O Brasil terá uma boa moldura institucional para combinar a produção
agrícola e a preservação do ambiente, se a presidente Dilma Rousseff
sancionar sem veto o Código Florestal recém-aprovado pelo Congresso. O
governo federal deve preocupar-se, agora, com a definição das normas
gerais dos programas de regularização ambiental (PRA) previstos no
texto. Será preciso completar esse trabalho dentro de um ano. Essas
normas servirão de base para a recomposição de áreas de preservação e de
reserva legal e para a definição das áreas produtivas. Os Estados
deverão completar a tarefa, ajustando as regras às condições de cada
ambiente e às características da produção local. Em vez de insistir em
punições inúteis e nocivas para a produção, é preciso legalizar a
situação das áreas produtivas abertas até 22 de julho, permitindo aos
produtores normalizar sua atividade. É necessário usar a lei como um
instrumento de construção do futuro. Seria perda de tempo e de energia,
nesta altura, assumir uma atitude policialesca, em vez de concentrar
esforços, recursos administrativos e capital político na implantação do
novo sistema de regras.
Foi um erro político deixar o debate a respeito do assunto
converter-se num confronto entre ruralistas e ambientalistas, como se os
problemas da produção agropecuária e da preservação da natureza
interessassem apenas a dois grupos. Só recentemente os representantes do
setor rural tentaram abrir uma discussão mais ampla, num esforço para
mostrar como um Código Florestal pode afetar, positiva ou negativamente,
o bem-estar de todas as pessoas. Os chamados ambientalistas raramente
abandonaram sua atitude missionária e quase sempre de antagonismo aos
produtores (ou, para efeito retórico, de oposição ao abominado
agronegócio).
Os meios de comunicação com frequência caíram na armadilha de tratar o
assunto como um confronto bipolar. O próprio governo foi incapaz de
apresentar o problema na sua dimensão real à opinião pública. Essa dimensão deveria ser óbvia. Todos precisam de comida e bebida e
também de roupas, combustíveis e outros bens produzidos com
matérias-primas fornecidas pelo campo. Para entender a importância do
debate basta olhar para uma mesa coberta com arroz, feijão, picadinho,
pão e cerveja. Mas é preciso considerar também os efeitos da produção na
qualidade do ar e das águas e na condição das florestas. Os dois
conjuntos de valores são essenciais para o bem-estar, mas faltou mostrar
essa verdade simples à maior parte dos brasileiros. Também nisso o
governo falhou vergonhosamente.
Mas o governo tem falhado também, e há muito tempo, na aplicação das
normas ambientais já disponíveis. A ação oficial vem sendo
lamentavelmente ineficaz, há muitos anos, e isso tem facilitado abusos
de todo tipo, praticados tanto por grupos com muito dinheiro quanto por
pequenos produtores e até por assentados. Isso não é segredo. A grande produção brasileira é realizada por uma agricultura
comercial eficiente, moderna e, de modo geral, comprometida com a
preservação dos recursos naturais. Não interessa a esse tipo de produtor
o esgotamento de terras. Desde 1991 a produção brasileira de grãos
cresceu 173%, enquanto a área plantada só aumentou 52%. Isso foi
possibilitado pela incorporação de tecnologia e pela adoção de boas
práticas. Ganhos notáveis de eficiência ocorreram também nas culturas
permanentes e semipermanentes e na produção animal.
A agropecuária brasileira foi capaz de, ao mesmo tempo, baratear a
alimentação para o consumidor nacional e produzir grandes volumes de
combustível de origem vegetal. Outros países foram incapazes de realizar
essa combinação. Além disso, o campo tem sido a principal fonte do
superávit comercial do País, um fator indispensável à segurança e à
estabilidade da economia. A discussão do Código Florestal foi dificultada por um falso conflito
entre produção e preservação. Regras ambientais são necessárias, sim, e
o Código recém-aprovado é muito melhor do que as normas em vigor em
outros países. A presidente deveria convencer-se disso e cuidar do
futuro, sem pensar em fazer bonito para ONGs estrangeiras na Conferência
Rio + 20.
Editorial publicado hoje no Estadão
15 comentários
O problema da imprensa é que ela costuma ter posições na maioria das vezes correta nos editoriais mas as manchetes de capa e os destaques das versões online são matérias que insistem no erro de falar em anistia para desmatadores e outros erros deste tipo.
ReplyVou dar uma dica para os ruralistas, tem que falar a lingua do povo!!!Tem que dizer "Se a Dilma vetar o código florestal,vai faltar arroz e feijão no seu prato e voces vão ter que comer arvore e folhas.Ou então:"estão proibindo os agricultores de plantar".Vai faltar comida na sua marmita.
ReplyPADRE CORAJOSO
ReplyO Ministério Público Federal de São Paulo ajuizou ação pedindo a
retirada dos símbolos religiosos das repartições publicas.
Pois bem, veja o que diz o Frade Demetrius dos Santos Silva:
Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de
São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições
públicas…
Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A
Cruz deve ser retirada!
Aliás, nunca gostei de ver a Cruz em Tribunais, onde os pobres têm
menos d ireitos que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas
e compradas.
Não quero mais ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é
a moeda mais forte.
Não quero ver, também, a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde
os pequenos são constrangidos e torturados.
Não quero ver, muito menos, a Cruz em prontos-socorros e hospitais,
onde pessoas pobres morrem sem atendimento.
É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não
abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças, das
misérias e sofrimentos dos pequenos, dos pobres e dos menos
favorecidos.
Frade Demetrius dos Santos Silva.
* São Paulo/SP
Depois de tanto vilipendiar os agricultores e atacar o projeto do novo CF o Estadão edita uma opinião sincera e sensata.
ReplyOntem no programa Entre Aspas a Monica perguntou: será que ela tem cacife político para vetar? Depois de duas derrotas no Congresso é improvável.
A grande maioria das ONGs exigem o veto TOTAL ao novo código florestal, tornando o veto muito difícil.
Para os produtores seria bom que houvesse o veto total, pois vetos podem ser derrubados.
Com uma base ´aliadada´ que derrotou o governo duas vezes, o veto pode ser derrubado.
Se o governo cumprir sua parte, os produtores farão a sua e teremos um futuro muito melhor, para todos nós.
Muito bom isto. Já não era sem tempo dos jornalões largarem mão de rezar pela cartilha dos PicareTas do onguismo vagabundo e pernicioso; da PaTetinha da floresta, Marina Silva e de todos os demais coiós fanáticos que sequer conhecem o interior do Brasil, e muito menos as atividades rurais. Vagabundos que hoje se arrogam defensores do meio ambiente e criminalizadores de quem produz alimentos também para abastecer seus rúmens, nunca plantaram um pé de repolho, jamais chegaram perto de uma vaca ou sequer sabem diferenciar uma pereira de um pé de canabis sativa, planta produtora daquela ervinha tão conhecida nos meios ongueiros como maconha... Ainda acho pouco esse Editorial do Estadão, mas ele ao menos já está sinalizando uma tendência em direção contrária em relação a o que víamos até ontem. Espero que também as Organizações Globo calibrem seus veículos noticiosos pela realidade e não mais pela falácia vagabunda dos ongolóides PicareTas e do marinismo tosco e ignorante do verdadeiro sentido de um ambientalismo saudável e não contaminado pela burrice e pelos intereses escusos de organizações de além-fronteiras...!
ReplyExcelente editorial do Estadão!
ReplyBoa mensagem à presidenta!
Ela não tem que fazer bonito na Rio+20 com os ongolóides. Ela tem de cuidar do futuro de todos os brasileiros.
Chris/Sp
Depois do artigo do Rodrigo Mesquita, agora editorial do Estadão, e é melhor do que nada. Mas não é fácil.
ReplyConfirma-se o previsível e aquilo que é uma constante de décadas na área ambiental: ou os ongatunos ganham ou os ongatunos ganham, não há meio termo, uma vez que não existe maneira neste mundo de se conformarem.
O fascismo verde tem que se impor exatamente como planejam e querem, a ferro e fogo. Eles aprenderam com os nazistas, os primeiros verdes. Ademais, eles recebem por isso, eles são pagos para isso.
A vontade da sociedade não interessa para os ecofascistas, o posicionamento do poder político eleito, que eles desprezam, não importa, salvo quando a favor deles.
Se perdem nas pesquisas e no voto, recorrem ao tapetão, onde contam com centenas de representantes dos minihistéricos públicos a lhes dar guarida e assumir a causa. E com o STF do jeito que se encontra, pfiuu... é melhor sempre esperar pelo pior.
Mas vamos lá, sempre lutando e desentocando os vermes, um dia pode ser que a maioria acorde.
Depois do artigo do Rodrigo Mesquita, agora editorial do Estadão, e é melhor do que nada. Mas não é fácil.
ReplyConfirma-se o previsível e aquilo que é uma constante de décadas na área ambiental: ou os ongatunos ganham ou os ongatunos ganham, não há meio termo, uma vez que não existe maneira neste mundo de se conformarem.
O fascismo verde tem que se impor exatamente como planejam e querem, a ferro e fogo. Eles aprenderam com os nazistas, os primeiros verdes. Ademais, eles recebem por isso, eles são pagos para isso.
A vontade da sociedade não interessa para os ecofascistas, o posicionamento do poder político eleito, que eles desprezam, não importa, salvo quando a favor deles.
Se perdem nas pesquisas e no voto, recorrem ao tapetão, onde contam com centenas de representantes dos minihistéricos públicos a lhes dar guarida e assumir a causa. E com o STF do jeito que se encontra, pfiuu... é melhor sempre esperar pelo pior.
Mas vamos lá, sempre lutando e desentocando os vermes, um dia pode ser que a maioria acorde.
Ciente da gravidade do instante histórico que a nação atravessa, a bem do interêsse público teço aqui um comentário:
ReplyO Supremo Tribunal Federal é o Guardião da Constituição. Em assim sendo, faça cumprir, para conter a maxi-desvalorização brutal do real em 10%, de fevereiro até agora, amparada na muleta de vergonhosos 11% de inflação corroendo todos os salários, aposentadorias e pensões, em todo o território nacional.
Em decorrência, o salário mínimo decretado em 1 de janeiro, no montante de R$ 622,00 vale hoje apenas R$ 491,38. Ou seja, 21% a menos do que valia em 1 de janeiro do corrente ano.
concordo com o anonimo 11:09..
Replyo marketing dos "ruralistas" eh muito ruim...
quase igual a tragedia de comunicação que eh o PSDB...
Enquanto os ongolpistas combatem quem trabalha, produz e os interesses do País, eles se arrumam assim, ó:
ReplyA triste fraude do projeto Tamar: AGU pede bloqueio dos bens da entidade
http://t.co/LVUPWiPH
Fraude no Projeto Tamar põe em risco 30 anos de um sério trabalho científico
http://t.co/VMUqx3RH
Saiba o que a Fundação Pró-Tamar disse sobre as acusações de fraudes e irregularidades administrativas
http://t.co/93poqsv0
A VERDADE QUE O PT NÃO MOSTRA NA TELEVISÃO
ReplyEm março, governo teve o maior gasto da história com pagamento de juros
BRASÍLIA - Os gastos com juros nas contas do setor público em março somaram R$ 21,037 bilhões, o maior valor da história. Essa quantia corroeu toda a economia que o governo tinha feito anteriormente, o que resultou em um déficit nominal de R$ 10,595 bilhões no mês. O dado foi divulgado pelo Banco Central, nesta sexta-feira, 27, e mostra que o esforço para o pagamento de juros da dívida, o chamado superávit primário, foi insuficiente para pagar a dívida junto aos detentores de títulos brasileiros.
Data venia, bravíssimo Coronel. Permita-me então uma fuga do texto, mas creio que não do pretexto. Em O Globo, Ilimar Franco cravou, e cravado está: "Adversários no passado, eles se aproximaram durante o governo Lula e, agora, a CPI do contraventor Carlos Cachoeira está unindo ainda mais os ex-presidentes Collor e Lula. Eles estiveram juntos e estão em linha direta, trocando impressões por telefone. Lula e Collor têm objetivos comuns na CPI e pretendem fazer um acerto de contas com setores sociais que hostilizaram seus governos..." Lula e Collor, uma parceria que se harmoniza também na arrogância, na grosseria e mais que isto, na ausência quase total de inteligência lógica nos escassos neurônios que cada um dele possui. Ambos querem "acertar contas" com o passado e com a imprensa. Os dois passaram a vida plantando montes "daquilo" por onde andaram; foram apanhados sem calças e agora querem montar no segundo maior esquema de corrupção que o Brasil já viu - o primeiro lugar ainda é do mensalão lulo-delúbio-valeriano -, buscando lavar suas biografias sujas e fedorentas. Pretextam aproveitar a investigação das falcatruas do esquema Delta-Cachoeira para dividir suas ancestrais porcarias com os outros. E por "outros", caríssimos, entendam a oposição e a "mídia"...
ReplyA imprensa, salvo honrosas e poucas exceções, acorda e se levante pelo lado esquerdo da cama, colocando primeiro o pé esquerdo no chão.
ReplyE a grande maioria deles possui as quatro patas esquerdas...
Essa porra louca, inflada pelo maior corrupto da história, para se locupletar na presidência e continuar garantindo as benécies para a cunpanheirada, está feito cego em tiroteio, só que no caso a tronxa é a própria cega, atira pra todo lado sem noção nenhuma, consegue acertar quase todos os tiros no próprio pé! Parece também "biruta de aeroporto" , vai pro lado que a bandidada sobra mais forte. Imagina se ela lá sabe o que está vontando, com certeza não tem noção da abrangência do Código Florestal, o que é bom pro Brasil, sua incompetência só lhe permite enchergar o que é mais vantajoso pra quadrilha da qual faz parte. Na campanha o que mais alardeou foi que o Serra privatizaria o patrimônio do povo e privatizar era um crime. Grande cínica. Hoje a fdp está privatizando até a mãe, fazendo tudo que condenou na campanha.
ReplyEssa é a mau carater que o povão burro elegeu para presidir o Brasil. Bem, se ignorante soubesse o que faz, estaria vivendo dignamente do próprio salário e não se venderia por um bolsa familia!