A cada trimestre, a PNAD Contínua investiga 211.344
domicílios particulares permanentes em cerca de 3 500 municípios. Por isso,
possui maior precisão das estimativas de desemprego, especialmente nas áreas
rurais. Em janeiro, a divulgação que a taxa real de desemprego no Brasil é de
7,4% em vez de 4,9% causou uma crise no governo, que quis cancelar a pesquisa.
Um movimento dos pesquisadores impediu que o trabalho fosse interrompido, como
queriam os petistas, mas Dilma Rousseff tem outras formas maléficas de esconder
os números: não está oferecendo os recursos necessários para a pesquisa. Matéria abaixo é do Valor Econômico.
O coordenadores estaduais da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) enviaram, na última sexta-feira, 23, carta para a presidente do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, na qual
pedem a melhoria das condições de trabalho no instituto. No documento, os
coordenadores afirmam entender que é “premissa fundamental do IBGE o primor
pela qualidade de suas pesquisas, pela sua autonomia técnica e pelo seu papel
estratégico na estrutura do Estado brasileiro”.
“Neste sentido, vemos com preocupação que a credibilidade
alcançada a duras penas pelo instituto tenha sido publicamente colocada em
dúvida no último mês, com foco na Pnad Contínua”, diz a carta. Os coordenadores
argumentam que o IBGE precisa ter como fundamento um corpo funcional “altamente
qualificado em todas as suas instâncias”, da coleta de dados aos dirigentes,
passando pelas fases intermediárias de processamento das informações e das
estruturas de gestão.
Carência de mão de obra
“Mas estamos sofrendo um dramático processo de esvaziamento
do corpo funcional por aposentadorias e pedidos de exoneração sem que haja uma
recomposição a contento destas vagas via concurso público e a suficiente
valorização salarial. Entendemos que a opção pela massificação da contratação
temporária, com poucos direitos e baixos salários, não supre as necessidades
básicas de pessoal da casa”, continua a carta.
Carência de verbas
Os signatários da carta afirmam que há atualmente um
contexto de contingenciamento orçamentário “que levou ao adiamento e à suspensão
de pesquisas importantíssimas, como a Contagem da População e a Pesquisa de
Orçamentos Familiares”. “Somos reconhecidos pela informatização de nossos
processos de trabalho, mas não temos recursos suficientes para investimentos na
compra de equipamentos essenciais para novas operações.”
Carência de equipamentos
Segundo o documento, se calcula que, para a Contagem da
População, seriam necessários, aproximadamente, 220 mil novos equipamentos.
“Hoje não temos sequer condições de adquirir 4.000 equipamentos, tão
necessários para a implementação de melhorias nos sistemas tanto da Pnad
Continua como do CNEFE [Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos],
pesquisas que vem se arrastando em máquinas obsoletas”, argumentam os
coordenadores.
Segundo eles, a “precária situação orçamentária” levará à
realização da contagem da população sem que se tenha a oportunidade de fazer os
testes necessários que já poderiam ser executados nestas duas pesquisas. “A
infraestrutura logística que contamos para a realização da coleta da PNAD
Contínua é inadequada à realização das tarefas em diversas regiões. Não nos
faltam apenas veículos e motoristas, precisamos também que a frota seja
adequada às realidades locais”, acrescenta a carta.
Por fim, os coordenadores argumentam que “não é admissível”
a falta de uma estrutura de supervisão de campo institucionalizada para a Pnad
Contínua. “A falta de pessoal e recursos para a realização periódica de
treinamentos presenciais constituem um reflexo da ausência de estrutura que nos
impõe a cotidianamente fazer sempre mais com cada vez menos recursos. O que
está em risco é nosso bem mais precioso: a qualidade da informação”, finalizam
os coordenadores. O documento é assinado por 20 coordenadores da Pnad Contínua
do instituto.
2 comentários
O PT É ASSIM MESMO.
ReplyRÓI AS ENTRANHAS DAS INSTITUIÇÕES PARA COLOCAR GENTE DELE, ASSIM MASCARANDO OS RESULTADOS PARA O (ingreis vê).
O BRASIL PARA MIM, JÁ SE TRANSFORMOU EM ARGENTINA OU VENEZUELA A MUITO TEMPO. BOBOS SÃO AQUELES QUE FINGEM NÃO VER.
SUGIRO IMEDIATAMENTE AOS SIGNATÁRIOS DESTA CARTA PROVA, RECORREREM À SUPREMA CORTE OU A OEA.
O BRASIL ESTÁ NAS ÚLTIMAS (UTI).
Sei que muita gente vê funcionário público como vagabundos, a despeito de poucos pertencerem a esta categoria.
ReplyQualquer FP que trabalha de verdade fica indignado e sabe que nunca se sucateou tanto os serviços públicos como no desgoverno atual.
O estado das universidades públicas é deplorável. Na minha, o reitor tem que escolher se paga conta de água, luz ou telefone no mês.