O rombo dos fundos de pensão mais que dobrou em um ano. O
sistema todo fechou setembro de 2015 com déficit acumulado recorde de R$
60,9 bilhões, ante R$ 28,7 bilhões no mesmo mês de 2014. Os dados foram
atualizados pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar
(Previc), o xerife do setor.
O
déficit – que tinha fechado em R$ 31 bilhões em 2014 – foi ganhando
escala ao longo do ano passado: subiu de R$ 36,4 bilhões no primeiro
trimestre para R$ 45,8 bilhões no segundo e alcançou R$ 60,9 bilhões no
terceiro, crescimento de 96% só entre os meses de janeiro e setembro.
Um plano de aposentadoria registra déficit quando os ativos
não são suficientes para pagar os benefícios previstos até o último
participante vivo do plano. Mas, agora, a regulação não exige o
equacionamento de todo o déficit.
A nova norma permite que planos com população mais jovem tenham mais tempo para administrar os desequilíbrios. O Estado
mostrou que a mudança nas regras diminuiu em R$ 7 bilhões o valor do
rombo que teria de ser coberto por empresas, funcionários e aposentados.
As estatais – patrocinadoras dos maiores fundos do País – foram as
principais beneficiárias.
Contribuições. Na norma que estava em
vigor antes, o plano precisava resolver o déficit ao manter por três
anos seguidos resultados negativos ou quando o rombo superava 10% do
patrimônio do fundo.
Nessa situação, os fundos de pensão eram obrigados a aumentar
contribuições dos participantes ou reduzir benefícios; as empresas
patrocinadoras – como as estatais – também eram obrigadas a fazer
aportes nas entidades.
A indústria dos fundos de pensão é composta por 308 entidades,
que administram 1.105 planos de benefício. Juntas, elas detêm R$ 725,3
bilhões em investimentos. Segundo o xerife do setor, dez planos concentram 80% do
déficit de todo o sistema, sendo nove patrocinados por empresas
estatais, das quais oito são federais.
Rendimento menor. A maior parte das
aplicações das entidades é feita por fundos de investimentos (64,6%).
Outros 15% são alocados em títulos públicos. As entidades justificam
que, em 2015, os investimentos renderam menos do que o necessário como
reflexo da recessão econômica e do comportamento da Bolsa de Valores – o
principal índice do mercado de ações de São Paulo, o Ibovespa, acumulou
queda superior a 10% em 2015.
No entanto, casos de fraude e má gestão motivaram a criação de
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara dos Deputados,
para apurar as irregularidades dos fundos ligados às estatais.
Exemplo de investimento sob suspeita que reúne os maiores
fundos de pensão do País é a Sete Brasil, empresa criada para fornecer
sondas para Petrobrás, um dos alvos da Operação Lava Jato. Previ (BB),
Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa) são sócios da companhia, que está à
beira de pedir recuperação judicial.
Esses mesmos fundos também são sócios da Invepar, com quase
25% cada um, juntamente com a construtora OAS, que está em recuperação
judicial depois de se ver envolvida nas investigações da Operação lava
Jato.
Má gestão. O presidente da CPI dos Fundos de
Pensão, deputado Efraim Filho (DEM/PB), diz que as investigações da
comissão vão mostrar que até a metade do rombo dos maiores fundos do
País – patrocinados por empresas estatais – são fruto de gestões
fraudulentas ou temerárias.“Existe uma questão conjuntural, decorrente da crise
econômica, mas a CPI credita uma grande parcela, que pode chegar a R$ 30
bilhões, a uma questão de gestão, de problemas estruturais”, afirma.
Nos casos de fraude, ele cita como exemplo o Postalis
(Correios), alvo de investigação da Polícia Federal por causa de
investimentos atrelados à dívida de países com problemas, como Argentina
e Venezuela. Em relação à gestão temerária, ele cita os aportes dos
fundos, feitos à revelia das recomendações técnicas. Neste caso, segundo
ele, todos os quatro fundos investigados (Previ, Petros, Funcef e
Postalis) apresentam problemas.
O deputado afirma que foi possível identificar três pilares
que se repetem: aparelhamento das entidades, tráfico de influência e
direcionamento dos negócios para interesses político-partidários.A CPI deve entregar o relatório final em março, quando as
investigações serão encaminhadas ao Ministério Público e à Polícia
Federal. (Estadão)
4 comentários
Lembrei da peixinha Doly do filme "Procurando Nemo"
ReplySó que desta vez ela cantava: Continuem a gastar ... Continuem a gastar...kkkkkkkkkk
Gabriel-DF
É necessário ficarmos de olho, pois além do roubo da aposentadoria dos funcionários, pode haver o golpe da reposição do dinheiro com recursos públicos.
ReplyA maioria dos barnabés das estatais eram ou são apoiadores do esquema Lula, que está no poder até hoje, já que a promessa sempre foi garantir e ampliar a grande vantagem de ter um fundo de pensão sustentado pelo povo.
Se estava bom para eles, que fiquem com o prejuízo e se contentem com a aposentadoria do INSS, que é a única opção para a maioria dos brasileiros, cidadãos considerados de segunda classe e que servem para dar sustentação financeira para toda essa podridão.
Se quiserem o dinheiro de volta, que apoiem o fim do PT e vão cobrar uma Justiça rápida, eficaz e imparcial.
SALÁRIO MÍNIMO para aposentado e que quebra o país...
ReplyPENSÃO VITALÍCIA da filha de Sarney inclui 5 funcionários, 1 carro e salário de quase R$ 48 mil
http://www.diariodobrasil.org/pensao-vitalicia-da-filha-de-sarney-inclui-5-funcionarios-1-carro-e-salario-de-quase-r-48-mil#
Como beneficiário de um fundo de pensão de uma estatal lembro aos comentaristas que, talvez não seja de seu conhecimento, todos os assisitidos sempre contribuiram para o seu fundo de pensão e não nos era dada a chance de não faze-lo, simplesmente era debitado de nossa folha de pagamento.
ReplyCom a ascensão do PT no poder vimos os nossos fundos serem surrupiados, investimentos discutíveis, usados pela pelegada e não adiantava acusarmos os malfeitos, tinhamos a PREVIC que deveria estar atenta as falcatruas, mas nada. O PT se LAMBUZOU... (JW).
Não pensem que é o Estado que cobre os rombos nesses fundos, os assistidos é que são chamados para faze-lo sob pena de perder tudo que foram obrigados a contribuir durante sua vida laboral.