Café com leite, ainda sem açúcar.

Na tentativa de minar as resistências do PSDB paulista à sua eleição para a presidência nacional do partido, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se encontrou com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e com o ex-governador José Serra para discutir o futuro do comando da sigla.Aécio esteve na noite de terça-feira (18) em São Paulo, onde se reuniu com Serra por três horas.Nesta quarta-feira (19), foi a vez de Alckmin conversar com o senador, cotado para ser o candidato do PSDB à Presidência da República em 2014.
 
O senador e governador deixaram o encontro afirmando que, até maio, irão encontrar uma saída para eleger uma "boa direção partidária". Aécio disse que o PSDB de São Paulo e Serra terão "grande destaque" no projeto da sigla. "A minha convicção é que teremos o Serra não apenas dentro do projeto, mas com destaque nesse projeto", afirmou. O senador disse que Serra não pediu cargos na futura executiva do PSDB, que será eleita na convenção marcada para maio.
 
Apesar de aliados de Aécio acusarem Serra de atuar nos bastidores contra a sua eleição, o senador negou divergências com o ex-governador. "Ele está vivendo o tempo pós-eleição. Eu não vejo nenhuma movimentação do Serra. Foi uma conversa positiva, vamos ter outras pela frente." Aécio negou que Serra esteja disposto a se filiar a PPS. A mudança de sigla abriria caminho para o ex-governador apoiar a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ao Palácio do Planalto.
 
"Serra conversa com muita gente. Mas não há nenhum sinal de que ele vá [para o PPS]. Não vejo nenhum movimento que o distancie do PSDB. Temos o mesmo objetivo em comum, de apresentar uma alternativa a esse modelo que está aí", disse Aécio. Em um recado para os seus desafetos dentro do PSDB, Aécio disse que "as coisas vão se ajeitar no tempo certo a despeito da torcida contrária de muitos". "Estamos administrando o nosso tempo. No tempo certo, o Serra estará ao nosso lado", afirmou o senador.
 
Apesar das resistências a sua indicação para substituir o deputado Sérgio Guerra na Presidência do PSDB, Aécio disse que seu nome ganhou "consistência" dentro do partido. "Os estímulos são grandes, o que me tem feito pensar em algo mais institucional. Não é uma decisão tomada, mas ouço manifestações de que esse seria um caminho para a construção lá adiante", afirmou.
 
Alckmin acertou com Aécio a participação conjunta em seminário do PSDB, em São Paulo, na próxima segunda-feira. Os dois combinaram de chegar juntos ao evento numa tentativa de demonstração de unidade da sigla. Na semana passada, Alckmin manifestou sua discordância à eleição de Aécio para presidir o PSDB num jantar no apartamento do senador, em Brasília, na frente de outros cinco governadores tucanos e dos principais dirigentes da sigla.
 
O governador disse, no jantar, que Aécio "não precisaria" presidir o PSDB para se viabilizar como candidato e sugeriu que a projeção que ele ganharia no cargo seria prejudicial para suas aspirações presidenciais, ao colocá-lo em atrito permanente com o governo. Hoje, publicamente, defendeu maior espaço para todas as tendências do PSDB na nova executiva nacional. Mas fez afagos ao senador mineiro. "Temos dois meses para ter uma boa conversa e uma boa eleição. Há espaço para todos participarem. Temos dois meses para costurar isso. O Aécio é um grande nome, dos melhores dos quadros do PSDB." Alckmin defendeu que Campos e a ex-senadora Marina Silva lancem seus nomes na sucessão de Dilma Rousseff.
 
"A possibilidade da candidatura do Eduardo Campos, se confirmada, contribui para o país. Alguém preparado, governador duas vezes, com espírito público, eu acho que contribui para com o país. E a Marina também, a candidatura é importante porque acrescenta, agrega valor ao debate." Sobre a possibilidade de disputar a Presidência em 2014, Alckmin desconversou. "Sou candidatíssimo a presidente do Santos Futebol Clube." (Folha Poder)

16 comentários

Coronel, não se iluda!

Em 2010 Aécio só faltou pegar o Serra no colo na frente das câmeras, mas é nos bastidores que o golpismo vem.

E é desses bastidores que virá o troco!

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Pô, coronel.

O senhor sempre foi muito sensato e justo em seus posicionamentos.

Tem que concordar que o PSDB de SP, pela sua força e tradição - aqui é o ninho tucano - não pode ceder todo o seu espaço no partido para um cara com um forte histórico de traições.

Os aecistas querem dominar o partido e querem que Serra e Alckmin diga "sim senhô" para eles.
Não podemos aceitar isso.
Queremos construir um projeto junto com os mineiros. Se eles não nos chamam nem para compor a cúpula do partido, o que dirá na campanha e num futuro governo.

Ou a presidência, ou Eduardo Campos será o nosso candidato aqui!

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Enquanto uma conversa se travava, com vistas ao futuro, a imprensa paulistana estava sendo devidamente pautada contra… Serra. Estadão já preparava matéria com título “Mineiros negam ceder o comando do PSDB a Serra”. Quem não quer são os zés-manés que ficaram plantando fofoca na imprensa ao mesmo tempo em que Aécio “negociava” com Serra…

Do texto de RA:

COM DILMA NOS PÍNCAROS DA GLÓRIA, APESAR DE SI MESMA, CORRIGIR OS RUMOS DO PSDB NÃO É FÁCIL NEM DIFÍCIL; É APENAS INÚTIL!

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/com-dilma-nos-pincaros-da-gloria-apesar-de-si-mesma-corrigir-os-rumos-do-psdb-nao-e-facil-nem-dificil-e-apenas-inutil/


Chris/SP

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cel,

De todas essas conversas, tudo o que importa é alguem que retire os petralhas corruptos ladrões do poder.

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O Coronel já havia cantado a pedra: até o Reinaldo Azevedo jogou a toalha. O PSDB não existe. Só há dois partidos nacionais no Brasil, a saber, PT e PMDB. Infelizmente.

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Sem novidades, 63% de aprovação de Dilma, já cantei essa pedra.

Hoje o PT tem 60% dos votos, não adianta espernear ou chorar, são fatos.

PSDB tem 40% dos votos, é só comparar os três últimos pleitos.

E não será diferente em 2014.

Reitero o que disse ontem, se Eduardo Campos apresentar um "efeito russomano" sustentado, o que eu acho improvável, talvez ele derrube Dilma com seus próprios votos mais os votos antipetistas.

Aécio é o presidenciável do crash, ele precisa de um crash econômico para se eleger, como acho que não terá crash nenhum, aécio vai perder no 2º turno.

Serra? Não tem a menor importância, é um político velho, desgastado, mal visto pelo populacho, em um país da vulnerabilidade intelectual do brasil um Serra não vence nem um Anthony Garotinho.

Sem populismo ninguém vence eleição nesse país, a vulnerabilidade intelectual e moral do povo brasileiro não permite que alguém com boas intenções e um diálogo de alto nível sequer se destaque.

É muito triste o que vou dizer, mas pro brasil melhorar eu só enxergo duas vias, repetir a década de 80 ou a ruptura institucional.

Infelizmente, o governo, utilizando as vulnerabilidades do populacho, foi bem sucedido em seu show, o brasileiro acha que o brasil melhorou porque ele tem uma geladera, uma televisão de plasma e come carne sete dias por semana.
Ele não se preocupa, nem mesmo se importa em saber, qual será o preço que iremos pagar no futuro, um preço que me lembra "as compras do mês".

Talvez seja assim, e o vaticinio do brasil seja destruido de tempos em tempos constituindo um macabro catch 22.

Como diria o saudoso Francis:
"-Quem não lê não pensa, e quem não pensa será sempre um servo"

Tadeu.

Infelizmente o múnus Psdbista dos últimos 10 anos é perder para o PT.

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ai jesus, olhem os dois primeiros comentários...

que desanimo...

a boneca vai atropelar todo mundo com um pé nas costas...

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Com essa postura do PSDB o PT não precisa de campanha, marqueteiro ou poste famoso, é só lançar qualquer candidato a qualquer cargo, o PSDB elege.

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Mais uma vez tenho que elogiar o Aécio. É o maior político em atividade. Incansável. Vai convencer o Serra dando um show de política viva, aula mesmo.

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Sabe aquela história que, mesmo se Minas tivesse dado votos (em porcentagem) como os de São Paulo a Serra ou Alckmin, ainda assim eles perderiam a eleição para presidente? Tudo bem, o argumento é válido. Mas isso não muda o fato do Aécio ter feito corpo mole nas três últimas eleições (lembra do voto Lulécio?). E agora quer o quê, entusiasmo dos paulistas? Acho que a hora é do Aécio, o importante é tirar o PT do poder. Mas que é duro para Serra e Alckmin carregar bandeira para o Aécio, isso é evidente.

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Como se já não houvesse candidatos em demasia, a coluna do Ilimar no O Globo anuncia, agora, mais um: Chico Alencar do PSOL.

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Os absurdos continuam lá na escolinha do Prof. Merdaandante.

Já leram???

Hino do Palmeiras rende a estudante do Enem 500 pontos na redação; MEC diz que ele não fugiu tanto assim do tema e que respeitou os direitos humanos… Quer mil pontos? Aprenda a fazer nhoque!

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/hino-do-palmeiras-rende-a-estudante-do-enem-500-pontos-na-redacao-mec-diz-que-ele-nao-fugiu-tanto-assim-do-tema-e-que-respeitou-os-direitos-humanos-quer-mil-pontos-aprenda-a-fazer-nhoque/



Chris/SP

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Coronel, repetindo o que postei no twitter, no 1º turno de 2006 Traécio teve 77% dos votos válidos, se estes votos migrassem para o candidato à presidência (Geraldo) significaria que este último teria 3,7 milhões de votos a mais e consequentemente o molusco teria o mesmo tanto a menos. Isto representaria a inversão de posições ao final do 1º. Turno das eleições. Geraldo passaria de 41,64% para 45,51% e o molusco cairia de 48,61% para 44.63%. Isto sem falar no impacto que teria ocorrido em toda a campanha pois as pesquisas, apesar de tudo o que não representam, indicariam forçosamente esta “transferência” e isto inibiria a subida do candidato do Zé Dirceu.
Uma análise superficial dos números dá uma idéia do que foi a eleição de 2006 em MG:
MG: 1º T. --- Traécio: 77% --- Geraldo: 40%
RS: 1º T. --- Yeda: 32,9% --- Geraldo: 55,8%
SP: 1º T. --- Serra: 57,9% --- Geraldo: 54,2%

MG: 2º T. --- Traécio: 77% --- Geraldo: 34%
RS: 2º T. --- Yeda: 32,9% --- Geraldo: 55,4%
SP: 2º T. --- Serra: 57,9% --- Geraldo: 52,3%

Nota-se que no RS e em SP a votação para governador foi quase toda transferida para o candidato a presidente, já em MG houve uma transferência de meros 55%.

Vão dizer que estas transferências não são diretas, concordo plenamente, mas esta análise é apenas um contraponto às “tabelas” fornecidas pelo mineiro anônimo, temo que este “patrício” seja o tal de JPM, o aecista.

Quem acompanhou as eleições de MG, notou claramente a falta de empenho do sr. Neves e de seu séquito em apoiar o Geraldo. O netinho, tal como o avô, só enxerga o próprio umbigo e para não ficar mal com nenhum dos dois lados, “apoiava” o Geraldo oficialmente e nos conchavos políticos acertava um apoio velado aos petistas.

Pode ter certeza Coronel, não há nenhuma diferença entre a dupla Lula-Dirceu e os Neves ( Traécio e Andréia Neves ). Torço para que em 2018 tenhamos uma opção um pouco mais digna, pois para 2014 já era. Possivelmente diuma leva no 1º. Turno. Isto só não acontecerá se ocorrer uma tragédia econômica e aí há chances para o traécio. Ou seja, não há escapatória em 2014 as opções são péssimo ou péssimo c/ crise econômica.

Bem, gostaria de ter mais tempo para recuperar os dados de outros estados, mas fica para a próxima.

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2014 já são favas contadas.
Aécio vem pelo PSDB rachado, com Serra boicotando a candidatura do senador carioca. Se a corda esticar demais, acredito até que Aécio volte para Minas, ele não tem candidato à sucessão do Anastasia, se perder Minas já era: Aécio se transforma no eterno senador.

Alckmin não fará campanha para Aécio em 2014, pensará em 2018 quando virá para presidente. Hoje, Alckmin só pensa na sua sucessão e em como trazer Serra para suas hostes. Serra soma mais votos para o Alckmin do que Aécio, é fato.

A Marina vai correr por fora, terá menos votos do que em 2010 e vai morrer politicamente. Será mais uma na mesma toada de Ciro Gomes, Heloísa Helena, Garotinho e outros.Eternas promessas que jamais se cumprirão, só isso.

Este tal de Eduardo Campos vai compor com os petralhas na última hora, já está tudo combinado com o governo: a exposição dele é só para desidratar o Aécio.
Na última hora, o Campos vai sair para o Senado por Pernambuco e dar uma solavanco no Jarbas Vasconcelos lá em Pernambuco. O sonho dourado de Campos é ser o candidato ungido da dupla Lula-Dilma em 2018, para isto ele torce para que Haddad faça um péssimo governo em São Paulo.

Só nos resta a estratégia para 2018

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O Aécio vai ter que engolir muito sapo antes de conseguir o apoio de São Paulo. Está recebendo o troco do que fez nos anos de 2002, 2006 e 2008.
Quem sabe daqui a 12 anos ele consegue.

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Acho que o Aécio posta aqui no blog

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