De Igor Gielow, artigo na FSP:
Com 2009 moribundo, uma avalanche de análises da era Lula é previsível. O problema é que toda essa avaliação será contaminada pela campanha, na qual Lula fará de tudo para eleger Dilma Rousseff, sua Medvedev de saias. E a real qualificação dos acertos e erros dos oito anos do petista será embotada, de lado a lado, pela aposta no "nós contra eles".É do jogo. Mas é notável como esse clima ácido que se anuncia carrega também uma das marcas indeléveis desses oito anos: o estímulo à cultura divisionista da sociedade.Curiosamente, Lula foi eleito com um discurso conciliador ("Carta ao Povo Brasileiro", José Alencar na vice). No poder, a acomodação pragmática (manutenção da política econômica) e a dissolução moral (mensalão e alianças com os Judas de ocasião) reforçaram a ideia de um grande pacto.Mas tudo isso é permeado pela virulência ressentida contra "os outros". Amparado pela enorme popularidade, Lula levou sua logorreia a níveis inéditos. O palavrão no palanque não é detalhe, é ato falho traindo o ethos do poder lulista.Com a oposição catatônica, é de se esperar um novo patamar de agressividade a fim de liquidar o jogo rapidamente. Caso haja reação, será no mesmo nível. Em qualquer cenário, não será bonito de ver.
Com 2009 moribundo, uma avalanche de análises da era Lula é previsível. O problema é que toda essa avaliação será contaminada pela campanha, na qual Lula fará de tudo para eleger Dilma Rousseff, sua Medvedev de saias. E a real qualificação dos acertos e erros dos oito anos do petista será embotada, de lado a lado, pela aposta no "nós contra eles".É do jogo. Mas é notável como esse clima ácido que se anuncia carrega também uma das marcas indeléveis desses oito anos: o estímulo à cultura divisionista da sociedade.Curiosamente, Lula foi eleito com um discurso conciliador ("Carta ao Povo Brasileiro", José Alencar na vice). No poder, a acomodação pragmática (manutenção da política econômica) e a dissolução moral (mensalão e alianças com os Judas de ocasião) reforçaram a ideia de um grande pacto.Mas tudo isso é permeado pela virulência ressentida contra "os outros". Amparado pela enorme popularidade, Lula levou sua logorreia a níveis inéditos. O palavrão no palanque não é detalhe, é ato falho traindo o ethos do poder lulista.Com a oposição catatônica, é de se esperar um novo patamar de agressividade a fim de liquidar o jogo rapidamente. Caso haja reação, será no mesmo nível. Em qualquer cenário, não será bonito de ver.
6 comentários
Gostaria de dividir este interessante texto com os seus leitores .Texto do blog do André Forastieri:
Reply"Em 2010, vamos eleger um novo presidente. Muito papo vai correr sobre as conquistas do mandato de Lula. Como Dilma vai dar continuidade. Como Serra vai avançar ainda mais.
É exatamente a hora de baixar a bolinha dos marketeiros. E deixar dolorosamente claro o seguinte: o Brasil continua – e continuará – sendo um país de merda.
É um país cada vez mais rico. Com um povo que continua muito, muito, muito pobre.
Tanto se falou sobre a entrada de 20 milhões de brasileiros na classe C, vindos das classes D e E. Hei, eu sou o último cara a reclamar do Bolsa Família e cia.
Mas, na boa, é um pinguinho d’água no oceano. Os números falam mais alto que qualquer propaganda política. A famosa classe média – de que todo mundo acha que faz parte – tem fronteiras bem delimitadas nas pesquisas.
Trata-se de gente que tem nível de renda entre R$ 1.752.00 (classe C1, o alto da C) e R$ 2.326,00 (classe B2). São 31% dos domicílios. A classe A, a elite do país, representa 3% da população. Esses são os ricaços?
Não. Pelo critério de classificação socioeconômica atual, qualquer um que possui renda superior a R$ 3.267,00 pertence à classe A. E o topo da pirâmide?
É a classe A1, com renda pessoal acima de R$ 4.427,00. Um pouco mais de três mil, e você está na classe A. Quer dizer: 97% dos trabalhadores brasileiros ganham abaixo de três paus e pouco!
E toca pagar imposto alto em tudo, e mais médico, dentista, escola, vigia da rua…
Sei que o Brasil enfrentou a crise melhor que outros países. E que tem pré-sal, copa, olimpíada, mulher gostosa e o escambau. Mas vamos diminuir o tom triunfalista, que tá dando engulhos.
O Brasil não é pobre: é pior que pobre. É um pai rico e injusto com seus filhos. O Brasil dá tudo para zero, vírgula zero nada dos brasileiros. E uma banana para a maioria.
Estamos avançando? Estamos.
Mas se continuarmos avançando na mesma velocidade dos últimos oito (ou 16?) anos, o Brasil só será um país justo lá pelo século 25.
Infelizmente, em 2010 vamos eleger um cara – ou uma mulher – que vai manter a coisa na mesma toada. É cruel. Mas é a real."
Pôr isso tudo.
ReplyGen. Heleno para Presidente.
Ao anonimo das 19:37.
ReplyObrigado pela postagem.
O Brasil do texto infelizmente e o Brasil real. Com os petrossauros no poder continuara a ser um pais de merda onde paga-se impostos escorchantes para continuar c/ escolas mediocres, sistema de saude de merda e politicos corruptos.
E aposto que os banqueiros continuarão fazendo a festa que andam fazendo, pois nunca a banca mundial ganhou tanto como com esse infeliz falastrão.
ReplyQuem dera, Luis Augusto... quem dera...
ReplyEl coño bolivariano que se hizo "marxista"...
Replyhttp://www.youtube.com/watch?gl=US&feature=player_embedded&v=U4JO38gOqOc
Y ahora molusco?