Leia aqui o post escrito ontem. E, abaixo, a matéria publicada hoje na Folha de São Paulo.
Sob o efeito da rebelião em sua base de sustentação no Congresso, a
presidente Dilma Rousseff já ameaça vetar o Código Florestal caso os
deputados forcem a aprovação de um texto que não seja de agrado do
Planalto. A bancada ruralista pressiona para que o projeto seja votado logo, mas
Dilma já avisou que não tem pressa e trabalha para que a votação fique
para depois da Rio +20. A aprovação, à vésperas da conferência mundial sobre ambiente, do texto
que os ruralistas querem poderia representar constrangimento
internacional para o governo. O veto presidencial poderia, assim,
neutralizar as críticas dos ambientalistas.
Os líderes dos partidos no Congresso definirão amanhã quando o assunto
será posto em votação. Segundo fontes do governo, há opções em estudo
para evitar novos confrontos com a base. O código atual poderia ser ajustado às necessidades dos pequenos
agricultores por meio de três decretos -já prontos para edição- para
flexibilizar regras de recomposição de áreas desmatadas. O decreto que suspende multas a desmatadores, que vence em 11 de abril,
poderia ser prorrogado mais uma vez, até que se forme consenso na Câmara
para aprovar a íntegra do texto do Senado, tido por Dilma como o
meio-termo possível entre ruralistas e ambientalistas.
Os ruralistas dão sinais de que entenderam o recado. O deputado Moreira
Mendes (PSD-RO), líder da bancada, acenou ontem com a possibilidade de
aceitar o texto do Senado, se este for incorporado ao parecer do relator
na Câmara, Paulo Piau (PMDB-MG). Piau apresentou na sexta-feira parecer
que desfigura o texto do Senado, mas disse que é sujeito a mudanças. "Todos votamos com o relator, não importa o que ele traga", disse
Moreira. Segundo ele, porém, deputados insatisfeitos com o texto do
Senado podem destacar itens para voto em separado -um risco para o
governo.
Nesta semana, a prioridade do governo na Câmara é pôr em votação a Lei
Geral da Copa. O novo líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), crê
que a votação está "razoavelmente costurada". Segundo o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), a discussão sobre a
venda de bebidas alcoólicas nos estádios da Copa de 2014 não está
pacificada em sua bancada. A bancada evangélica é contra essa parte do
texto. Em meio à crise, o Planalto terá que monitorar comissões que analisam
matérias polêmicas. Uma delas é a emenda constitucional que transfere do
Executivo para o Congresso a decisão sobre demarcação de terra
indígena.
A medida provisória que institui a política nacional de proteção à
defesa civil perderá a validade se o Senado não a analisar até quarta. O
Planalto ainda arrisca não emplacar duas indicações para a ANTT
(Agência Nacional de Transportes Terrestres). Por fim, Dilma pode ver o PR apoiar a criação de uma CPI para investigar
irregularidades na Casa da Moeda ou no BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social).
1 comentários:
Então veta, Dona Dilma, e assine seu empeachment.
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