Sobre a morte de Margaret Thatcher já se pronunciaram os grandes
deste mundo. Também a grande imprensa em todos os países. Sobre sua
vida, sua obra e suas ideias, há vasta literatura. Não será presunção
ou perda de tempo eu também falar sobre ela?
A verdade é que não consigo fugir do tema. Do modo como está o mundo, notadamente a Europa e a América Latina, nunca foi tão necessário compreender e refletir sobre a obra política e intelectual dessa mulher. Em breves 11 anos, Thatcher reconstruiu a economia de seu país e, nas palavras insuspeitas do historiador inglês Tony Judt, pôs abaixo o consenso do pós-guerra e construiu um novo no lugar.
Novo consenso que foi adotado pelos adversários — os trabalhistas ingleses que passaram a se chamar novos trabalhistas para se acomodarem ao novo figurino — e também pelos países do Leste da Europa e até pela América Latina. Para quem não acredita no poder das grandes pessoas e acha que a história segue seu destino de forma determinista, apesar dos homens, o próprio Tony Judt notou que a qualquer pessoa na Inglaterra, que adormecesse em 1978 e despertasse 20 anos depois, o país pareceria muito estranho. Totalmente diferente do que era e muito diferente de todo o resto da Europa.
Isso foi obra de uma mulher quase solitária, a quem nos momentos mais difíceis faltou apoio. Faltou até mesmo a solidariedade do próprio partido, que havia perdido os princípios e assistia impassível, em companhia dos adversários, à lenta decomposição da economia e da sociedade inglesas.
É preciso continuar falando de Margareth Thatcher além das celebrações fúnebres porque a política no mundo, e aqui na América Latina, tem muito a ganhar com sua inspiração. Quando ela chegou ao poder no Reino Unido, em 1979, o sentimento generalizado era de que a política no país tinha perdido contato com a vida real e o controle sobre a economia, o trabalho e as ruas.
As instituições políticas não tinham mais o sentido de sua finalidade nem a confiança dos cidadãos. Grupos organizados haviam tornado a nação refém dos interesses de classe e não havia mais quem defendesse o interesse geral. Inflação alta, recessão, conflitos intermináveis. Parecia que os ingleses caminhavam para o fim.
Se dependesse da política convencional, tudo estaria perdido. Políticos, em toda parte, gostam dos interesses especiais porque sabem ser ruidosos, ativos e, sobretudo, gratos. Já o bem comum, como dizia o velho político mineiro, é bem nenhum. Não é preciso lembrar que Thatcher abraçou o bem comum contra tudo e, em alguns momentos, contra quase todos. No limite, os próprios companheiros queriam que ela voltasse atrás. Ela não voltou.
A Dama de Ferro reformou a economia inglesa, acabou com a tirania dos grupos corporativos, privatizou os mastodontes estatais que só existiam para servir aos funcionários, sem nenhuma consideração com a sociedade. Promoveu o renascimento do verdadeiro Estado, que se tornou mais forte depois dela, e reconstruiu a política, o seu partido e o partido adversário. Em uma década, a Inglaterra era outra.
Tivesse Thatcher feito apenas isso, já seria obra gigantesca. Mas ela foi muito além, pois recuperou a autoridade moral da economia de mercado, posta sob suspeição por intelectuais e políticos que proclamavam a superioridade moral do socialismo e demonizavam a propriedade e a iniciativa privada.
Seu credo era simples e verdadeiro: só os indivíduos criam riqueza; o progresso econômico é um bem em si mesmo; a economia precisa de inovação, de riscos, de competição e de liberdade. O comércio mundial deve ser livre e as pessoas não precisam que o Estado tome decisões em seu lugar. São lições que a Europa em crise e a nossa incorrigível América Latina precisam ouvir. Como bem disse a revista The Economist, nestes dias o mundo precisa de mais — não de menos — thatcherismo.
Artigo de Kátia Abreu, Senadora (PSD-TO), publicado hoje no Correio Braziliense sob o título "Requiem para uma grande dama".
A verdade é que não consigo fugir do tema. Do modo como está o mundo, notadamente a Europa e a América Latina, nunca foi tão necessário compreender e refletir sobre a obra política e intelectual dessa mulher. Em breves 11 anos, Thatcher reconstruiu a economia de seu país e, nas palavras insuspeitas do historiador inglês Tony Judt, pôs abaixo o consenso do pós-guerra e construiu um novo no lugar.
Novo consenso que foi adotado pelos adversários — os trabalhistas ingleses que passaram a se chamar novos trabalhistas para se acomodarem ao novo figurino — e também pelos países do Leste da Europa e até pela América Latina. Para quem não acredita no poder das grandes pessoas e acha que a história segue seu destino de forma determinista, apesar dos homens, o próprio Tony Judt notou que a qualquer pessoa na Inglaterra, que adormecesse em 1978 e despertasse 20 anos depois, o país pareceria muito estranho. Totalmente diferente do que era e muito diferente de todo o resto da Europa.
Isso foi obra de uma mulher quase solitária, a quem nos momentos mais difíceis faltou apoio. Faltou até mesmo a solidariedade do próprio partido, que havia perdido os princípios e assistia impassível, em companhia dos adversários, à lenta decomposição da economia e da sociedade inglesas.
É preciso continuar falando de Margareth Thatcher além das celebrações fúnebres porque a política no mundo, e aqui na América Latina, tem muito a ganhar com sua inspiração. Quando ela chegou ao poder no Reino Unido, em 1979, o sentimento generalizado era de que a política no país tinha perdido contato com a vida real e o controle sobre a economia, o trabalho e as ruas.
As instituições políticas não tinham mais o sentido de sua finalidade nem a confiança dos cidadãos. Grupos organizados haviam tornado a nação refém dos interesses de classe e não havia mais quem defendesse o interesse geral. Inflação alta, recessão, conflitos intermináveis. Parecia que os ingleses caminhavam para o fim.
Se dependesse da política convencional, tudo estaria perdido. Políticos, em toda parte, gostam dos interesses especiais porque sabem ser ruidosos, ativos e, sobretudo, gratos. Já o bem comum, como dizia o velho político mineiro, é bem nenhum. Não é preciso lembrar que Thatcher abraçou o bem comum contra tudo e, em alguns momentos, contra quase todos. No limite, os próprios companheiros queriam que ela voltasse atrás. Ela não voltou.
A Dama de Ferro reformou a economia inglesa, acabou com a tirania dos grupos corporativos, privatizou os mastodontes estatais que só existiam para servir aos funcionários, sem nenhuma consideração com a sociedade. Promoveu o renascimento do verdadeiro Estado, que se tornou mais forte depois dela, e reconstruiu a política, o seu partido e o partido adversário. Em uma década, a Inglaterra era outra.
Tivesse Thatcher feito apenas isso, já seria obra gigantesca. Mas ela foi muito além, pois recuperou a autoridade moral da economia de mercado, posta sob suspeição por intelectuais e políticos que proclamavam a superioridade moral do socialismo e demonizavam a propriedade e a iniciativa privada.
Seu credo era simples e verdadeiro: só os indivíduos criam riqueza; o progresso econômico é um bem em si mesmo; a economia precisa de inovação, de riscos, de competição e de liberdade. O comércio mundial deve ser livre e as pessoas não precisam que o Estado tome decisões em seu lugar. São lições que a Europa em crise e a nossa incorrigível América Latina precisam ouvir. Como bem disse a revista The Economist, nestes dias o mundo precisa de mais — não de menos — thatcherismo.
Artigo de Kátia Abreu, Senadora (PSD-TO), publicado hoje no Correio Braziliense sob o título "Requiem para uma grande dama".
26 comentários
QUO VADIS
ReplyTEXTO para ser lido nas escolas e DIRETÓRIOS de partidos-parasitas e de aluguel.
Quem se interessa pela nossa pátria senão aqueles que sofrem "no lombo" os desmandos,corrupção institucional patrocinado por comunistas travestidos cheios de bens,brilhantina,tintura de cabelo,dentes implantados,esmaltes nas unhas e sapatos bico fino.!!!
ai meus sais
Aplausos para Thatcher quando o cortejo chegou a St. Paul's. O povo inglês reconheceu e a esquerda radical terá que engolir o fato de que ela destruiu o socialismo. Pena que nunca tivemos uma liderança que fosse próxima ao que Thatcher foi,
ReplyPenso que o Brasil além de toda a situação ruim tal como estava a Inglaterra,tem um agravante, essas antas no poder, habeis guerrilheiros, desastrosos governantes.
ReplyUma Katia Abreu talvez desempenhasse bem thatcherismo no Brasil. Porém o que se vislumbra é uma continuação de antas, ainda que de outras legendas.
ReplyCORONEL,
Temos vários articulistas de escol, mas duas são imprescindíveis: kátia Abreu e Dora Kramer.Lucidez,tirocíneo,oportunidade e coragem, são predicados que ambas esbanjam.
Trabalhar, estudar, progredir, esse NÃO é o estilo de nossos governantes atuais.
ReplyCoronel,
ReplyRepetindo: - Só volto a votar para presidente desta Nação, quando esta senhora se apresentar como "cabeça-de-chapa".
JulioK
Excelente texto. Pena que não combina com o alinhamento dos líderes do partido dela. É uma pena; eu pensava ter encontrado uma porta para mim.
ReplyKatia é a minha presidente, um dia o brasileiro despertará do sonho(pesadêlo para os que pensam) mentiroso..............
Replypatriota
>>
ReplyEm compensação, Margaret Thatcher é odiada até hoje pelos petistas inglêses porque perderam as tetas do estado.
Sim na Inglaterra também existem petistas e assemelhados.
Thatcher desmamou a turma que vivia agarrada nas tetas publicas, como aqui e assun ela moralizou e deslanchou a economia de seu país.
<<
Coronel tenho acompanhado a Senadora a tempo,não entendo como ninguém sério lança a campanha dela para presidente.è a melhor vigura política hoje no Brasil.
ReplyPor aqui os idiotas uteis da esquerda demonizam Thatcher e dão apoio para a Dinastia ditatorial da Coréia do Norte. E os que podem e devem combate-los ficam calados porque são covardes ou estão se aproveitando da farra com nosso dinheiro.
ReplyNosso futuro será trágico, aguardem!
Gino/SP
Coronel
ReplyKatia Abreu é uma das poucas figuras da política brasileira, se não a única, que tem uma visão clara e objetiva do que é preciso fazer para evitar que o País se afunde no pântano para onde caminha celere e irremediavelmente. Deveria ter seu nome seriamente considerado como uma possível futura Tatcher cabocla. Deveria.
Uma coisa é certa: Com a Dilma e o seu presidente adjunto, o Lula, vamos pra o brejo a curtíssimo prazo. De outro lado com os Campos, Aecios e Marinas, qualquer um deles, teremos mais do mesmo e uma agonia apenas um pouco mais lenta mas de resultados igualmente gosmentos e medíocres. Com o lamentoso som de bandoneons ao fundo.
Pessimismo, é? - Quem viver, verá. É só uma questão de tempo.
Cabo
Kátia Abreu para Presidente!!!
ReplyAplausos para a Margaret Thatcher e para nossa Thatcher.... Texto lúcido e coerente.
ReplyBrilhante a nossa Senadora Katia Abreu. Só uma mulher com a visão dela pode falar do legado deixado por Tatcher. Com clareza mostra como Margareth foi importante para a Inglaterra.
ReplySó não caia na tentação de ser ministra do desgoverno.
ReplyE andar de braços dados no Palácio com a anta gorda pegou mal. Minha opinião.
Convida a anta para visitar sua fazenda em Tocantins para ver se ela vai?
Caro coronel, para mim, Margaret Thatcher foi mais que uma "dama de ferro", acho que foi a dama de ouro do século passado, por isso compus uns versos a ela:
ReplyA DAMA DE OURO
É a Margaret Thatcher
o assunto hoje em revista,
a ex-primeira-ministra
coroada pela firmeza
que chefiou a nação inglesa
como uma grande estadista.
Corajosa e arrojada,
pegou uma bomba na mão;
enfrentou alta inflação
num país estatizado,
por sindicatos, saqueado,
e à beira de uma implosão.
Terminou com a pelegama
que só atrasava a Inglaterra.
Quando precisou, fez guerra,
não ficou na indecisão
e quebrou a estatização
que qualquer país emperra.
Sem usar demagogia
fez logo a depuração,
enfrentou forte pressão
de vadios e anarquistas,
cambada de oportunistas
sanguessugas da Nação!
Não se dobrou pra conchavos,
tampouco pra populismo.
Vetou o assistencialismo,
fez o povo trabalhar
e a Inglaterra enterrar
o lixo do comunismo.
Mesmo tendo que arrostar
uma onda de ceticismo,
enfrentou radicalismo
com firmeza e destemor,
acabando com a fina-flor
do feroz sindicalismo.
Lady Thatcher reverteu
o rumo do Reino Unido,
que hoje está incluído
entre as potências mundiais.
A história, nos seus anais,
registra seus feitos idos
pra sempre reconhecidos
nos panteões dos maiorais.
******
“O SOCIALISMO DURA ATÉ ACABAR O DINHEIRO DOS OUTROS.”
(Margaret Thatcher)
Alamir Longo
Cel.
ReplyDepois de ter lido o belo artigo de nossa Thatcher, Katia Abreu, digo o mesmo que disse Julio K, às 10:44:
"Só volto a votar para presidente desta Nação, quando esta senhora se apresentar como "cabeça-de-chapa".
Os candidados do momento não servem para nada!
Chris/SP
Aplausos!
ReplyAplausos!
Katia Abreu pra presidente !!!
ReplyKatia Abreu ainda não é nossa Thatcher porque ainda tem receio de dar o próximo passo, declarar-se candidata a presidente e unir as oposições em um projeto anti-fascismo petista.
ReplyO cenário que desenho a partir de 2014 é a perda de SP, MG e RJ para o PT e a derrocada final da nossa democracia, caso os demais partidos não tenham percebido os movimentos do PT.
O risco de descambarmos para uma ditadura é real, muito real. Adicione-se ao caldo de cultura ditatorial petista a incompetência atávica do partido e a receita para o desastre está pronta.
Se Tatcher fosse o que dizia ser, acabava de vez com TODOS impostos do Estado inglês, suas colônias, pois "a riqueza é um fim em si" e cada pessoa ilha-país direito tem o direito a "autodeterminação". Por fim, acabaria com as forças armadas britânicas, pois que riqueza as forças armadas geram, ora essa?
ReplyA Sra. Kátia seria uma grande presidente do Brasil. Representaria muito bem os homens e mulheres que trabalham, que estudam. Ao contrário dos petralhas.
ReplyParabéns pela justa homenagem a Miss Thatcher, Senadora Kátia Abreu.
ReplySó uma coisa. Enquanto essa Republiqueta for mercantilista aquelas ideias liberais ficarão num sarcófago, bem trancadas.
Isso por aqui não existe e é até mesmo rejeitado. Sabemos muito bem o porquê.
País preocupado com descriminalização da maconha, ora essa!...
O que dizer desse texto esplendoroso? Thatcher foi aquela mulher fascinante que conheci aos 10 anos de idade. Era a única mulher no clube do bolinha dos grandes chefes mundiais.
ReplyEm off, achei que o texto se referia a Thatcher de "Deus"... aí ela teria que usar muuuuuuuuuuuuito laquê para chegar perto.
Coronel, anote.
ReplyCátia Abreu - Presidente
Álvaro Dias - Vice-Presidente
Como se fará isto, nao sei, só milagre.
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