Sob pressão dos partidos aliados
e ameaça de derrotas no Congresso, o governo Dilma Rousseff promove neste mês
uma liberação inédita de verbas de interesse direto de deputados e senadores. Apenas
nos primeiros nove dias de agosto, as autorizações para despesas incluídas por
congressistas no Orçamento --conhecidas como emendas parlamentares-- já
atingiram o maior montante mensal do ano, com folga.
Segundo levantamento feito pela
Folha, as 20 iniciativas orçamentárias que mais concentram emendas receberam, no
curto período, R$ 1,2 bilhão, pouco abaixo do R$ 1,4 bilhão autorizado ao longo
dos sete meses anteriores. Desde o início da atual administração, tal volume só
tem precedentes nos meses de dezembro, quando o governo inscreve gastos
atrasados para execução no ano seguinte, e em julho do ano passado, por ser
prazo limite definido pela lei eleitoral para operações do gênero.
Os dados evidenciam uma nova
postura da articulação política do Planalto, que, até a queda dos índices de
popularidade de Dilma, submetia os partidos da base de apoio a uma ração modesta
de recursos orçamentários. Antes de agosto, as autorizações de verbas para
emendas se concentravam em apenas dois dias atípicos: 28 de maio, quando a
presidente ouviu queixas de líderes petistas, e 3 de junho, quando ela prometeu
ao PMDB acelerar a liberação de dinheiro.
A insatisfação do mundo político
coincidiu com o enfraquecimento do Executivo e deu impulso à proposta, já
aprovada em primeiro turno pela Câmara, que torna obrigatória a execução da maior
parte das emendas individuais --aquelas apresentadas por deputados e senadores.
Mesmo agora, com a maior
generosidade do Planalto, há sinais da tensão no trato com os congressistas
aliados. Líder do PMDB na Câmara e um dos parlamentares mais influentes da base
aliada, Eduardo Cunha (RJ) não teve sequer uma emenda empenhada até o último
dia 9. Ele comanda insatisfeitos da base governista e chega a ser chamado, no
Congresso, de "líder da oposição".
Enquanto isso, personagens do
baixo clero conseguem verbas. Caso do deputado Zoinho (PR-RJ), aliado de um dos
rivais de Cunha, o líder do PR, Anthony Garotinho. Zoinho conseguiu R$ 1,5
milhão para ações de infraestrutura urbana em Barra Mansa (RJ). Cunha
apresentara emenda de R$ 400 mil para o mesmo fim, mas nada foi liberado. André
Figueiredo (CE), líder do PDT, fez emendas suas avançarem depois de negociar um
acordo com o Planalto em torno do projeto que define o destino dos recursos futuros
do petróleo do pré-sal.
Relator do texto na Câmara,
Figueiredo teve pelo menos R$ 950 mil em emendas autorizadas nos primeiros dias
de agosto. O dinheiro vai para obras como a construção de açudes em seus
redutos eleitorais, no interior cearense. Cada congressista tem direito a R$ 15
milhões em emendas ao Orçamento.
Apesar do ritmo mais intenso do
varejo político, ainda há potencial para uma liberação mais agressiva de
verbas. No Orçamento deste ano, as emendas parlamentares somam R$ 22,7 bilhões,
dos quais R$ 8,9 bilhões são individuais e R$ 13,8 bilhões são coletivas
(apresentadas por bancadas regionais ou comissões temáticas). Uma pequena
parcela desse montante começou a ser liberada. As 20 ações orçamentárias
pesquisadas pela Folha somam R$ 18,7 bilhões, dos quais R$ 15,3 bilhões (82%)
em emendas. Apenas 14% do total disponível nessas ações foi objeto de empenho
--a primeira etapa da execução orçamentária, em que a despesa é autorizada. (Folha)
6 comentários
Coronel,
Replyvai rolar muita grana até as eleições. Espero que os otários que elegeram e reelegeram a canalha, acordem.
Coronel,
ReplyNem R$ 10 bilhões aplacará o instinto de sobrevivência dos políticos!!
A Dillma+PT já começou a "feder" e os abutres estão de olho!!
JulioK
No governo petralha só se fala em bilhões, na prática não acontece nada, ou desviam tudo.
ReplyMelo dos corruPTos.
ReplyVAMOS ROUBAR, VAMOS ROUBAR, VAMOS ROUBAR, VOCE ME APOIA E EU TE DOU PROPINA JÁ.
Dizem, Amor, que John Kerry é um gozador. dilma e o pt queriam dar um pito nele aqui no BR a respeito da espionagem. Kerry mandou uma música pra presidenta.
Replyhttp://www.youtube.com/watch?v=eM2gYo2LYW0
Coronel,
ReplyO verso completo cantado pela nossa amada presidAnta é assim:
"Foi com medo da eleição,
Que liberei mais de um bilhão NAS SUAS MÃO."