A crise entre o PSB e o PT está reaproximando o partido de Dilma
Rousseff de seu principal parceiro na coalizão governista, o PMDB. Não para menos, a presidente sinalizou nesta semana que a presidência da Câmara em 2013 pode ficar nas mãos de um peemedebista. Um acordo feito pelos dois partidos quando o deputado Marco Maia (PT-RS)
assumiu a presidência da Câmara em 2011 prevê que os petistas apoiem um
nome do PMDB para o cargo no próximo ano. O Planalto jamais mostrou simpatia por esse acordo e nunca se
comprometeu de fato com ele, mas na terça-feira, durante jantar com
Marco Maia, Dilma fez um gesto nesse sentido, de acordo com relatos de
seus interlocutores.
A presidência da Câmara é cobiçada pelo deputado Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN). Na segunda-feira, enquanto negociava com seu vice Michel
Temer (PMDB) uma candidatura alternativa à do PSB à Prefeitura de Belo
Horizonte, a presidente teria dito, conforme relatos, que a parceria
entre PT e PMDB era preferencial e que as duas siglas deveriam estar
juntas não só na capital mineira, mas também na Câmara. No encontro foi feita uma avaliação dos movimentos do presidente
nacional do PSB, Eduardo Campos, e de sua eventual candidatura
presidencial em 2014 ou 2018. Governador de Pernambuco, Campos é uma aliado histórico do PT e amigo pessoal do ex-presidente Lula.
Divergências internas, porém, têm deslocado o PSB para fora da órbita
petista. Amostra do afastamento entre os dois aliados é o número de
alianças, nas capitais, entre as siglas nas eleições deste ano: cinco.
Em 2008, o PSB apoiava o PT em 10. Na atual campanha, os socialistas se aliaram ao PT em São Paulo após
pedido pessoal de Lula, mas romperam em Recife e Fortaleza de forma
quase tão traumática quanto em Belo Horizonte. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, criticou os socialistas e disse
que as rupturas indicavam que eles "querem se afirmar em alguns
lugares, principalmente no Nordeste, em cima do PT". Os rachas contaminaram a união nacional, a ponto de importantes petistas acusarem Campos de traição.
Nos bastidores, aliados do governador dizem que o projeto é torná-lo
vice-presidente em 2014, ao lado de Dilma ou de Lula. Assim,
pavimentaria sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2018. Mas, com os rompimentos recentes, o PT passou a enxergar o risco de ter
Campos no flanco adversário já na próxima eleição presidencial. Foi esse temor que jogou o PT novamente nos braços do PMDB. No passado,
Lula chegou a comentar com aliados que seu sonho era ver Eduardo Campos
como vice do candidato do PT em 2014.
No governo havia quem defendesse o fortalecimento do PSB no Congresso
para trocá-lo pelo PMDB, visto como um aliado perigoso, até infiel. Apesar do gesto de Dilma a favor do acordo na Câmara, isso não significa
necessariamente que o Planalto vá apoiar qualquer nome ao cargo ou que
Henrique Eduardo Alves está nele garantido. Afinal, precisa ser eleito
pela maioria dos pares.(Folha de São Paulo)
4 comentários
Muitos no PT queriam o PSB como parceiro preferencial. Por isso eles apoiaram o partido em quase todos os estados do nordeste na última eleição.
ReplyAgora que o PSB quberou o acordo de deixar o PT nas capitais do nordeste e lançou seus próprios candidatos, vai acontecer o mesmo fenômeno da época do mensalão: O PT vai se jogar com tudo nos braços do PMDB do Sarney, Renan, e etc. Não me surpreenderá se o PMDB sair dessa comandando a Câmara, o Senado e mais ministérios do que antes.
Mas isso não muda o fato de que o PT e o PSDB são o passado, enquanto o PSD e o PSB são o futuro. Dois partidos personalistas, feudos do Eduardo Campos e Kassab, como o PT é da dupla Lula/Dirceu.
Não dá para entender muitas coisas das colunas de política. Mas, uma, cham mais a tenção.
ReplyDe uns tempos para cá, repetem-se que "Eduardo Campos, como vice de Dilma ou de Lula em 2014".
Oras, todo undo sabe que o ex-presidente não será candidato em 2014. Por quê?
Simples. Porque não tem força para impedir que a presidente dispute a própria reeleição. Só por isso.
A não ser que:
- ela desista voluntariamente, o que é pouco provável, com mais de 70% de aceitação em pesquisas;
- ele forçar e gerar uma crise política e institucional.
Todo o resto não passa de onda e propaganda pouco velada.
Será que daqui a pouco vão dizer que ele se aproximou mais de Maluf para tê-lo como vice em 2018? Ou ser vice de Maluf em 2014?
Coronel,
Replyé o PT nunca se afastou do PMDB? Melhor, o PMDB nunca se afastou do poder. O importante é usufruir do reinado.
Ja avisaram ao Temer e ao PMDB que ele nao serah candidato aa vice na reeleicao?
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