O relatório final da CPI do Cachoeira irá pedir ao Conselho Nacional do
Ministério Público que investigue o procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, e o indiciamento de 45 pessoas por envolvimento no
esquema do empresário Carlos Cachoeira. O relator da CPI, o deputado Odair Cunha (PT-MG), incluiu na lista de
pedidos de indiciamento o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), o
empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, um deputado
federal e um prefeito. O relatório deverá ser lido hoje na Câmara.
Gurgel é acusado no relatório da CPI, controlada pelo PT e PMDB, de
paralisar as investigações da Polícia Federal na Operação Vegas,
realizada em 2008 e encaminhada à Procuradoria-Geral da República no ano
seguinte. As investigações flagraram políticos com mandato se relacionando com
Cachoeira, entre eles estava o ex-senador Demóstenes Torres (GO), que
teve o mandato cassado após a revelação de suas relações com o
empresário. Gurgel alega que optou por suspender a investigação, o que ajudou,
segundo ele, na deflagração de outra operação, a Monte Carlo, em 2012,
que prendeu Cachoeira e revelou centenas de gravações envolvendo
Demóstenes.
O relator chegou a cogitar não incluir o nome de Gurgel, mas foi
pressionado, especialmente pelo senador Fernando Collor (PTB-AL). Gurgel foi responsável por redigir as alegações finais da denúncia do
mensalão. Ele não comentou o caso alegando não conhecer o relatório. Com relação à empreiteira Delta, o relatório apontou um fluxo financeiro
entre a sede da empresa no Rio com contas mantidas pela organização
criminosa. A construtora foi considerada inidônea pelo governo federal. Mas o relatório não aponta quem recebeu o dinheiro que saiu dos cofres
da Delta para empresas-fantasmas controladas por Cachoeira.
Com relação a Perillo, segundo informou ontem o "Jornal Nacional", o
relatório pede o indiciamento por seis crimes, entre eles corrupção
passiva e formação de quadrilha. O governador tucano se queixa de ser
alvo da CPI como vingança do PT por ter afirmado que avisou ao então
presidente Lula sobre o esquema do mensalão. O relatório não fará referência ao governador Agnelo Queiroz (PT-DF),
cujo chefe de gabinete foi flagrado em conversas com o grupo de
Cachoeira. A oposição promete entrar com pedido de investigação sobre
Agnelo no Ministério Público.(Folha de São Paulo)
2 comentários
Ali, naquele covil, não se sabe quem faz mais politicagem ...
ReplyPoliticagem de objetivos, os mais sórdidos, invariavelmente.
Cara de pau mesmo.
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