Não se iludam: Marina Silva está a serviço de outro ambiente, muito longe do Brasil.

O Código Florestal e a questão nacional

ALDO REBELO

Os foros internacionais, como a OMC, são um palco por demais ostensivo para que os agentes dissimulem seus verdadeiros interesses
"Se vós não fôsseis os pusilânimes, recordaríeis os grandes sonhos que fizestes por esses campos..." (Cecília Meireles, "Romanceiro da Inconfidência"). O longo e difícil debate acerca da reforma do Código Florestal Brasileiro colocou em destaque, ainda que de forma não suficientemente explícita, a velha e boa questão nacional. De um lado, a lógica dos que associam a conservação e reprodução da natureza aos interesses do Brasil funda-se na simbiose entre ambiente e desenvolvimento. De outro, a bandeira do conservacionismo é travestida de subordinação dos interesses nacionais a um movimento que se apresenta asséptico, puro e altruísta na defesa da preservação da Terra, mas que na verdade tem na retaguarda protagonista que surgiu na humanidade desde que o homem superou a barbárie e começou a trocar mercadorias: o general comércio.
A grande disputa se dá hoje no campo no ambientalismo. Os foros internacionais, como a Organização Mundial do Comércio e seus ciclos de negociações, como a empacada Rodada Doha, são um palco por demais ostensivo para que os agentes dissimulem seus verdadeiros interesses.

As posições têm de ser claras e duras, tangenciadas unicamente pela busca das mesmas divisas monetárias que orientam as cúpulas ambientais. Nenhum país vai a essas reuniões disposto a chancelar resoluções que limitem o seu desenvolvimento. Daí porque o interesse comercial tem de extrapolar esses foros, que são tão limitados, e tomar a forma de partidos cosmopolitas que seduzam os corações e as mentes, apresentando-se como despidos de interesses nacionais e trajando o figurino de preocupação com o futuro da humanidade.O movimento ambientalista assim se robustece como o maior fenômeno ideológico dos nossos tempos. Seu campo fecundo é a realidade que de fato clama por um programa de uso inteligente dos recursos naturais do planeta.

Mas o pano de fundo é o interesse comercial, que, por não poder assim se expressar, assume a roupagem de uma nova utopia que engaja quem não aderiu ou mesmo quem se desiludiu com antigas propostas de efetiva transformação do mundo. Que engajamento mais nobre, universalmente humanitário, poderia pleitear além da defesa de um planeta limpo e saudável? É evidente que, para as ONGs internacionais, pouco importa o percentual de reserva legal ou a metragem de mata ciliar, já que em nenhum país tais reivindicações constam de suas plataformas ou de suas preocupações.

O Brasil perdeu mais de 23 milhões de hectares de agricultura e pecuária, em dez anos, para unidades de conservação, terras indígenas ou expansão urbana. Acham pouco. Querem escorraçar plantações de mais de 40 milhões de hectares e plantar mata no lugar. Quem não concorda é acusado de "anistiar" desmatadores, num processo de intimidação que acua almas pusilânimes no governo e na sociedade. Quebraram a agricultura da África e do México com subsídios bilionários. Pensam que podem fazer o mesmo por aqui. Será?

ALDO REBELO, 55, jornalista, é deputado federal pelo PC do B de São Paulo e autor do projeto do novo Código Florestal Brasileiro, já aprovado pela Câmara dos Deputados.  E-mail: dep.aldorebelo@camara.gov.br

9 comentários

Como é que eles vão destruir plantações e plantar mato no lugar? Com que adubo? Ora, isso é fácil: com pedaços do cérebro. Tais massas encefálicas, só podem fazer medrar ervas daninhas.

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Acho que está na hora de dar um basta a respeito da Marina Mógno Silva. Estão valorizando excessivamente a gazela raquítica do norte. Ela não vale o que come. Ela representa a expressão mais nojenta do passado, do presente e do futuro do PT, não vale um p. Deixa ela babar pelo canto da boca sozinha.

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Olá Coturno
Como a Mato Silva está fazendo um abaixo assinado contra o Código Florstal, porque não se faz um com quem estiver a favor?

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Coronel,
Continue firme em sua luta contra os vigaristas verdes, os mal intencionados pseudo defensores da natureza e os ecochatos em geral. Além das safadezas muito bem ilustradas no artigo acima do Aldo Rebelo, se ocupam de coisas ridículas, como conseguir que não mais se iluminasse a Pedra da Gávea, no Rio, pois a luz estava incomodando os morcegos que por lá residiam.
Combatem sem trégua a agricultura moderna, que usa fertilizantes e defensivos agrícolas e que propiciou um enorme aumento da produtividade, baixando preços e viabilizando o regular abastecimento dos grandes centros urbanos. Ontem mesmo, ouvi na CBN um desses idiotas recomendando que a população consumisse sucos de vegetais e frutas frescas - até aí tudo bem! - mas desde que fossem feitos somente com produtos orgânicos. E acrescentava: "porque se vocês fizerem com vegetais ou frutas produzidos com ferilizantes ou defensivos, vocês vão estar tomando sucos de agrotóxicos, ou seja, veneno". Mas o desonesto não teve a coragem de dizer que os chamados orgânicos são adubados com bosta de boi, cavalo ou de outros animais e que as 14 mortes registradas na Europa em consequência da recente epidemia provocada por escherichia coli - bactéria encontrada nas fezes dos animais - tiveram sua origem em uma plantação de orgânicos na Alemanha. Note bem, Coronel, para que esse tipo de bactéria tenha ocasionado 14 mortes, é fácil imaginar a monumental diarréia que tenha provocado em milhares ou mesmo milhões de europeus. Mas sobre isto não vi um único comentário dos sérios, honestos e virtuosos verdes. São realmente uns safados que sabem muito bem fazer a cabeça dos milhares de inocentes úteis que os apoiam.

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Ontem havia num destes canais B, tipo Record, CNT ou outros, um debate sobre o novo Código.
Parei para ver, um deles era um sujeito do Greenpeace do Brasil.
É sério? Claro que não.
Os outros tb eram ongueiros entreguistas.
Aliás, como diria Olavo de Carvalho, antes as ONG do que seu próprio país.

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A marina é uma barata, e deve ser tratada como uma barata.

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Coronel,
acabei de ter uma idéia.É uma idéia,que trabalhada,estudada,detalhada,poderá ser posta em prática.
POR QUE coturneiros todos,(ou quantos topassem a idéia),não fazemos uma "field trip"?Ou seja,ir "in loco" e tentar conhecer a região,e falo aquí mais exclusivamente da Serra Raposa-Do-Sol? Conhecer aquele território?
Esta idéia saiu,porque EU gostaria de chegar até lá;porque EU gostaria de ver os vários lados da questão,e daí então,tirar conclusões próprias;
NÃO SOU AGENTE DE VIAGENS-apenas alguém,que talvez esteja na hora de voltar à região(morei em Manaus/Belém,e andei por lá)
Creio que deveríamos estudar bastante a região,tempo melhor do ano(climaXdisponibilidade de férias)
Ler muito vários artigos nacionais e estrangeiros sobre toda a região(de pontos de vista conflitantes,também)
Traçar cuidadosamente um traçado da viagem;cada um seria,óbviamente;
responsável por suas despesas;
disposição aventureira(gostar dos imprevistos/dormir em rede/conhecer e tentar comidas diferentes,muitas vezes "weird";
Fazer um diário da viagem,que depois poderia servir como "closure" da experiência;aguentar o calor e umidade;ser vacinado contra malária...
Coronel,é uma idéia.Por em prática,exigiria uma organização,e imagino que TERÍAMOS que manter uma anonimidade,para não dar muniçaõ ao inimigo.
Tempo disponível?Talvez uns 12/15 dias,imagino.
Money?Não seria como ir até o Guarujá,mas é possível elaborar uma viagem com bastante desconto,principalmente as passagens aéreas.(tem vários sites )
Que tal? Todp projeto começa com o primeiro passo,e pode muitas vezes parecer maluco,mas não vejo por que não!
Deixo um e-mail para possíveis contatos(embora creio eu,que eu não preciso ser a coordenadora...)É começar a trabalhar na idéia,e ver os desdobramentos.

gabimosil@gmail.com

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Aldo anda mesmo inspirado nos textos.

Ele não teria como levar para uma audiência pública, via convocação, os 'dirigentes' das principais ONGs ladras das riquezas nacionais, GreenPeace, WWF e a laranja deles SOS Mata Atlântica, e perguntar por que não estão fazendo o memso na Europa? Perguntar na cra dura, porque não estão obrigando a retirada de tudo que está plantado e construído juntos às margens de rios, lagos, encostas? Por que ninguém pergunta pra essa corja, em rede nacional, por que não forçam a Holanda a desfazer o aterro que gerou território roubado do mar? Fotos não faltam, documentação de imagens em fotos e em tempo real de satélites, por que não pedme explicações pela omissão? Se o mimi é 'não queremos que vocês façam como eles, repetindo os erros', não cabe a réplica 'se eles não precisam refazer, reconstruir o que está feito, por que nós devemos'? Por que ninguém diz na cara deles, em rede nacional, que são meros agentes estrangeiros roubando as riquezas nacionais?

Não temos guerra de certo e errado em ambientalismo; temos uma guerra midiática e ela nada de braçada em oceanos de muita grana.


¬¬

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Coronel, veja o que o Senador pelo Amapá João Capiberibe escreveu no twiter em 14 de junho corrente, ele que conhece bem a Marina Silva:

@joaocapi joão Capiberibe
"Marina não aceita a anistia aos desmatadores, eu também não, mas devo lembrar que infelizmente ela aceitou a legalização dos transgênicos".

"As sementes transgênicas foram contrabandeadas pela fronteira da Argentina, introduzidas criminosamente no Brasil, depois legalizadas".

"Confesso que tenho um enorme carinho por Marina, ao mesmo tempo uma grande frustração, ela não se posicionou sobre nossa cassação".

Interessante, não acha? Essa dos transgênicos, então....

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