O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não só abriu mais espaço que seu antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso, a militantes partidários nos cargos comissionados como privilegiou o PT na distribuição dessas vagas, preenchidas sem concurso público. Já os filiados a partidos de oposição não tiveram lugar entre os comissionados no governo Lula. Pesquisa da cientista política Maria Celina D'Araujo, da PUC-RJ, mostra que, na gestão de Lula (2003-2010), 12,6% dos ocupantes de cargos de Direção de Assessoramento Superior (DAS) eram filiados a partidos políticos, proporção quase duas vezes maior que os 6,5% da administração tucana (1995-2002). Na elite dos cargos comissionados, os DAS-6, a proporção de filiados chegou a 38% no governo do petista, ante 20% do tucano.
Para Maria Celina, a presença de servidores filiados a partidos políticos não é, por si só, um ponto negativo. "O que faz a diferença é como os governantes e os dirigentes a quem a burocracia se reporta vão usar a máquina pública. É deles a responsabilidade. No governo Fernando Henrique houve preocupação em mandar apurar irregularidades. O presidente Lula teve uma posição de contemporizar com os malfeitos, que a presidente Dilma não tolera", disse ela. Segundo o Ministério do Planejamento, há 22 mil ocupantes de cargos DAS no governo. A elite da categoria são os 1.050 funcionários DAS-5, com salário de R$ 20.266,73 mensais, e os 217 DAS-6, que ganham R$ 22.801,67. Há ainda 53 cargos de natureza especial (NES), com salário mensal de R$ 22.801,67.
Entre os comissionados com filiação partidária do governo Lula, 40% eram do PT. Na gestão Fernando Henrique, 20% dos comissionados com filiação partidária eram do PSDB e a mesma proporção era do PMDB, partido que pertencia à base do tucano, migrou para o governo Lula e agora ocupa a Vice-Presidência com Dilma Rousseff. Não havia filiados ao PSDB entre os comissionados do governo Lula, ao passo que, no governo FHC, 10% de ocupantes desses cargos de confiança eram petistas.
"De maneira explícita nota-se uma distribuição mais equilibrada entre os partidos da base no governo FHC. O PT, na oposição, teve uma fatia de cargos de confiança semelhante à de partidos da base como o DEM e o PP. O dado confirma nossa hipótese de que no governo do PSDB não houve uma política de exclusão partidária, pelo menos entre os partidos eleitoralmente mais expressivos naquela ocasião. No governo Lula, a concentração de filiados ao PT foi alta entre as nomeações para os cargos de dirigentes públicos ou para o ministério", diz Maria Celina no estudo "PSDB e PT e o Poder Executivo", publicado pelo Departamento de Sociologia da PUC.
A pesquisadora comparou a lista de comissionados com a relação de filiados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em estudo anterior, publicado no ano passado, Maria Celina mostrou que 46% dos ocupantes de cargos DAS no governo Lula eram filiados a sindicatos. A professora ainda não concluiu a comparação com a gestão FHC. O estudo divulgado agora apontou também a presença significativa de servidores públicos entre os filiados do PT, o que não se repete entre os militantes tucanos. "O PT já está dentro da máquina pública, é o partido de referência dos funcionários públicos. O PSDB é mais ligado às elites", afirma a professora. A proximidade do PT com o funcionalismo público, onde são altos os índices de sindicalização e partidarização, é uma das razões para a presença maciça de petistas nos quadros federais.
Em entrevista a Maria Celina, FHC afirmou que "o PSDB não se caracteriza como um 'partido demandante', ou como um partido de militância, o que permitiu ao seu governo ter mais margem de ação para empreender uma administração cooperativa com os demais partidos". Na avaliação de Maria Celina, "a maior concentração de petistas no governo de Lula derivaria desse aspecto militante e mobilizador do PT, que historicamente foi bem-sucedido na aproximação com os movimentos sociais e com os servidores públicos". Segundo ela, o Brasil "tem o melhor funcionalismo da América Latina". (Do Estadão)
Para Maria Celina, a presença de servidores filiados a partidos políticos não é, por si só, um ponto negativo. "O que faz a diferença é como os governantes e os dirigentes a quem a burocracia se reporta vão usar a máquina pública. É deles a responsabilidade. No governo Fernando Henrique houve preocupação em mandar apurar irregularidades. O presidente Lula teve uma posição de contemporizar com os malfeitos, que a presidente Dilma não tolera", disse ela. Segundo o Ministério do Planejamento, há 22 mil ocupantes de cargos DAS no governo. A elite da categoria são os 1.050 funcionários DAS-5, com salário de R$ 20.266,73 mensais, e os 217 DAS-6, que ganham R$ 22.801,67. Há ainda 53 cargos de natureza especial (NES), com salário mensal de R$ 22.801,67.
Entre os comissionados com filiação partidária do governo Lula, 40% eram do PT. Na gestão Fernando Henrique, 20% dos comissionados com filiação partidária eram do PSDB e a mesma proporção era do PMDB, partido que pertencia à base do tucano, migrou para o governo Lula e agora ocupa a Vice-Presidência com Dilma Rousseff. Não havia filiados ao PSDB entre os comissionados do governo Lula, ao passo que, no governo FHC, 10% de ocupantes desses cargos de confiança eram petistas.
"De maneira explícita nota-se uma distribuição mais equilibrada entre os partidos da base no governo FHC. O PT, na oposição, teve uma fatia de cargos de confiança semelhante à de partidos da base como o DEM e o PP. O dado confirma nossa hipótese de que no governo do PSDB não houve uma política de exclusão partidária, pelo menos entre os partidos eleitoralmente mais expressivos naquela ocasião. No governo Lula, a concentração de filiados ao PT foi alta entre as nomeações para os cargos de dirigentes públicos ou para o ministério", diz Maria Celina no estudo "PSDB e PT e o Poder Executivo", publicado pelo Departamento de Sociologia da PUC.
A pesquisadora comparou a lista de comissionados com a relação de filiados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em estudo anterior, publicado no ano passado, Maria Celina mostrou que 46% dos ocupantes de cargos DAS no governo Lula eram filiados a sindicatos. A professora ainda não concluiu a comparação com a gestão FHC. O estudo divulgado agora apontou também a presença significativa de servidores públicos entre os filiados do PT, o que não se repete entre os militantes tucanos. "O PT já está dentro da máquina pública, é o partido de referência dos funcionários públicos. O PSDB é mais ligado às elites", afirma a professora. A proximidade do PT com o funcionalismo público, onde são altos os índices de sindicalização e partidarização, é uma das razões para a presença maciça de petistas nos quadros federais.
Em entrevista a Maria Celina, FHC afirmou que "o PSDB não se caracteriza como um 'partido demandante', ou como um partido de militância, o que permitiu ao seu governo ter mais margem de ação para empreender uma administração cooperativa com os demais partidos". Na avaliação de Maria Celina, "a maior concentração de petistas no governo de Lula derivaria desse aspecto militante e mobilizador do PT, que historicamente foi bem-sucedido na aproximação com os movimentos sociais e com os servidores públicos". Segundo ela, o Brasil "tem o melhor funcionalismo da América Latina". (Do Estadão)
8 comentários
Análise equilibrada. Tirando quando falou que o FHC mandava apurar, pois o que eu vejo desde a época do Sarney é a apuração ser pautada pela imprensa.
Replynenhuma surpresa!
Replyeh o velho Gaga C de sempre apaixonado pelos petistas...
eh o velho Gaga C de sempre que toma pernada da turma todos os dias e "gama" cada vez mais..
Engraçada essa cientista política Maria Celina... Devem ser verdadeiros os números que apresenta; até porque mostram como a democracia se deteriorou no governo Lula. Porém, ela não consegue disfarçar a petralhice da pesquisa "isenta". Diz ela:
Reply"O presidente Lula teve uma posição de contemporizar com os malfeitos, que a presidente Dilma não tolera"
É MESMO ???
PALOCCI SAIU POR QUE QUIS... LUPI E DEMAIS BANDIDOS PRESTARAM GRANDES SERVIÇOS AO PAÍS... A VIDA "PRIVADA" DO PIMENTEL NÃO TEM NADA A VER COM O GOVERNO "DELA"...
Diz ainda: "O PT já está dentro da máquina pública, é o partido de referência dos funcionários públicos.O PSDB é mais ligado às elites. O PSDB é mais ligado às elites".
CLARO. O PT SÓ PODE SER REFERÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS MESMO (embora os funcionários públicos também sejam "elites" ou "ricos" - ou não são? eles só valem para contar no aumento ex-tra-or-di-ná-rio da classe média e dos ricos??). REFERÊNCIA, NÃO PORQUE ELES QUEIRAM , MAS PORQUE ELA ESTÁ LÁ DENTRO DA MÁQUINA, INCRUSTADA COMO CRACA E VIVENDO COMO PARASITA DO DINHEIRO PÚBLICO.
É triste ver FHC continuar, até hoje, louvando o fato de ter passado a faixa a um ex-operário como Lula da Silva.
Mariana
E a TV Cultura quue foi entregue aos petistas pelo Alckimin?
ReplyO há de podre no PSDB para o governador fazer isso?
Ou o partido é traíra mesmo?
Dizer que FHC facilitou a vida de petista em seu governo, é pura fofoca.
ReplyAqui em SPaulo, a bandidagem petista sempre esteve em todas as repartições públicas. A maioria dos médicos funcionários públicos eram petistas, assim como serventes dos postos de saúde, escolas, hospitais, pronto socorro etc.
O FHC nunca deixou de ser pilantra, e o verme lula foi eleito por plataforma dele, CANALHA.
ReplyFHC: nunca gostei dele. E agora deu para defender as drogas: o PT, Dilma e a maconha!
ReplyPassou dos 80 anos e perdeu o rumo de vez. Já não gostava dele, com tudo isso passo a sentir completa indiferença pela sua pessoa.
FHC sempre foi suspeito.Mesmo assim eu sempre votei no PSDB e finado PFL, até a eleição de 2010. Foi a última de fato, CANSEI...
2010 foi meu limite! Não voto mais no PSDB, estou órfão de um partido genuíno de direita neste país.
O que há ai é lixo completo! Hoje, o PSDB está capturado por um certo senador dúbio e escorregadio, capaz de abraçar petistas e tocar fogo em colegas tucanos. Durma-se com um barulho destes! Para mim um partido destes não dá mais!
O PSDB é esquizofrênico, agora deu para golpear a si mesmo, incapaz de fazer uma oposição de fato aos petistas. Estamos num mato sem cachorro.Da forma como está o PT ficará 20 anos no mínimo no poder.
O DEM, há muito deixa a desejar, é um partideco capacho, a reboque dos desequilíbrios orgânicos do PSDB. Perdeu o rumo, está se desidratando dia-a-dia, partido fraco com pseudo-lideranças medíocres.
O PPS é uma piada de mau gosto. E fundado por um carreirista de marca maior: o comunista Roberto Freire...grande piada tosca!
Penso que há um enorme potencial para um partido que de fato abrace as bandeiras econômicas liberais e de liberdades como em von Mises.
Hoje, temos algumas lideranças de direita: Katia Abreu, Demóstenes Torres. Se houver mais alguma que postem aí...
Vou anulando voto e tocando a vida do jeito como as coisas estão...PSDB nunca mais na vida!
Fico com a colega Mariana!
Reply"O presidente Lula teve uma posição de contemporizar com os malfeitos, que a presidente Dilma não tolera"
É muita petralhice numa frase só. A Governanta não tolera tanto "os malfeitos" das criançinhas... digo ministros... que boa parte dos ministros exonerados pela imprensa... foram... exonerados pela imprensa!
Alguns tiveram até moção de apoio da cupanheirada!
Quanto ao FHC mandar apurar. Outro exagero!