(Valor Econômico) Pilhado no centro da decisão que triplicou o valor da verba
orçamentária para os partidos, o PMDB protagonizou suas primeiras
trapalhadas no comando da coordenação política do governo. Tudo começou
em Lisboa, onde o vice-presidente Michel Temer disse que a presidente
Dilma Rousseff poderia contingenciar os recursos do fundo, mas depois
teve de recuar. Por fim, o mesmo Temer declarou que o PMDB abriria mão
de um percentual de sua cota, para ajudar no ajuste fiscal, mas
novamente teve de voltar atrás ao esbarrar em resistências no partido.
Em nota oficial o PMDB apenas afirma que "não usará" parte dos recursos,
um artifício semântico para justificar, mais tarde, o recebimento do
dinheiro.
Na origem do bate-cabeça pemedebista está a sanção da presidente ao
Orçamento de 2015, que prevê a dotação de R$ 867,5 milhões para os
partidos políticos. A quantia é três vezes maior que a proposta inicial
do governo. O valor foi fixado pelo relator-geral Romero Jucá (PMDB-RR)
sob a justificativa de provocar o debate sobre o financiamento público
das campanhas. Na prática, segundos líderes pemedebistas, uma precaução
do senador contra a esperada queda nas doações aos partidos, em virtude
da Operação Lava-Jato. Aprovado pelo Congresso, os recursos para o Fundo
Partidário foram mantidos com a sanção da lei, sem vetos, pela
presidente.
Constitucionalista reconhecido, Temer tropeçou ao dizer que a presidente poderia contingenciar os recursos. O dinheiro destinado aos partidos não pode ser contingenciado, segundo a lei. O objetivo é proteger os partidos de oposição ou as pequenas siglas de eventual retaliação do Executivo. O contingenciamento também é mal visto no Congresso porque em geral é usado pelo Palácio do Planalto para pressionar parlamentares. A reação a Temer expôs a divisão do próprio PMDB. Na volta do feriado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou a sugestão, mas atacou a presidente Dilma em vez de Temer.
"Ela [Dilma] sem dúvida nenhuma escolheu a pior solução", disse. "A presidente fez o que havia de pior. Sancionou um aumento incompatível com o ajuste [fiscal] e disse que vai contingenciar. Fez as duas coisas ao mesmo tempo e errou dos dois lados". Segundo Renan, a presidente "deveria ter vetado [o aumento], como muitos pediram. Aquilo foi aprovado no meio do Orçamento sem que houvesse um debate suficiente". A proposta original da lei orçamentária previa R$ 289,5 milhões para os partidos.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também se manifestou na contra-mão do vice. "Não mergulhei no assunto, mas acho que nem vetar ela poderia, porque se vetasse ia ter que vetar a rubrica inteira, ia deixar os partidos sem recurso nenhum", afirmou. Na realidade, Dilma poderia vetar e depois editar uma medida provisória estabelecendo um valor menor ou até a proposta inicial.
A vice-presidência divulgou depois uma nota na qual Temer "esclarece que buscou contribuir com o debate sobre as medidas para a redução de despesas em benefício do ajuste fiscal".
Em entrevista mais cedo ao Valor PRO, em Madri, onde cumpria agenda oficial, o vice-presidente reconheceu que não seria possível o contingenciamento, mas o PMDB abriria mão de uma parte do acréscimo a que teria direito a receber. Não era propriamente o que estava combinado com os dirigentes partidários. O presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, e o tesoureiro Eunício Oliveira (PMDB-CE), defendem que o corte deveria ser combinado com todos os partidos.
O estatuto do PMDB também prevê repasse automático da verba destinada aos diretórios regionais, que precisariam ser ouvidos. Por isso a nota oficial não diz que o partido devolverá ou não receberá, apenas que "não usará parte dos recursos acrescidos ao fundo partidário", no Orçamento de 2015, como forma de colaborar com o esforço de corte de gastos para a reprogramação da economia brasileira".
Na avaliação de líderes pemedebistas, o episódio é um desgaste desnecessário para o partido que tenta resgatar a credibilidade da articulação política do governo. Ao dizer que a presidente poderia contingenciar os recursos, o vice reconheceu que a sigla exagerou ao triplicar a verba e jogou o PMDB numa agenda negativa - doações de campanha - que é do PT.
Constitucionalista reconhecido, Temer tropeçou ao dizer que a presidente poderia contingenciar os recursos. O dinheiro destinado aos partidos não pode ser contingenciado, segundo a lei. O objetivo é proteger os partidos de oposição ou as pequenas siglas de eventual retaliação do Executivo. O contingenciamento também é mal visto no Congresso porque em geral é usado pelo Palácio do Planalto para pressionar parlamentares. A reação a Temer expôs a divisão do próprio PMDB. Na volta do feriado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou a sugestão, mas atacou a presidente Dilma em vez de Temer.
"Ela [Dilma] sem dúvida nenhuma escolheu a pior solução", disse. "A presidente fez o que havia de pior. Sancionou um aumento incompatível com o ajuste [fiscal] e disse que vai contingenciar. Fez as duas coisas ao mesmo tempo e errou dos dois lados". Segundo Renan, a presidente "deveria ter vetado [o aumento], como muitos pediram. Aquilo foi aprovado no meio do Orçamento sem que houvesse um debate suficiente". A proposta original da lei orçamentária previa R$ 289,5 milhões para os partidos.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também se manifestou na contra-mão do vice. "Não mergulhei no assunto, mas acho que nem vetar ela poderia, porque se vetasse ia ter que vetar a rubrica inteira, ia deixar os partidos sem recurso nenhum", afirmou. Na realidade, Dilma poderia vetar e depois editar uma medida provisória estabelecendo um valor menor ou até a proposta inicial.
A vice-presidência divulgou depois uma nota na qual Temer "esclarece que buscou contribuir com o debate sobre as medidas para a redução de despesas em benefício do ajuste fiscal".
Em entrevista mais cedo ao Valor PRO, em Madri, onde cumpria agenda oficial, o vice-presidente reconheceu que não seria possível o contingenciamento, mas o PMDB abriria mão de uma parte do acréscimo a que teria direito a receber. Não era propriamente o que estava combinado com os dirigentes partidários. O presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, e o tesoureiro Eunício Oliveira (PMDB-CE), defendem que o corte deveria ser combinado com todos os partidos.
O estatuto do PMDB também prevê repasse automático da verba destinada aos diretórios regionais, que precisariam ser ouvidos. Por isso a nota oficial não diz que o partido devolverá ou não receberá, apenas que "não usará parte dos recursos acrescidos ao fundo partidário", no Orçamento de 2015, como forma de colaborar com o esforço de corte de gastos para a reprogramação da economia brasileira".
Na avaliação de líderes pemedebistas, o episódio é um desgaste desnecessário para o partido que tenta resgatar a credibilidade da articulação política do governo. Ao dizer que a presidente poderia contingenciar os recursos, o vice reconheceu que a sigla exagerou ao triplicar a verba e jogou o PMDB numa agenda negativa - doações de campanha - que é do PT.
14 comentários
Coronel,
Replyessa cambada vive na política e da política a vida toda e ainda faz estas trapalhadas toda, imagine para resolver questões que não lhe são da rotina e da sua lavra. Estamos num mato sem cachorro e sem gato. Somente ratos.
Sem dúvida alguma o governo está totalmente sem rumo e agora que o vice Michel Temer está encarregado da descordenação política tanto pior. O país não aguentará até 2018 com esse "desgoverno".
ReplyEsse dinheiro a Dilburra devia somente a oposição com verba indenizatória por ter doado durante 12 anos dinheiro da Petrobras para o PT,PMDB ,PP,PCdoB,PR,PSOL e so o DEM, PSDB, PPS, graças à Deus não fizeram parte da roubalheira que quebrou a Petrobras.
ReplyAgraciados em anos anteriores em Minas protestam devolvendo comenda . Mais um desserviço do PT na figura de Pimentel . Banalizaram a honraria .(EM.COM)(UAI)
ReplyO valor foi fixado pelo relator-geral Romero Jucá do PMDB!!! sorrateiramente! no Orçamento que foi aprovado.
ReplyTodas as explicações foram ridículas. A emenda ficou pior que o soneto!
Absurdo mesmo foi este aumento escorchante diante da crise do país.
FORA DILMA!
FORA PT!
Chris/SP
OFF - IMPORTANTE!
ReplyVIDEO: Caiado desmascara caderno de teses do PT
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) imprimiu o caderno de teses que o PT levará ao seu congresso partidário em junho e leu no plenário trechos das barbaridades escritas, a começar pelo título “Um partido para tempos de guerra”, além das propostas de “demitir ministros capitalistas”, “estatizar a Rede Globo” e “recolocar o socialismo como objetivo estratégico”.
(...)
http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2015/04/23/video-caiado-desmascara-caderno-de-teses-do-pt/
Aplaudo o Senador Caiado! O vídeo é sensacional! Assistam!!!!
Chris/SP
Ao ganhadores por mérito fazem muito bem em devolver as medalhas que receberam no passado.
ReplySe receberam por algum mérito, não podem ser igualados a esses bandidos do PT, que recebem por ser quadrilheiros.
Tanto blá blá blá mas no fim todos os partidos gostaram da mesada triplicada. Por quê não triplicam a verba para a saúde, por ex?
ReplyCoronel,
ReplyQuanto afinal por ano vāo receber os 31 partidos, depois multiplica por 4 anos. Daí veremos o rombo que a Dilma está provacando nos cofres públicos. Quantos bilhōEs serāo gastos com os partidos em 4 anos.?..
Esta é a conta a fazer e falar o que os politicos e. dilma estāo causando ao Brasil
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ReplyNo Jornal da TV Globo de ontem a noite, Carlos Alberto Sardenberg "desenha" aos brasileiros a destruição da Petrobrás patrocinada pelo Partido dos Trabalhadores nos últimos 12 anos:
Entenda como a Petrobras chegou a uma perda bilionária
No final, Sardenberg declara: " DESTRUÍRAM UMA EMPRESA QUE ERA SÓLIDA "
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ReplyMichel Temer é um politico fisiológico, medíocre e decadente.
E justamente por ser fisiológico, medíocre e decadente, ele foi escolhido, e aceito pelo PT, para ser vice da ex-assaltante de bancos.
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A coalizao de compadrio idealizada por Lula e' de uma imoralidade a toda prova. E mostra como o Brasil vem decaindo e perdendo mais espaço no cenario economico e politico mundial. Somos uma piada.
ReplyTodos estão comendo mosca.
ReplyComentário que fiz no Blog do Reinaldo Azevedo e outros:
"Em primeiro lugar estranho o fato desse blog passar a censurar qualquer coisa que contrarie a vontade do dono, em segundo o fato tanto aqui como ali que a Petrobrás calcule a perda com a corrupção em 3% das obras "corruptadas", querendo dizer com isso que a única perda devido à corrupção foi o que se pagou como propina, quanto aos valores das obras,aumentados, virou perdas com outros nomes, ineficiência, erro de projeto, queda nos valores e o escambau, as empreiteiras apenas pagaram as propinas para conseguir as obras que, caso assim não fizessem, a obras "seriam delas mesmas".Com isso a Petrobrás forneceu munição para que essas empreiteiras paguem apenas 6 bilhões. (Esse comentário está sendo feito inicialmente no Rei dos Blogs, o do Reinaldo Azevedo)
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/mercado-externo-reage-bem-a-balanco-por-enquanto/#comments"
Que rataiada!!A fome deles é grande demais!O movimento de rua deveria pressionar pela reforma política,a única maneira de conter a fome desses políticos!Eles nunca vão cortar a mordomia deles mesmo!Piores partidos do Brasil:PT e PMDB!Apesar dos outros não ficarem tão atrás não!!!Fora PT!!!
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