O texto abaixo, de Lúcia Valentim Rodrigues, descreve suas emoções sobre o prédio.
"Tomo de empréstimo o título da obra-prima do compositor Adoniran Barbosa, símbolo maior de uma São Paulo antiga, com cara de passado. Nossa "Saudosa Maloca" é o Copan. Mais precisamente o nosso apartamento, no número 108 do bloco B --cuja chave da porta ainda mantenho no chaveiro, mesmo após quase dois anos, sem saber muito bem o porquê. Também não sei o que nos fez certa vez, após um jantar na Pizzaria Copan, tentar abrir a porta do nosso antigo apartamento, mesmo faltando uma chave.
Ouvir, hoje em dia, essa música de Adoniran me faz lembrar de um tempo que parece ter ficado lá atrás, mas que ainda traz saudade. Ainda bem que não preciso pedir licença para contar, até porque todo mundo ainda tá lembrado.
Não chegamos a morar numa "casa véia" nem num "palacete assobradado". Nossa maloca estava diretamente construída no "edifício arto", que -ainda bem-- continua lá, porque não vieram "os home cas ferramentas" pra derrubar.
As curvas do Copan permanecem imutáveis, sempre a lembrar que já pertencemos a algo no Centro e que desejamos voltar para lá.
Claro que nem tudo é tão simples e fácil assim. Cada uma de nós tem seus compromissos e vida afora para cuidar. Mas como esquecer as noites no claro da janela sem cortinas? Os cafés da manhã no TIB --salsichinhas, né, Rê? As festas semanais, em que veio de vizinho a segurança???
Pelo menos, o que nóis pode fazer é, de vez em quando, pra NÃO esquecê, cantarolar assim: "Saudosa maloca, maloca querida, dim, dim, donde nóis passemos os dias feliz de nossa vida".
( Fonte: SAMPACENTRO-COPAN)
1 comentários:
Cabeça de comunista é isso: concretar favela! E nas horas vagas fazer abaixo assinado pró-Fidel.
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