Não é estranho que a Controladoria Geral da União (CGU), procurada pela empresa holandesa SGM, que pagou U$ 22 milhões apenas para um "gerentinho" da Petrobras, para um acordo de leniência, seja descartada pelo órgão, que prefere investigar primeiro os funcionários? Não seria mais fácil ouvir a empresa, que pode dizer a quem pagou suborno e ofereceu vantagens, do que ficar procurando os culpados na Patrobras? Tem cheio de gaveta no ar. E de pizza! A matéria abaixo é de O Globo.
Mais nove envolvidos no esquema pagamento de supostas propinas da
holandesa SBM Offshore, que atua no afretamento de plataformas de
petróleo, para obtenção de contratos com a Petrobras são alvo de
investigação da Controladoria-Geral da União (CGU). O ministro-chefe da
Controladoria-Geral da União, Jorge Hage (foto), antecipou ao GLOBO que sete
novos processos sancionadores e duas investigações patrimoniais foram
instaurados para apurar envolvimentos de funcionários e ex-funcionários
da Petrobras no pagamento de “comissões” extra-contratuais para obtenção
de vantagem para fechamento de contratos com a estatal brasileira. O
número de suspeitos na mira da CGU subiu para 16: 13 são alvo de
processos sancionadores e três de investigações patrimoniais.
O ministro se recusou a detalhar o número de diretores ou
ex-diretores envolvidos nessa nova leva de processos instaurados. Hage,
no entanto, revelou pela primeira vez que pelo menos três ex-diretores
são alvo de investigação da CGU entre os seis processos abertos na
primeira fase de investigações: — Três ou quatro (ex-diretores). Funcionário na ativa (tem) sim; diretor na ativa que não tem — afirmou o ministro.
A CGU constatou ocorrências de viagens em conjunto entre executivos
da Petrobras e executivos ou representantes da SBM que não fossem
caráter oficial, diz Hage, e viagens “a passeio, coincidentes entre
pessoas de um lado e de outro”. Trocas de e-mail, dados de computadores,
gravações e sindicância patrimonial que apontaram para a desproporção
entre o patrimônio e os vencimentos dos agentes públicos da Petrobras
foram os principais elementos da investigação.
— De posse de tudo isso, nós identificamos quais os casos em que já
cabia instaurar processo contra os empregados ou diretores ou
ex-diretores da Petrobras, de um lado e, de outro, o processo contra a
empresa SBM. E já instauramos ambas as coisas, tanto processos contra
empregados e ex-diretores como processo contra a empresa — explicou
Hage.
O número de suspeitos na mira da CGU são de “cerca de 20”, segundo
Hage. O ministro minimizou as críticas à investigação interna da
Petrobras: — Olha, de fato, talvez, a Petrobras não tenha condições de avançar
mais do que avançou no plano do seu trabalho interno porque ela não
dispõe de uma estrutura específica, especializada, para processos
investigativos e punitivos, como nós dispomos. Então, o trabalho deles,
eu considero muito bem feito e serviu como ponto de partida, como
subsídio para o nosso. Eles fizeram uma quantidade grande de
entrevistas, uma quantidade razoável de análise de documentos internos.
Segundo Hage, o relatório da Petrobras trouxe muitas informações que deram suporte ao trabalho da CGU. — Agora, nós fomos adiante, claro. Fomos checar emissão de
passaporte, saídas do país, lista de passageiros de aeronaves para
checar viagem conjunta, fomos checar declarações de renda, coisas que,
obviamente, (a Petrobras) não tinha condição de fazer. Então eu não faço
nenhum crítica ao trabalho da comissão interna. Acho que eles foram até
onde podiam ir e, inclusive, no prazo curto em que eles tiveram para
trabalhar.
Os novos processos estão publicados na edição do Diário Oficial da
União (DOU) desta terça-feira. O objetivo da CGU é apurar possível
obtenção de vantagens indevidas pela SBM e o pagamento de propina a
agentes públicos federais durante a celebração de contratos com a
Petrobras.
A CGU já fez auditoria interna de todos os contratos da SBM com a
Petrobras, que somam cerca de R$ 20 bilhões, segundo Hage. O ministro
não quis adiantar, no entanto, os resultados. Relatório preliminar foi
enviado à Petrobras, que se manifestou à CGU. A defesa da estatal está
sendo analisada pelo órgão.
A SBM, porém, ainda não foi ouvida pela CGU. Segundo o ministro, a
empresa está ciente da investigação, mas ainda não teve acesso a nenhum
documento. A companhia holandesa, no entanto, já procurou a CGU para um
possível acordo de leniência. — Algumas conversas vêm acontecendo. Mais recentemente esteve no
Brasil o diretor-jurídico da SBM na Holanda. Ele esteve aqui na CGU,
teve reuniões conosco. Nós manifestamos a nossa abertura para
negociações, desde que, é claro, se atendam as exigências
que interessam — afirmou Hage.
5 comentários
Enquanto o Brasil e a oposição dormem o Jorge age !
ReplySérgio Moro - Um juiz Republicano
Reply"1) “Em 17 de fevereiro de 1992, foi preso na Itália, Mário Chiesa, diretor de instituição filantrópica e pública em Milão, dando início à Operação Mãos Limpas (Mani Pulite). Após um mês, ele resolveu colaborar, alegando como álibi o famoso “tutti rubiamo cosi”, ou “todos roubamos assim”. Dois anos depois, 2.993 mandatos de prisão haviam sido expedidos e 6.059 pessoas estavam sob investigação, entre elas políticos e agentes públicos. A Itália estava mergulhada na corrupção, forjando o termo “Tangentopoli”, ou seja, “cidade da propina”, embora fosse mais apropriado “país da propina”. Como resultado, houve grande alteração no panorama político, propiciando um novo começo democrático, com méritos e deméritos”.
2) E continua: “Há, infelizmente, semelhanças com o quadro atual brasileiro – e não apenas de hoje. A corrupção não tem cores partidárias. Não é monopólio de agremiações políticas ou de governos específicos. Combatê-la deve ser bandeira da esquerda e da direita. Embora existam políticos corruptos em qualquer agremiação, não há partido que defenda a corrupção.”
3) Prossegue: “Há a responsabilidade das leis, do Executivo e do Judiciário. Das primeiras, pela estruturação de processo penal por vezes infindável, com múltiplos recursos que impedem que ações penais cheguem ao fim. Do segundo, por se tornar refém da política partidária e não adotar postura firme contra a deterioração da vida pública. Do terceiro, pela excessiva leniência, com louváveis exceções, em relação a esse tipo de criminalidade. É necessário alterar a situação. É preciso legislação penal que, garantindo os direitos do acusado, permitam que os processos cheguem ao final. Do poder Executivo, menos fechar de olhos”.
4) Mais adiante: “Imprescindível também mudança de percepção dos juízes quanto aos males da corrupção. Se um terço do rigor contra os criminosos do tráfico de drogas fosse transferido para os processos de crimes de corrupção, haveria grande diferença. Em parte, o problema não é a lei, mas de percepção dos juízes.”
5) Prosseguindo: “Defendo, em concreto que o rigor se imponha em casos de crimes graves de corrupção. Especificamente, presentes evidências claras de crimes de corrupção, não se deve permitir o apelo em liberdade do condenado, salvo se o produto do crime tiver sido integralmente recuperado. Não é antecipação de pena, mas reflexão razoável de que, se o condenado mantém escondida fortuna amealhada com o malfeito, o risco de fuga ou de nova ocultação do produto do crime é claro e atual.”
6) Ao final: “É fácil apresentar projeto de lei a respeito e igualmente viável defender, mesmo sem lei, posição jurisprudencial nesse sentido. Gostaria de ter visto isso defendido pelos candidatos à Presidência da República ou, mesmo antes, no Congresso Nacional e nos tribunais. Enfim, a corrupção não é um dado da natureza ou consequência dos trópicos, mas um produto da fraqueza institucional e cultural. Como Brutus bem sabe, não é dos astros a culpa.”
Os envolvidos na “Operação Lava Jato” e os seus advogados deveriam observar com lentes de lupa, o histórico testemunho de fé nos valores republicanos. O magistrado paranaense Sérgio Moro, ao demonstrar que a “Operação Mãos Limpas” na Itália, tem semelhança com a corrupção brasileira, demonstra que estamos enxergando a ponta de um gigantesco “iceberg”.
O propinoduto que vitimou a Petrobrás pode se transformar, no futuro, em calvário para, os até então intocáveis, corruptores e corruptos nacionais. O “iceberg” pode aflorar à superfície."(Hélio Duque é doutor em Ciências.)
http://www.alertatotal.net/2014/12/sergio-moro-um-juiz-republicano.html
http://www.alertatotal.net/
Os srs deputados e senadores de oposicao poderiam convocar os orgaos de seguranca publica para proteger os manifestantes contra o PLN36?
ReplyO PT esta convocando seus militantes pagos e treinados para guertilha urbana para irem barbarizar o Congresso, os manifestantes contra sao pessoas de bem , nao fazem parte de agremiacoes estao desarmadas, e tem o direito de expressar sua opiniao.
temo que aja confornto e alguem pode sair ferido.
Não é estranho não. Com este Jorge Hage tudo é possível. Parece até que foi escolhido a dedo, para abafar todos os malfeitos petistas.
Reply>>
ReplyEu sei que é crime, ou pecado, julgar uma pessoa pela aparência, mas esse sujeito ai da foto com esse bigodinho que tenta impor medo se parece mais com um gangster americano dos anos 30.
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