(O Globo, hoje) A oposição defendeu ontem a ampliação dos mecanismos de fiscalização
para evitar o desvirtuamento no uso das sociedades de propósito
específico (SPEs) pela Petrobras. Reportagem publicada ontem pelo GLOBO
revelou que uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) alertou
para o risco de uma “expansão descontrolada” desse mecanismo, que
permite a execução de obras sem que haja fiscalização rigorosa de órgãos
como o próprio TCU.
Desde 2005, a Petrobras constituiu 24 SPEs, com investimentos de pelo
menos US$ 21,9 bilhões (R$ 59 bilhões). Em auditoria sigilosa, o TCU
apontou que na SPE para construir a rede de gasodutos Gasene há indícios
de superfaturamento de até 1.800%. Para o presidente do DEM, senador
José Agripino (RN), artifícios como as SPEs terão de ser revistos: — Inevitavelmente, com esse petrolão, todos esses artifícios que
julgávamos como instrumentos legítimos para agilizar procedimentos terão
que ser revistos. Essas chicanas serão impedidas.
O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), disse que é preciso buscar mecanismos de fiscalização mais eficientes: — Me preocupa que essa prática (SPEs) seja adotada não para agilizar
novos negócios, e sim para fugir da fiscalização. Precisamos buscar
mecanismos de fiscalização.
ESTATAL JUSTIFICA CRIAÇÃO DE SOCIEDADES
Em
nota enviada ao GLOBO, a estatal negou que as SPEs representem uma rede
de empresas paralelas para evitar a fiscalização. O jornal havia enviado
e-mail para a Petrobras às 13h da última sexta-feira, mas apenas ontem
houve resposta.
Líder do PSDB, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) afirmou que a
revelação de que a Petrobras criou uma rede de empresas para executar
obras de grande porte sem se submeter à fiscalização mostra que a
empresa é uma “caixa de Pandora”: — Isso não tem fim, é uma caixa de Pandora. Sob a gestão do PT, o
passado da Petrobras é incerto, assim como seu futuro. Eles foram se
enredando num expediente para burlar a fiscalização. Tudo isso feito
quando a presidente do Conselho de Administração era Dilma Rousseff.
Na nota, a Petrobras defendeu as SPEs como forma de captar recursos
por meio de empresas independentes para agilizar obras e serviços. “O
entendimento da Petrobras é que as SPEs que sejam empresas privadas,
integrantes de uma estruturação financeira, sem participação acionária
ou controle da Petrobras, não estariam sujeitas ao regime jurídico
aplicável à Petrobras, no que se refere à obrigação legal de sujeição à
fiscalização do TCU”, diz. Para a estatal, “não há um pronunciamento
definitivo do TCU acerca da necessidade das SPEs, em que a companhia não
tenha participação acionária, observarem o regime jurídico aplicável à
companhia”.
A Petrobras deixou claro que pode voltar a ampliar o uso das SPEs.
“Com a redução dos investimentos da Petrobras nestes tipos de projetos,
com a mudança do cenário econômico e com a evolução positiva da nota de
crédito do país e da Petrobras (...), a constituição de ativos via
projetos estruturados, por meio de SPEs, vem sendo naturalmente
reduzida. Caso volte a necessidade deste modelo de negócio, a Petrobras
não hesitará em adotá-lo”.
A estatal justificou a existência de uma SPE sediada no paraíso
fiscal das Ilhas Cayman: “A auditoria do TCU na estrutura societária do
Projeto Cabiúnas (no qual foi utilizada a SPE) concluiu por não haver
qualquer irregularidade e o processo já foi encerrado naquele tribunal”.
7 comentários
Coronel,
Replyquero a oposição fazendo ... oposição. Quero fazer valer meu voto de oposicionista. E não é somente contra a corrupção, tem de ser também na política.
Afinal, podemos concluir que a petrobrás, antro de corruptos (pobre Paulo Francis; morreu por denunciar falcatruas nesse flagelo administrativo), a tempos, faz muito tempo é uma poderosa produtora de laranjas. Laranjais, ao que se sabe, estão longe, muito longe dos negócios de petróleo. Se fosse funcionário da petrobrás teria vergonha de trabalhar para essa vergonhosa empresa que, não é produtora de fumo mais só vive de rolo.
ReplyMarcos Pereira
Anônimo 10:01
Reply"Petrobras, antro de corruptos" - e de VENDIDOS. Cheguei a essa conclusão, porque, além da Venina, não aparece UM gerentezinho, nem do nível mais baixinho da cadeia de gerentada (é grande e lotada de gente), pra denunciar as práticas de convencimento que eles próprios se aplicam e aceitam pelo silêncio: dinheiro, dinheiro e mais dinheiro. Bônus disso e daquilo, pois o silêncio custa caro.
Mas pagar a PLR (participação nos lucros), que atinge a massa maior, de funcionários concursados que carregaram o piano sem saber nem contribuir ou se dar bem com a roubalheira, não pode.
Mariana
Não existe qualquer justificativa para um empresa pública escolher empresas privadas para fazer suas obras, se para isso, ella tem a prerrogativa de fugir da fiscalização.
ReplyQuem não tem nada a esconder, não teme ser fiscalizado não é?
A verdade é com AGU aparelhada, só sobrou o TCU (até quando) para tentar deter ou, pelo menos, minimizar a roubalheira patrocinada por este redesgoverno.
De resto, se for para questionar laranjal, tem que começar com o Apedelta né, afinal, elle colocou uma laranja para desgovernar banânia e transformar o país num pepino.
Coronel, as justificativas que vem dessa empresa dão nojo. "As SPEs não precisam observar o regime jurídico aplicado à Companhia." Como se isso fosse justificativa, como se fosse tirar o deles da reta, quando a pergunta deveria ser: "Sim, e porque gostam tanto de fazer negócio com a intermediação dessas SPEs que não são sujeitas aos órgãos de controle ? É pra burlar mesmo?".
ReplyNem todo mundo é idiota. Nojentos.
Mariana
A ex- primeira empresa do país criando falsas empresas privadas para escapar da fiscalização. Que ponto que chegamos. É um horror de denúncias, uma atrás da outra.
ReplyNada está a salvo.O Califado petista- bolivariano não deixará
Replypedra sobre pedra.