Num gesto que explicitou o racha no tucanato paulista, a bancada de deputados estaduais do PSDB divulgou ontem documento em que faz apelo pela candidatura do ex-governador José Serra à Prefeitura de São Paulo. O texto, assinado por 21 dos 22 deputados, defende o cancelamento das previas, marcadas para 4 de março. "Acreditamos que um homem público da qualidade de José Serra, (...) amplamente testado e aprovado pela população paulista nas urnas, não tem que disputar prévias internas do partido", diz a nota, assinada pelo líder da bancada tucana na Assembleia paulista, Orlando Morando. Desde que a possibilidade de Serra entrar na disputa municipal voltou a ser cogitada, as direções municipal e estadual do PSDB passaram a ser pressionadas pelos pré-candidatos da sigla -Andrea Matarazzo, Bruno Covas, José Aníbal e Ricardo Trípoli.
A ação dos quatro postulantes fez com que os presidentes municipal, Julio Semeghini, e estadual, Pedro Tobias, reagissem. Tobias, que também é deputado estadual, divulgou nota afirmando que "enquanto houver mais de um postulante" as prévias do PSDB são "um fato consumado". Ele também ressaltou não ter preferência por nenhum dos nomes colocados no cenário. Na resposta de Tobias à nota dos deputados está implícita a possibilidade de que haja uma solução política, comandada pela cúpula do PSDB, para a disputa na capital. Hoje, incentivadores da candidatura de Serra são unânimes ao afirmar que cabe ao governador Geraldo Alckmin comandar o processo de desarmamento das prévias com os pré-candidatos. Por enquanto, os quatro mantêm a disposição de concorrer na disputa interna, mas serristas acreditam que Alckmin demoveria com facilidade Andrea Matarazzo e Bruno Covas, ambos secretários de seu governo, o primeiro na Cultura e o segundo no Meio Ambiente. As maiores dificuldades estariam em tirar da disputa o secretário estadual José Aníbal (Energia) e o deputado Ricardo Trípoli, a quem, acreditam, teriam de ser oferecidas compensações em troca da retirada das candidaturas.
Os deputados estaduais planejam pedir um encontro com Serra para manifestar pessoalmente seu apelo.Há ainda a expectativa de que Serra e Alckmin conversem durante o Carnaval sobre a disputa na capital. Apesar de reconhecerem que não faz o estilo do governador agir incisivamente para debelar as prévias, alckmistas acreditam que, se ele estiver certo da disposição de Serra, unificará o partido para a entrada dele na disputa. Alckmin deseja definir sua estratégia até o fim deste mês. Atualmente, há duas saídas principais cogitadas pelos aliados de Alckmin: um lado defende o cancelamento sumário das prévias, enquanto outro acredita que o melhor caminho é trabalhar pela vitória de um pré-candidato e depois negociar apenas com ele a saída para a possível candidatura Serra.(Folha de São Paulo)
4 comentários
"... teriam de ser oferecidas compensações em troca da retirada das candidaturas."
Replycomo assim, Bial?
então não estão nas previas apenas pelo inabalável espirito democrático que cultivam?
o discurso eh sempre pomposo, invocando igualdade, espirito cívico, desprendimento e democracia...
ai por debaixo dos panos querem uma "compensação"?
Essa gente é muito engraçada.
ReplySendo o Serra o líder que indiscutívelmente é, porque simpleswmente não disputar as prévias??
Ele simplesmente arrasaria os outros e com isso dignificava a sua candidatura.
Por outro lado, se for para a candidatura a partir do cancelamento das prévias, estará dando munição para o PT gastar a vontade na campanha inteira.
Definitivamente, o PSDB é um balaio de loucos e imbecis.
Coronel,
ReplySó resta mesmo o psdb adotar um mico como emblema, porque o "tucano" que representava a legenda foi roubado pelo PT e está lá no planalto vestido de vermelho como um petista, implantando as idéias do psdb, muito mal e porcamente, como se fossem projetos petista. E os politicos do psdb não atacam nem combatem os ladrões. Porque será?
Para o Trípoli, dada a sua importãncia eleitoral, a compensação será uma bicicleta e uma passagem de ida (só de ida) para o Acre.
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