São Paulo, mire-se em São Paulo.

O estado de São Paulo, especialmente a sua oposição e os seus políticos, devem olhar o que está acontecendo na sua capital, entregue ao PT. É hora de entender, de uma vez por todas, que não dá para seguir desunido. O PSDB não ganha em São Paulo se não ganhar no Brasil. Em 2010, Alckmin se elegeu governador em primeiro turno, mas com 50,63% dos votos válidos. Se a eleição tivesse ido para segundo turno, possivelmente não venceria. Em 2014, a coligação será menor. O tempo de TV idem. O esforço do PT depois de ganhar a capital será quintuplicado, basta ver o que os pré-candidatos estão fazendo. São Paulo estado deve mirar-se na São Paulo capital. A matéria abaixo é da Folha de São Paulo. 

No pronunciamento mais enfático desde que despontou como único nome do PSDB para disputar a Presidência da República, o senador Aécio Neves (MG) pediu na noite desta sexta-feira (7) que os militantes do partido o ajudem a vencer as eleições em São Paulo. "Me ajudem a vencer em São Paulo que eu entrego a vocês a Presidência da República", afirmou, no fim de seu discurso num encontro regional do PSDB em Araçatuba (SP).

O senador tem dito a aliados que dará prioridade a agendas no Estado e na região Nordeste, por entender que são imprescindíveis para levá-lo ao segundo turno da disputa pelo Planalto. Os candidatos tucanos que disputaram as últimas eleições venceram no Estado –o maior colégio eleitoral do país–, mas ambos eram paulistas: José Serra e o governador Geraldo Alckmin. Além de ser de Minas Gerais, Aécio enfrenta outra dificuldade. Ainda existe, em grupos ligados a Alckmin e Serra, resistência ao nome do senador.

Para driblar essa dificuldade, Aécio tem investido em varias frentes. Se aproximou dos principais nomes do Estado no Legislativo, como o senador Aloysio Nunes, cotado para ser seu vice, e definiu uma agenda intensa de eventos no Estado. "Ganhando em São Paulo nós vamos ganhar a Presidência", disse Aloysio. "Depende de cada um de nós", concluiu.

Aécio tem feito ainda diversos gestos a Alckmin, na tentativa de trazer o governador efetivamente para sua campanha. Em Araçatuba, defendeu a gestão do colega em todos os discursos que fez. Durante o dia, deu entrevistas a rádios e jornais locais. Ele atacou o principal adversário de Alckmin, Alexandre Padilha. Ainda assim, as aparições do governador ao seu lado ainda são exceção. "Isso é natural. A agenda dele é de governo e a minha é partidária", justifica Aécio.

O senador estuda instalar o comitê central de sua campanha em São Paulo. Ele tem dito a aliados que seria "natural" fincar sua principal base no maior colégio eleitoral. A decisão final, no entanto, sairá após consulta ao partido. Amanhã, ele continua sua caravana pelo Estado e cumpre agenda na cidade de São Carlos. (Folha de São Paulo)