Kassabonetismo.

O prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, minimizou ontem as críticas que recebeu por ter promovido uma intervenção no diretório mineiro do partido e elogiou a senadora Kátia Abreu (TO), vice-presidente da legenda e principal porta-voz da ala insatisfeita. No início do mês, Kassab determinou que o PSD abandonasse a coligação pela reeleição do prefeito Márcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte e passasse a apoiar o petista Patrus Ananias. Como os dirigentes locais do PSD estavam resistindo, Kassab optou pela intervenção. 

Abreu reagiu, e, em carta a Kassab, classificou sua ação de "arbitrária e clandestina". Em entrevista publicada ontem pela Folha, voltou a criticá-lo, dizendo que ele conduz o partido à base de "centralismo e autoritarismo'' O movimento ocasionou ainda a desfiliação do segundo vice-presidente do PSD, o ex-deputado Roberto Brant. 

Questionado ontem sobre as afirmações de Abreu, Kassab elogiou a colega. "Eu tenho o maior respeito pela senadora, ela tem seu valor pessoal e político. Ela se manifestou contrária à intervenção em Minas Gerais, mas age de boa-fé. Ela quer o melhor para o partido e para seus propósitos na vida pública." Sobre as críticas em relação à forma como conduz o PSD, Kassab respondeu que conciliará o interesse de todos e que divergências são naturais em grandes siglas.

"É um partido novo, que vai encontrar sua maneira de agir conciliando a vontade de todos. Com isso, vou responder à expectativa de todos que fazem parte deste projeto não só de fazer do PSD um grande partido, mas sim um partido em apoio do desenvolvimento do Brasil e da democracia."