Foi à Minas Gerais e ao Rio Grande do Sul. Em Minas Gerais, foi recebido com gritos de "Aécio, Presidente", pelos funcionários públicos estrategicamente colocados na sua passagem ao lado do governador mineiro, para delírio da imprensa e do PT, eternamente agradecidos ao neto de Tancredo pela "calorosa" recepção ao paulista. Dizem que Aécio gostou tanto da recepção que, agora, ofereceu-se à Serra para coordenar a festa de lançamento da sua candidatura. Na terra de Tiradentes, o que corre é que Aécio, que tem como pátria o seu estado, deseja mesmo é montar um cadafalso e não um palanque para o paulista. A segunda viagem de José Serra foi ao Rio Grande do Sul, para visitar a tradicional Festa da Uva. A cidade, administrada pelo PMDB, recebeu Serra como candidato à presidência. Visitou parte dos pavilhões ao lado da governadora Yeda Crusius(PSDB-RS), que foi massacrada durante todo o seu mandato por um esquema criminoso armado pelo PT. A partir de determinado momento, Serra foi deixado sozinho pela governadora, para circular com outros partidos apoiadores, dentro do fairplay que caracteriza o comportamento político do povo do Rio Grande. Até Tarso Genro(PT-RS) dividiu palanque com ele e nenhuma palavra de ordem foi gritada por correligionários de ambas as partes. O paulista, na Serra Gaúcha, não ouviu nenhuma vaia, apenas aplausos, cumprimentos e palavras de apoio. Possivelmente, José Serra ainda não contabilizou o efeito da sua visita na alma dos gaúchos. O fato de que, na semana em que o PMDB do Simon decidiu ficar ao lado do PMDB do Sarney, ele esteve ombreando Yeda Crusius, absolvida de todas as calúnias contra ela levantadas, turbina a reeleição mais do que justa e merecida da governadora, enterrando de vez o neofisiologismo do PMDB gaúcho e o terrorismo do PT. Por sinal, Yeda é paulista e governa o Rio Grande, Grande de grandeza. Se olharmos a história de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, mil perdões, não há nenhuma dúvida sobre quem foi mais decisivo na política brasileira. Se olharmos a história da oposição na era lulista, também não há comparação. José Serra sentiu esta diferença na pele, na semana que passou. Foi recebido com flores e espinhos. O Rio Grande do Sul já foi, efetivamente, uma pátria, mas soube voltar a ser brasileiro. Que Minas mire-se.