O PT recuou da investida contra o procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, e a CPI do Cachoeira desistiu ontem de convocá-lo. Agora,
enviará a ele apenas perguntas por escrito. Gurgel era acusado por integrantes da comissão, incluindo petistas, de
ter sido moroso na investigação contra o senador Demóstenes Torres
(ex-DEM-GO), suspeito de ser um dos principais braços políticos do
empresário Carlinhos Cachoeira. A ala do PT mais ligada ao ex-presidente Lula entendeu, porém, que o
acirramento da disputa entre a CPI e Gurgel poderia resultar em danos no
julgamento dos 36 réus do mensalão, vários deles do PT e de partidos
aliados.
A previsão é a de que o julgamento ocorra neste ano, e a acusação será
comandada justamente por Gurgel, chefe do Ministério Público federal. Após a ameaça de ser convocado pela CPI, o procurador declarou que seus
críticos tentavam proteger "mensaleiros". Ele foi apoiado por ministros
do Supremo Tribunal Federal, local do julgamento, o que teria ampliado a
apreensão de petistas. Com a troca de acusações, o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do
processo do mensalão, deverá liberar os autos até o fim do mês,
possibilitando o julgamento.
Emissários dos réus procuraram então petistas para pedir que atenuassem o tom dos ataques a Gurgel. Apesar de o presidente do PT, Rui Falcão, ter dito que a comissão
servirá para desmascarar os autores da "farsa do mensalão", aliados de
Lula -incentivadores da comissão- começaram a mudar o discurso. Ainda assim o relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), não descarta votar
uma nova convocação caso a resposta de Gurgel seja insatisfatória.
Segundo o requerimento aprovado pela comissão, Gurgel terá de detalhar
em cinco dias úteis os motivos de não ter investigado, já em 2009, as
ligações de três parlamentares, dentre eles Demóstenes, com Cachoeira.
Os congressistas querem saber em que data e circunstâncias Gurgel
recebeu os autos das operações da PF, e quais providências tomou. Ontem também foi para a gaveta o pedido de convocação e de quebra de
sigilo telefônico da mulher de Gurgel, a subprocuradora-geral Cláudia
Sampaio. Ela foi a responsável por analisar o caso dos parlamentares em
2009. Ontem, a Procuradoria-Geral não se manifestou.
Amanhã, a CPI continuará a votar requerimentos de quebras de sigilos, o
que pode atingir a empreiteira Delta e governadores supostamente
envolvidos com Cachoeira. Outra medida será tentar tomar na terça o depoimento de Cachoeira.
Marcado para ontem, a fala foi suspensa pelo STF sob o argumento de que a
comissão não deu à defesa acesso às provas. A CPI aprovou a entrada dos advogados na sala que guarda os documentos e pedirá ao STF reconsideração. Ontem, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) adiou, após pedido de vista,
julgamento para que Cachoeira, preso desde 29 de fevereiro, seja solto.
O placar era de 3 a 0 pela manutenção da prisão.(Da Folha de São Paulo)
3 comentários
Coronel,
Replydeveria mudar o nome da CPMI de "Cachoeira" para "Gurgel"
O que estou me divertindo com essa CPMI é o tiro de canhão no pé dado pelo velhaco rançoso e rancoroso.
ReplyNa sua fome por vingança ele promoveu essa CPMI para ferrar com Demóstenes e Perillo, só não esperava que a coisa desandasse para o lado dos petralhas.
Imagino que a doença dele avançou mais um pouquinho quando percebeu a cagada.
Ainda teremos o prazer de ver essa traste sendo chamado para explicar seus crimes de lesa-pátria, que não são poucos.
Cadeia para esse biltre.
Do que reclamam os petralhas? Não foi o mesmo Gurgel que protegeu o Pallocci no caso do enriquecimento vertiginoso???
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