Artigo do deputado federal Gustavo Fruet(PSDB-PR), candidato derrotado ao Senado e sem mandato a partir de janeiro, publicado hoje no jornal Folha de São Paulo:
O resultado das eleições permite algumas avaliações de imediato e suposições de longo prazo. No que diz respeito à oposição, o primeiro ponto a destacar é que levar a eleição para o segundo turno representou uma vitória, contrariando pesquisas e analistas que davam a disputa por encerrada no primeiro. O resultado mostrou o fôlego da oposição, que fez 44% dos votos e estabeleceu entre os dois candidatos à Presidência diferença que é a menor das últimas três eleições. Os dois principais partidos da oposição, PSDB e DEM, saíram fortalecidos das eleições estaduais. Governarão dez Estados, que concentram 52% do eleitorado. O PSDB foi o principal vencedor -com oito vitórias- e terá quase metade (47,5%) do eleitorado sob sua administração.
O cenário, entretanto, é mais complexo. Não custa lembrar que Lula iniciou seu primeiro governo em situação semelhante, com a oposição governando 11 Estados, que representavam 58,95% da população. Também cabe observar a desproporção entre a votação de Serra no segundo turno e a representação da oposição no Congresso. Enquanto Serra teve 43,95% dos votos válidos, a oposição terá em torno de 20% da Câmara e 25% do Senado Federal. Vislumbram-se dois caminhos, no primeiro momento: o estabelecimento de um polo não de oposição, mas de poder, como alternativa futura, reunindo os governadores e a liderança de Aécio Neves e de Serra. No Congresso, a formação de bloco, pois, pela primeira vez nos últimos 20 anos, a oposição não terá número para propor CPIs e barrar emendas à Constituição, e só o PSDB terá o número regimental para liderar obstrução, instrumentos próprios da disputa parlamentar.
Não se deve esperar postura de combate dos governadores, não só pelo perfil deles, mas pela natureza da função. Esse papel deve ser feito no Congresso, a partir de alguns parlamentares com perfil combativo, firmando posição em momentos críticos e em votações de temas polêmicos e/ou importantes. Outra estratégia é apostar em erros gerenciais ou políticos do governo, na expectativa de baixa popularidade ou dissenso na base. É a aposta na inércia! E a história recente já provou o erro. O PSDB deverá arcar ainda com outra consequência do resultado eleitoral: a redução da bancada acarretará diminuição do tempo de TV para as eleições de 2012. Com isso, pode-se entrar em um ciclo "desvirtuoso". Se prevalecer o pragmatismo dos arranjos locais, o partido deixa de lançar candidatos para se coligar com outras forças. Como consequência, perderá espaço nas eleições de 2014, o que poderá diminuir mais a bancada.
Essa é uma das restrições para se pensar em fusão: a lógica local tende a prevalecer. E um partido não cresce só pela soma dos projetos pessoais e regionais. Por isso, é preciso ir além da atuação na arena parlamentar. O PSDB não pode simplesmente reagir à agenda do governo; o partido deve ter a capacidade de ganhar capilaridade e de dialogar com a sociedade, mesmo com setores hoje vinculados ou até cooptados pelo governo. Provocar o debate e dar profundidade a ele, entendendo que política se faz com identidade.
22 comentários
Discordo desse ponto de vista sobre os governadores. Acho que eles podem - e devem - formar um forte grupo dentro da frente de oposição. Eles podem influenciar as bancadas dos repectivos estados no congresso nacional, especialmente a do PMDB.
Replypois eh, mais uma oportunidade para a oposicao propagar e "propagandear" o fato positivo e ela não o faz...
Replyobtiveram sim uma expressiva votação e não vem ao caso agora se todos votaram em Serra pela bela cor dos seus olhos ou não...
Serra era o candidato da oposicao e as pessoas só tinham essa escolha...eh assim que a coisa funciona...
o que tem que ser entendido ai eh que as pessoas votaram CONTRA o Lula e suas bandalheiras diárias, o que eh muito mais importante do que votar em candidato de oposicao A, B ou C...
mas estão fazendo como o resultado das eleições o mesmo que fizeram com as reformas e conquistas do governo Fernando Henrique, estão a escondendo no armário! de novo!!!!
esse resultado era para ser espalhado e divulgado como uma bela vitoria, tendo em vista a deslealdade absoluta que reinou do outro lado...
mas o imediatismo dos políticos brasileiros faz com que a vitoria dessa batalha passe a impressão que perdemos a guerra...
e vejo muitas pessoas falando que os maus se sobressaem porque os bons se omitem...
Replyvejam o caso do Fruet...
esse eleitorado esquizofrênico, que vive diariamente reclamando e clamando por um pais mais decente, parece que fez questão de deixar um politico como Fruet de fora do Congresso pelos próximos 4 anos...
Foi pensando assim que o PSDB foi parar onde parou, minguando e minguando cada vez mais. Esse comportamento leva o eleitor a crer que se trata de oportunistas que nada tem a oferecer.
ReplyCel
ReplyNunca houve Oposição!
Sempre existiu ACORDÃO.
Palavras do FHC quando do MENSALÃO:
"Eu não estou aqui para ver o PT se arrebentar. O Brasil precisa de partidos que tenham uma certa história, e o PT tem."
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente
2005
Maior exemplo do que este não existe!
Átila
A informação de que a oposição governará 10 estados está errada.Governará 11 estados.Faltou incluir o Amazonas onde o PMN, partido coligado ao Serra, fez o governador.Portanto corresponde a 53,966%, ou arredondando, 54% do eleitorado nacional (e não 52%).
ReplyE o pior é que daqui a quatro anos nos enviarão goela abaixo, como único candidato da "oposição", ou o geléia Serra ou o Chuchu Alkmin.
ReplySalve-se quem puder!
A oposição dormiu o tempo todo, agora que tomaram uma cacetada, e perderam cargos, estão tentando achar o culpado. Fácil, olhem no espelho do banheiro de casa.
ReplyCabe aos parlamentares a oposição,e no caso dos estados em que governa a oposição,a tia vai castigar feio.Aí é que o pessoal de São Paulo deveria, talvez, pensar de maneira separatista-caramba!o estado de maior arrecadação,vai viver minguado,na miséria...Brasília vai judiar...
ReplyBom,o PSDB já está acostumado a isto! São anos e anos de governo!Contra anos e anos de desgoverno e descalábrio!
Existe parlamentares e senadores que estão no PSB,PDT,PP,PTB que são oposição independente da legenda, eu mesmo não me filio ao PSDB de minha cidade por serem representantes da pior especie reintero na "minha cidade" (canoas RS).
ReplyMas o PMN do Amazonas apoiou a Dilma, era um apoio fraco, pois o partido nanico mandou liberar os diretórios regionais para apoiar quem quiser.
ReplyAgora, podemos considerar 11 com o Pucinelli, do Mato Grosso do Sul, não?
Apesar de ser do PMDB ele apoiou incondicionalmente Serra, acho que ele pode ser incluido em um plano de governadores da oposiçao.
É impressionante o desfile de divã de líderes das oposições. Gustavo Fruet é um dos bons deputados das oposições, infelizmente sem mandato na próxima quadra. Mas, também, traz essa ladainha de rever posicionamentos, aprofundar tais e tais coisas. Tomara que sem mandato e sem a necessidade de ficar em Brasília, possa desenvolver seus trabalhos no campo, organizando, tematizando, fazendo oposição. Ora, todos pensaram que o PSDB tinha consolidados seus procedimentos, depois de dois governos, presença nacional. Veremos quem será o próximo a dizer as mesmas coisas. Pena. Mas, deve sobrar alguém.
ReplyDialogar com os trabalhadores, para começar, já está sendo uma oportunidade desperdiçada com a questão do SM.
ReplyEsse twitter do Serra, esse site do Proposta e as equipes mobilizadas para a campanha estão sendo instadas a permanecer na ativa pelos eleitores.
O canal está viabilizado pela internet.
E, *#%@ que &¨*$# !!! se isso não é capilaridade, corto meus pulsos já !
Pela combatividade de sempre e pela lucidez do momento, Fruet para presidente do PSDB.
ReplyCORONEL ! Está se instalando em Brasilia um combativo Deputado gaucho do PSDB, Nelson Marchesan Junior.
ReplyDeste joven temos muitas espectativas e esperanças.
Saudações do Extremo Sul.
Não dá para entender que o Dep. Fruet não tenha se elegido.
ReplyParece um pesadelo! Só coisa ruim.
Oposição precisa de união - foi assim que elles chegaram lá...
ReplyQUANDO VAMOS TER O NOSSO TEA PARTY ??? NESTE PSDB NÃO CONFIO DADA A SUA IDENTIDADE COM O PT, SEMPRE AFIRMANDO QUE É DE ESQUERDA, MAIS ESQUERDA DO QUE O PT, COMO DIZIA O SERRA, EM QUEM TIVE DE VOTAR DE NARIZ TAPADO. RESTA UMA BOA PARTE DO DEM, DESDE UE SE ASSUMA COMO DEFENSOR DA PROPRIEDADE PRIVADA, CONTRÁRIO AO GIGANTISMO ESTATAL, DEFENSOR DAS PRIVATIZAÇÕES, DA ECONOMIA DE MERCADO, DA REDUÇÃO DA CARGA RIBUTÁRIA, ADVERSÁRIO DAS CHAMADAS "COTAS" E DAS ESMOLAS FEITAS PELO ESTADO, BEM COMO DO ABORTO E DA UNIÃO HOMOSEXUAL. SERIA UM GRANDE PARTIDO, VVAMOS LÁ KÁTIA ABREU, BORNHAUSEN, ÍNDIO E TANTOS OUTROS.
Replyacho que devemos fortalecer a oposição já nas próximas eleições. acho também que é preciso desmistificar a esquerda, jogando-lhe de volta a conta dos mortos do nazi-fascismo e da eugenia do início do séc. XX.
ReplyCoronel,
Replyo colega 16 de novembro de 2010 13:29 não entende o que aconteceu com o Fruet.
Muito simples. O PT e o PMDB o atropelaram com campanha mais uma vez suja "a la PT" e de rolo compressor em punho elegeram a Gleise Hoffman e o Roberto Requião, chamado vulgarmente/popularmente de "Maria - a louca". Por ser maluco mesmo...
É muito triste pois é um jovem brilhante e honesto.
Espero e desejo que, apesar de não ter cargo oficial atual, ele se estabeleca e no futuro brilhe.
Realmente, o colega das 13:29 tem razão: parece até pesadelo...
Ainda estou em choque e quando acordo de manhã levo um susto e caio em mim: Dilmáldita será nossa presidente e nosso Brasil está afundando...
Coronel
ReplyCoisas de política aqui do Paraná.
Por causa das lambanças de pessoas que vêem apenas o próprio umbigo, o Dep Gustavo Fruet, foi obrigado a concorrer ao Senado (foi para o sacrifício) contra o ex-governador Roberto Requião do PMDB, e contra a candidata do PT - Gleise Hoffmann (esposa do Min Paulo Bernardo). Ambos tiveram o apoio de toda a máquina governamental, do Lula, do dinheiro liberado para as prefeituras que apoiavam os dois. Então ficava muito difícil a vitória. Mesmo assim foram apenas 44 mil votos de distância entre ele e a Gleise. Deixou uma reeleição certa para uma aventura pelo bem do partido. Coisas dos Dias.
Mas não faltará a ele mostrar a seriedade de seu trabalho durante estes 4 anos. E quando voltar, continuará a brilhar como sempre,
e com nosso apoio.
Marcelo de Curitiba.
Gustavo Fruet foi derrotado ao Senado pelo Ibope. Esse instituto andava alardeando que a diferença entre Fruet e Roberto Requião era sempre superior a 20%, a favor da "Maria Louca-comedora de mamona". Pois chegou a contagem dos votos: 24,84% dos votos válidos para Requião e 23,10% para Fruet, com diferença ínfima de 1,74%. Infelizmente há muitas pessoas que não querem votar em quem vai perder. Ciro Gomes falou e está gravado: o Ibope vende até a mãe. E Requião repetia: se quero comprar peixe vou à peixaria, se quero comprar pesquisa vou ao Ibope. Taí o resultado...Desgraçadamente...
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