Desde o começo do governo Dilma Rousseff, o Ministério do
Trabalho, comandado pelo PDT, é alvo de investigações policiais e de órgãos de
controle devido à má gestão de recursos públicos. Carlos Lupi, presidente do
partido, foi o primeiro chefe da pasta a cair após denúncias de corrupção
envolvendo convênios com ONGs, em dezembro de 2011. Ele chegou a dizer que
amava a presidente Dilma e que “para me tirar do ministério, só se eu for
abatido à bala”.
Depois, assumiu interinamente a pasta o então secretário
executivo, Paulo Roberto Pinto. Ele voltou ao cargo anterior quando Brizola
Neto foi nomeado ministro, em maio de 2012, e pediu demissão no mês passado,
após a Polícia Federal afirmar que o secretário atuava em um esquema
fraudulento para beneficiar uma Oscip. Antes de Paulo Roberto Pinto deixar o
MTE, houve outra mudança no comando da pasta. Em março, deste ano, Brizola Neto
pediu demissão devido a disputas internas no PDT. Desde então, a chefia está a
cargo do correligionário Manoel Dias.
Nesse período, a PF realizou pelo menos duas grandes
operações que atingiram o ministério: a Esopo, para desarticular uma
organização criminosa que desviava recursos públicos a partir de fraudes em
processos licitatórios em 10 estados e no Distrito Federal; e a Pronto Emprego,
que teve como objetivo apurar outros desvios de verba na pasta. A estimativa é
que os desvios podem alcançar R$ 450 milhões nos dois esquemas investigados. (Correio)