Previdência pública tem deficit de R$ 50 bilhões e PT não tem R$ 25 bilhões para Saúde. Querem uma nova CPMF.

A presidente Dilma Rousseff pediu ontem aos líderes de partidos aliados no Congresso que não votem a Emenda 29 - proposta de emenda constitucional que regulamenta os gastos com saúde nos três níveis de governo (federal, estaduais e municipais), tramitando na Câmara dos Deputados - e tentem encontrar uma nova fonte de recursos para o setor. "A presidente Dilma Rousseff foi clara hoje: tem certas votações que não resolvem o problema. Então é muito melhor abrir o debate. Se você votar apenas a regulamentação da Emenda 29 sem discutir de onde virão os recursos é votar para aparecer na foto apenas", disse a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que foi ao Congresso para negociar uma solução. 

Segundo ela, esse foi o debate que a presidente fez com as centrais sindicais e líderes e presidentes de partidos políticos da base aliada em reuniões pela manhã no Palácio do Planalto. "Ficaria contraditório um esforço pela economia com o aumento do superávit e na contramão o Congresso aumentar os gastos. Tem que ter sintonia", afirmou Ideli. A ideia do governo é tentar aprovar outro projeto na Câmara e enviá-lo ao Senado, já com a nova fonte de financiamento, que será fruto de uma "ampla discussão" com governadores e parlamentares. Algumas ideias já estão sendo debatidas, como vincular os recursos dos royalties do petróleo à saúde. 

A informação causou uma reação entre deputados que elegeram a proposta como bandeira e querem votá-la neste ano. O maior foco de insatisfação foi o PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, que acompanhou o encontro de Dilma com os líderes dos partidos. "Estamos com um abaixo assinado em que 65 dos 80 deputados do PMDB pedem a votação imediata da emenda. Vamos entrar em obstrução se não votar a Emenda 29. Não vamos abrir mão da nossa posição", afirmou o deputado Osmar Terra (PMDB-RS), um dos líderes no Congresso do movimento pró-Emenda 29. Ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, ele avalia que "a presidente está mal assessorada sobre o assunto": "O projeto não aumenta os gastos da União." 

Para tentar conter os insatisfeitos, o Palácio do Planalto começou a traçar uma estratégia para convencer a base a adiar a votação da Emenda 29. Nos próximos dias, deve haver reunião entre os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Saúde) com deputados e senadores para discutir uma solução. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também deve se reunir com parlamentares para explicar a situação econômica interna e externa e por que seria melhor não aprovar o projeto como está.

A cúpula do PMDB também se reuniu ontem para verificar o que fazer com os seus prováveis dissidentes. Temer chamou ontem o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), para elaborarem uma estratégia comum: colocar ministros em campo para explicar tudo o que se refere ao assunto. Na reunião do Conselho Político, na qual Dilma e Mantega apresentaram aos líderes e dirigentes partidários da base aliada as novas medidas de enfrentamento da crise econômica, a presidente disse que, mesmo que a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS, a nova CPMF) fosse aprovada, no âmbito da Emenda 29, a arrecadação prevista com esse novo imposto (cerca de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões) não seria suficiente para resolver os problemas da saúde. 

De acordo com o Ministério da Saúde, seria necessária injeção de R$ 20 bilhões a R$ 25 bilhões. Na reunião de ontem, Dilma criticou o movimento em defesa da saúde, que, embora sempre tão combativo, agora não quer brigar para ter essa nova fonte de recursos. A presidente disse aos líderes que tentou encontrar no orçamento recursos para a saúde, mas não conseguiu.(De O Globo)

7 comentários

Ou seja para os amigos tudo para o povão nada, cada dia que passa perco mais a esperança de um dia voltar a viver em um país de gente decente e honesta acima de tudo ao contrario desse povo que vive a troco de migalhas, um país em que até a oposição se vende, quem sabe um dia isso tudo mude até não chegar esse dia vou continuar fazendo papel de palhaço.


''CIRCO BRASIL AQUI VC É O PALHAÇO''

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O que tem a ver o déficit do RPPS com a história Coronel?

Muito se fala do Déficit da previdência como se os servidores fossem marajás, mas se esquece que a contribuição previdenciária a que estes se sujeitam é também muito maior. Enquanto um trabalhador da iniciativa privada paga 11% de contribuição até teto do INSS, os servidores pagam sobre a remuneração inteira.

Nunca se menciona na discussão que este déficit existe pois foi adotado o regime de fluxo de caixa, onde as contribuições pagas pelo servidor não são acumuladas e seu rendimento utilizado para o pagamento da aposentadoria, como seria o correto, ao invés utilizam-se as contribuições dos ativos para o pagamento dos inativos, o que por questões demográficas e atuariais obviamente acarreta um grande problema.

Este déficit também é consequência da má administração e de desvios recorrentes. E SIM, os servidores antigos FAZIAM jus a benefícios discrepantes, o que contribui para o déficit mas isto já foi corrigido (vide as EC 20/98 e 41/2003) e os novos não contam mais com estas regalias.

Façam as contas, os 11% da remuneração sobre o salário inteiro, e não sobre o limite do INSS como os demais trabalhadores, que o servidor paga como contribuição previdenciária, custeia sim uma aposentadora integral em um plano de previdência qualquer, basta procurar um simulador e conferir. Façam as contas para um servidor que comece a carreira no serviço público, contribuindo os 35 anos para o RPPS, que isto será sempre verdade.

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Cel
Ora, ora, ora, aonde já se viu dar dinheiro p/ saúde e tirar da corrupção? Não, não, não, queremos é dinheiro sobrando p/ a corrupção. Que o povão morra nos Hospitais, aliás, como a tempos vem acontecendo. Vergonha!
Esther

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Como querem sanear a previdência, se eles desviam recursos? e a MALDITA da CPMF, que pouca coisa foi pra saúde, mas sim para os petralhas desviarem ajudando seus comparsas.

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Acho que sou burro.... mas será que os R$ 20 bi que precisam não são menos que o gasto com o TREM (FANTASTA) BALA (NA NUCA DO POVO).

Não tem dinheiro para Saude e tem para TREM...

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O Dinheiro da Saúde está embutido nos impostos que todos pagam (A MAIOR CARGA TRIBUTÁRIA DO PLANETA). Basta priorizar a área.

Tem dinheiro pra mordomias de deputados e senadores, pro trem -bala, para obras da Copa e das Olímpíadas, pra sustentar o terrorista Battisti, para Ongs e Oscips, para cooptar movimentos socias e culturais, pra bolsa família, pro BNDES financiar obras em outros países, pra pagar pensão para presidiários, pros cartôes-corporativos, para aumentar o preço da energia de Itaipu paga aos paraguaios, pra usina de Belo Monte, para kit gay que foi pro lixo, para livros do MEC com erros de português, para manter 39 ministérios, para criar cargos em comissão para petistas, paras criar cargos de chefia e direcão em instituições federais de ensino... E POR AÍ VAI...

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Um trabalho para a ministra...

http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/se-maria-do-rosario-esta-desocupada-eu-lhe-arranjo-uma-ocupacao/

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