Que futuro pode ter o DEM?

Hoje tem convenção do DEM. O que dizem os jornais? O prefeito da maior cidade do país, São Paulo, Gilberto Kassab, não deve ir, porque teme ser hostilizado pela Juventude do DEM, segundo declarações do presidente do partido, Rodrigo Maia. O vice-governador do maior estado do país, Guilherme Afif  Domingues, não estará presente, pois não foi convidado. O ex-candidato à vice-presidência da República, Indio da Costa, está sendo francamente hostilizado pela atual direção do partido. Em jogo, hoje, o comando da legenda. Ao que tudo indica, mesmo que o senador José Agripino Maia signifique uma espécie de consenso, o DEM continuará nas mãos de gente que não tem voto, como, por exemplo, o candidato derrotado ao senado pelo Rio, César Maia. E o pior de tudo: em vez de assumir de vez a sua independência, já que as eleições de 2014 para presidência da República estão perdidas, só restando saber se para Dilma ou Lula, o DEM caminha para os braços de um traidor das oposições, chamado Aécio Neves, um político jovem por fora e velho e carcomido por dentro, que faz o pior tipo de política no Brasil.  E os alckimistas, com a sua genialidade, ajudam a empurrar Gilberto Kassab para o buraco, tratando-o como um "erro de Serra". Claro, o "erro de Serra" derrotou Alckmin na prefeitura paulista e, depois, no tempo certo, ajudou a eleger o nosso chuchu governador de São Paulo. Ou, com sinceridade: se Kassab trabalhasse contra Alckmin, ele teria sido eleito no primeiro turno por aquela baixíssima margem de votos?

Em todo o segundo mandato de Lula, a única vitória da oposição foi liderada pelo DEM: o fim da CPMF. Num país com uma carga tributária de quase 40%, o partido conseguiu mobilizar o eleitorado contra 0,38%, o que mostra que basta levantar a bandeira certa para ter sucesso. Outra bandeira está nas mãos do DEM, que pode unir o país em torno de um objetivo: a aprovação do Código Florestal, liderada pela senadora Kátia Abreu. O DEM, hoje, tendo em vista a derrota anunciada da oposição em 2014, deveria estar buscando um projeto próprio, lançando uma Kátia Abreu à presidência da República, para confrontar Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff(PT), desligando-se de uma vez por todas do tucanato e abrindo espaço para o surgimento de um partido efetivamente liberal no país. Se uma candidata que defende que o povo passe fome debaixo de uma árvore, sendo contra que o agricultor plante trigo, milho e alface faz 20 milhões de votos, quanto não faria uma candidata que bota comida na mesa dos brasileiros?  No entanto, que futuro pode ter o DEM se "extirpa" quem tem voto e popularidade? Virar um partido nanico, na mão de Aécio Neves? Não seria mais lógico que as idéias sobrepusessem os nomes e os projetos personalistas,  colocando o programa do partido acima de tudo, respeitando o eleitor antes das conveniências de meia dúzia?