Código Florestal: Aldo Rebelo simplesmente acaba com Miriam Leitão.

Miriam Leitão e a sombra da vara torta

*Aldo Rebelo

Em dois artigos recentes, a jornalista Miriam Leitão voltou ao tema do Código Florestal: acusou o debate de medíocre, talvez olhando no espelho as colunas que escreve, repetiu ataques pessoais ao relator e lançou as ameaças do apocalipse caso a legislação atual seja tocada. Nenhuma palavra sobre o fato de um decreto presidencial manter suspensa parte da legislação em vigor e as multas decorrentes dela, exatamente em razão dessas normas deixarem fora da lei quase 100% dos pequenos e médios agricultores do País.

Miriam Leitão sabe que a essência desse debate não se situa em torno de Reserva Legal e metragens de proteção de rios, e que seus amigos do Greenpeace estão se lixando para essa questão no resto do mundo. Estão preocupados com baleias na Argentina ou golfinhos em algum oceano do planeta. Os temas da Reserva Legal e Área de Preservação Permanente sequer são encontrados nos parlamentos ou na mídia dos países que financiam e acolhem as ONGs internacionais que aqui atuam com a desenvoltura que não se conhece por lá.

Área consolidada – Se pesquisasse minimamente, a colunista não diria que o projeto de reforma do Código Florestal “criou a figura da “área rural consolidada”, uma expressão traduzida da inglesa “consolidated area” e que se tornou uma categoria do urbanismo e das ciências do meio ambiente para nomear zonas urbanas ou rurais já ocupadas intensamente pelo homem.

Pequenos x grandes – Ao negar que o projeto privilegia os pequenos proprietários (4,3 milhões em um universo de 5,2 milhões), a colunista ignora que só a eles se destina a isenção de recuperação da Reserva Legal, que permanecerá a existente na propriedade até 2008. Aos pequenos, a exigência de Reserva Legal nos termos atuais, significa custo incompatível com sua renda e brutal confisco da terra já minúscula que utilizam para a sobrevivência e produção de alimentos. 

Anistia – Quando pergunta se “é a lei que joga na ilegalidade ou quem desrespeita a lei que entra na ilegalidade?”, a resposta deve ser dada pelo conselheiro Acácio: qualquer lei com efeito retroativo joga na ilegalidade quem agia dentro da lei. Todos sabem, ou deveriam saber, que não há crime sem lei anterior que o defina. A minha proposta não anistia crimes ambientais como diz Miriam Leitão, apenas copia o decreto em vigor que suspende multas até a regularização das propriedades. É bom insistir que a lei trata como “criminosos” todos aqueles que estavam na legalidade e que dela foram retirados por portarias, medidas provisórias e resoluções do Conama.

Definições técnicas – A colunista ironiza a linguagem técnica das definições utilizadas no projeto. Não sabe que é da boa técnica legislativa descrever os institutos de forma inequívoca, sem permitir ambiguidades. Daí a lei ter de fixar com exatidão o que é Reserva Legal, APP, Restinga, Vereda, para que, neste último caso, por exemplo, um colunista açodado não confunda uma fitofisionomia específica com um bolero mexicano nem com várzea de rio, acepção que também encerra em algumas regiões do País. “Ainda bem que li Guimarães Rosa, senão jamais saberia o que é uma vereda,” diz a colunista. Se leu Sagarana, deveria saber que “sapo não pula por boniteza, mas porém por precisão.”

Interesse social – Em ato falho, a colunista repudia a inclusão da “produção de alimentos” no instituto do “interesse social”. Se a produção de feijão, arroz, milho, mandioca, trigo, soja, carne, hortifrutigranjeiros não for de interesse social, o que será? Interesse social é boicotar a segurança alimentar do povo brasileiro? É importar feijão-preto da Argentina, arroz da Ásia, mandioca da Nigéria? Interesse social seria obrigar um severino do Nordeste, onde metade das propriedades têm menos de cinco hectares, a destinar boa fatia de seus sete palmos de terra à proteção de um riacho que escorre na chuva, quando chove, e some na estiagem? Interesse social é fazer uma lei linear para todos os diferentes biomas do território nacional e impor que as propriedades de cinco hectares sigam as mesmas exigências das que têm 10.000 hectares?

Faço tais considerações em atenção aos leitores, pois, nesse assunto de veredas, sei muito bem que tortuosidade natural não se corrige. É preciso reconhecer que as ideias de Miriam Leitão têm lastro em grandes intelectuais como Thomas Malthus, aquele que achava que não havia lugar para os pobres no banquete da natureza. Foi duramente atacado por Marx que qualificou a ideia do monge inglês de “libelo contra a raça humana”; e ironizado por Engels que escreveu que para Malthus o mundo já estaria superpovoado quando tinha um único habitante. O Clube de Roma, uma ONG de magnatas do primeiro mundo retomou a teoria segundo a qual a natureza já estava esgotada por eles e que os pobres passassem a poupar energia. A mesma coisa proclama Al Gore no panfleto A Terra em Balanço. Não discutem o consumo conspícuo das nações ricas, mas o direito dos pobres a almoçar, jantar e cear.

Presto esses esclarecimentos sem a ilusão de mudar os conceitos de Miriam Leitão, pois no caso sigo o provérbio português, ao nos ensinar que “não se endireita a sombra da vara torta”.

*Aldo Rebelo é deputado federal (PCdoB-SP), relator do Código Florestal, presidiu a Câmara dos Deputados e foi Ministro de Relações Institucionais no governo Lula

24 comentários

Gal. Leonidas "De Esparta"

Chuuuuupaaa! Leitoa, ops! digo, Leitão... Háaa! tanto faz é tudo da mesma "vara" e ainda por cima TORTA KKKKKKKK.....

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de novo?...ahahaha

ela nao se cansa de tomar surra?

quando eu li esse artigo da madame, acho que semana passada, sabia que iria tomar mais uma sova de lógica...

ela não aprende, se meteu de novo a falar sobre o que não sabe e sobre o que nao leu...

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M. Leitão perdeu o momento de admitir que embarcou em canoa furada (o que pode ocorrer com qualquer um a qualquer momento da vida) e, desse modo, preservar seu pretígio junto ao seu público. Mas nâo. Como bem assinala Barbara Tuchmann no seu livro "A Marcha da Insensatez", no momento decisivo ela opta por desqualificar um trabalho sério e exemplar de um parlamentar comunista (destaco esse adjetivo por achar que, de um adorador de Enver Hoxa e sua progressista Albânia, não pudesse sair idéia que prestasse. Engano meu.), isso a despeito da opiniâo dela sobre a questão. Sem mencionar que ela deve aos seus leitores um "erramos" ou então que ela indique onde estão sustentadas suas opiniões. A Folha de São Paulo já admitiu que errou nesse aspecto. Falta M. Leitão. Será que ela terá coragem para tanto?

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Quando Miriam Leitão crescer, ela deverá trocar o nome para Miriam Porca.

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Pois é, pois é.
Quem fala o quer, ouve o que não quer.
A "leitoa" papuda levou um ferro quem sabe aprende a ficar de boca fechada.

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Chupa que é de uva! Se é prá falar besteira é minhôca lá!

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Caro coronel
O pior nessa história toda é começar o dia ouvindo o essa senhoria falando e entendendo sobre tudo.Tem opinião formada sobre tudo."Uma gênia!" Sou mais a metamorfose ambulante do Raul Seixas que, de leitão, não tinha nada. Muito menos de burro, tal qual. É mais uma boca cheia de dentes escancarada. Só isso!

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cezac de bernô mod

... ela deve estar legislando em causa própria, ou seja, deve estar cavando uma boquinha na DilmaNews

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Essa leitão é feia pra kcte! E chata pra kralh..

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Xii... essa Mocréia, uma das mulheres mais feias da TV brasileira, que nem já usou todo tipo de penteado prá ver se melhora a fachada levou uma invertida legal.
Nunca gostei muito do Aldo, mas que o homem tá "safo" nesse negócio de Código Florestal, isso tá! Só abre a boca quando tem certeza, tudo muito bem embasadinho.

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Texto bastante esclarecedôr.Um sério aviso a nação brasileira.Tem mais, entre os conselheiros desse governo está;"O imperador bolivariano" e os irmãos castro.

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Pergunta : o que é o clube citado por Aldo Rebelo ???

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Gosto muito da Miriam qdo ela se limita a falar de economia, mas ela tá com a bola muito cheia e tá se achando dona da verdade, mudou de comentarista de economia para militante ambientalista.
Menos Miriam, menos.... volte a falar no dia a dia só sobre economia!

Gino/SP

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Ô Miriam, vc bem que podia dormir sem essa. hahahahahaha!!!!

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Sim, Miriam Leitão virou ambientalista e não é de hoje. Comprou a causa aquecimentista, especializou-se em economia de baixas emissões de carbono e como uma adolescente (só nas atitudes) universitária, só fala bobagens.

Não importa que as experiências na Espanha e no Reino Unido tenham demonstrado recentemente que a energia eólica com altos subsídios governamentais seja inviável.

Essa senhora é intragável.

Depois que aprendeu todo o jargão ambientalista, só faz repetir os mesmos mantras.

Convido os leitores deste excelente blog a meditar sobre a conveniência de secretarias de "mudanças climáticas" e afins que neste momento estão a articular-se no Ministério do Meio Ambiente. Isso tudo está mais para PAJELANÇA com o dinheiro público.

RM - Fpolis.

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Coronel,
fica difícil não tachar essa moça de vendável. Simplesmente por um motivo obvio, ela não é incompetente. Melhor explicando para a petralhada que lê o nosso blog, sim assim posso chama-lo, porque essa "jornalista" ou é incompetente ou é desonesta. Como acredito que não seja desonesta então ...

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Essa Miriam é muito besta,só publica bobagens.Ja o deputado Aldo Rebelo é um cara realmente inteligente e muito honesto,buscou o conhecimento da realidade de nossos agricultores e produziu um texto bem equilibrado.E eu, que pensava que todo comunista fosse necessáriamente burro!!! Mas o Aldo provou que é muito inteligente e acho que por isso, logo vai ser expulso do pc do B

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Não sei o que é mais engraçado: Esse blog elogiando o Aldo Rebelo ou o deputado comunista em questão cumprir o dever que deveria ser da oposição.

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Ao comentário das 19:02: "Clube de Roma - Criado em 1968, por um grupo de estrategistas do Establishment oligárquico reunido na OTAN e seu "braço civil",a OCDE, com o apoio financeiro de várias fundações oligárquicas, como a Ford, Rockefeller e outras. Seu objetivo primário é a difusão da ideologia dos "limites ao crescimento", objeto de uma série de relatórios publicados a partir de 1972. Desde a sua fundação, tem sido um dos principais integrantes do "Estado-Maior" do movimento ambientalista." ("A máfia verde,o ambientalismo a serviço do governo mundial", Capax Dei Editora Ltda., RJ, 2003, 6a. ed., pág.101)

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Essa Miriam Leitão é casada com um "ambientalista" da CBN 10 mais jovem que ella.

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quem inventou essa porra de profissão de ¨ambientalista ¨essa merda não existe no cbo.

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Coronel

Recebi um link interessante para votar a favor de uma participação maior da sociedade na votação do Novo Código Florestal Brasileiro.
Tem informações excelentes.

Tem um video que mostra em números a importância dos agricultores na vida desta nação.

O link para o vídeo é:
http://www.youtube.com/v/aoiP-WK3V8o?version=3

O link para o ter uma participação maior nesta quetão é:
http://www.participabrasil.com

Coturneiros, vamos inundar ós políticos de cada estado com o nosso voto a favor do novo Código Florestal Brasileiro.

Se depois de ver o vídeo, alguém ainda for contra o novo código, ou é idiota, ou tem apenas 1 neurônio. Porque se tiver 2 neurônios, votará a favor.

General Maximus Decimus Meridius
Curitiba-PR

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Fatality!

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Ao ler o texto, senti, por Miriam Leitão, aquilo que se convenciona chamar "vergonha alheia".

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