Perseguidora implacável da produção rural, Marina Silva, quando ministra do Meio Ambiente, acoitou no ministério os funcionários do Ibama e líderes de ONGs que, hoje, lideram a formação do seu PUM, Partido Único da Marina. Até o momento, o marido, famoso por transportar mogno apreendido para fins pouco claros, ainda não apareceu nas reuniões.
Em processo de construção, o partido da presidenciável e
ex-ministra Marina Silva está ganhando forma país afora. A maioria dos
coordenadores nos Estados já está definida. O perfil é essencialmente de
egressos do PT e do PV, com mais um tanto de dissidentes do PSOL, como a
ex-senadora e hoje vereadora de Maceió, Heloisa Helena, e, em menor proporção,
de outras siglas como PDT e PPS. Até agora, não há indícios de que a legenda de
Marina fará um estrago como o que o PSD do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto
Kassab, causou ao DEM. Há oriundos do Movimento por uma Nova Política (criado
após a saída de Marina do PV em 2011) - e sem filiação partidária prévia - e
sobretudo políticos sem mandato.
É o caso do ex-deputado federal pelo PV José Fernando
Aparecido de Oliveira, que deixou de concorrer à reeleição à Câmara, em 2010, e
criou palanque para a campanha presidencial de Marina em Minas Gerais ao
disputar o governo do Estado. O político, filiado ao PPS, é filho do
ex-ministro, embaixador e governador do Distrito Federal, José Aparecido de
Oliveira (1929-2007).
No Paraná, a articulação do partido está a cargo da ex-deputada
federal pelo PT Drª Clair, que também passou pelo PV. No Amazonas, quem
encabeça a legenda é Marcus Barros, ex-presidente do Ibama durante a gestão de
Marina no Ministério do Meio Ambiente.
Entre os que detêm funções públicas se destacam o diretor-presidente
do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), João Guerino
Balestrassi, e o secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, que
também foi candidato a governador em 2010. Neste Estado, há outro petista de
origem entre os coordenadores: o ex-deputado estadual Roberto Leandro, que
ainda consta como integrante da Executiva do PV pernambucano.
Em Goiás, Marina Silva desfalca o PSOL. Ali, o articulador é
o presidente do diretório estadual, Martiniano Cavalcante, também membro da Executiva
nacional da sigla. Em outubro, Cavalcante foi afastado pelo PSOL por ter tomado
dinheiro emprestado do bicheiro Carlos Cachoeira, investigado em CPI no
Congresso. Em dezembro, no entanto, a direção do PSOL reintegrou o dirigente às
suas funções partidárias e justificou ter feito um "pré-julgamento do
filiado" que causou "óbvios prejuízos à sua trajetória política de
destacado dirigente da esquerda brasileira".
No Piauí, o partido de Marina nasce das costelas de um PT
dilacerado, que viu a debandada de 312 militantes depois das eleições
municipais. O grupo é encabeçado por um dos fundadores do PT no Estado, o
ex-vereador Luter Gonçalves.
A liderança no Rio de Janeiro vem do movimento
ambientalista: é Carlos Henrique Painel, que foi um dos coordenadores da Cúpula
dos Povos, durante a Rio+20, no ano passado, e pertence ao Fórum Brasileiro de
ONGs e Movimentos Sociais (Fboms).
Em São Paulo, o ex-presidente do Ibama Bazileu Margarido, e
um dos colaboradores mais próximos de Marina, representa um grupo com várias
lideranças, entre os quais o deputado federal Walter Feldman, que deve se
transferir do PSDB para a nova sigla; o ex-deputado federal Luciano Zica, com
passagem pelo PT e PV, e o vereador da capital Ricardo Young (PPS).
A tendência à oligarquização, como mostra a história dos
partidos, não só os brasileiros, é quase inevitável. Mas um dos objetivos dos
marineiros é construir uma estrutura menos hierarquizada. "O PV sueco, por
exemplo, não tem presidente, mas dois porta-vozes, um homem e uma mulher",
afirma Pedro Ivo Batista, assessor político de Marina e responsável pela
articulação nacional do partido.
O grupo está em processo acelerado de mobilização nos
Estados. Reuniões prévias estão sendo feitas para a plenária que ocorrerá no
dia 16, em Brasília, onde se definirá oficialmente pela criação da sigla.
No Maranhão, por exemplo, o encontro foi no dia 25. Ali, o
comando do processo está com o deputado federal Domingos Dutra, que, conforme
antecipou o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor, anunciou que sairá do
PT, em razão da aliança da legenda no Estado com a família Sarney.
Outra dissidente do PT e depois do PV, como Marina, está na
linha de frente da organização na Bahia: é Rose Bassuma, mulher do ex-deputado
federal Luiz Carlos Bassuma, que montou palanque do PV em 2010 e concorreu a
governador. Também um dos líderes baianos é o secretário de formação do
diretório estadual e integrante do diretório nacional do PSOL Ícaro Argolo.
No Ceará, o apoio de Marina Silva ao candidato do PDT à Prefeitura
de Fortaleza, Heitor Férrer, no ano passado, lhe rendeu algumas adesões como a
do dentista e professor Galba Gomes - pedetista histórico - e de Paulo Lima, o
Polô, que hoje está na sigla, mas concorreu ao Senado em 2010 pelo PV e foi
filiado ao PT.(Valor Econômico)
8 comentários
Coronel,
ReplyFalando em Meio Ambiente, o que o FUX vai fazer com a denuncia da Sub-procuradora??
JulioK
Sr Coronel:
ReplyA musa das florestas,mais conhecida como narina do mogno,pode dar o nome de PA-NA
PARTIDO NATURA
Saudações
Estamos perdidos, Coronel.
ReplyO PT também começou assim, sonhando em fazer diferente como esses apoiadores da Marina. Já sabemos o fim desse filme.
Também não voto no Aécio, ex-aliado dos petistas em Minas ( até quando precisou, agora que precisa se mostrar como 'oposição', ele chuta!") que nunca deveria ter saído do PMDB. Lá é o lugar certo para ele. Lugar de oportunistas!
Coronel,
Replycontinuo com o PUM.
"O PV sueco, por exemplo, não tem presidente, mas dois porta-vozes, um homem e uma mulher""
Replyahahahahahahah...
la vem aquela cretinice de novo de querer implementar modelos de primeiro mundo em realidade de terceiro...
como esse Bananão cansa!
os partidos políticos do pais são um lixo, fisiologistas ao extremo, interesseiros, oportunistas e demais adjetivos nada abonadores...
ai me vem um individuo sonhando em fundar um partido baseado no modelo sueco...ahahah
eh realmente o partido certo para os sonháticos...
O PUM já nasce com a cara de uma coxa de retalho, com o que de podre vem da esquerda, aquele pedacinho de pano velho e esfarrapado para compor um partido que já vai nascer roto, como a política sonhática e lunática de marina mogno “dos” da silva.
ReplyÉ titica se juntando a porcaria.
ReplyCoronel
ReplyComo se vê pela matéria do Valor, estamos falando de figuras de altíssimo relevo no cenário da política e da inteligência nacional. Verdadeira elite.
Então tá.
Por vezes este nosso é um pouco cansativo, se é que me entende. Mas vamos em frente. Um dia tem que dar certo.
Abraço
Cabo