O presidente bobalhão.

Ahmadinejad deve ter pensado com os seus botões que a brincadeira valia mesmo uma foto, depois que conseguiu, durante vários dias, postergar as sanções que serão impostas ao seu país, tendo em vista a insistência em desenvolver a bomba atômica a qualquer preço. Lula tentou, hoje, comemorar o feito da diplomacia brasileira. Feito? Não, nada feito. Não houve acordo nenhum. O Irã apenas emitiu uma declaração conjunta com Brasil e Turquia comprometendo-se com uma série de pontos, mas insistindo no único ponto que já foi descartado pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica): que o país não enriqueça urânio a 20%. O mundo quer uma declaração assinada e formal, submetida não ao Lula, mas aos organismos internacionais. No final das contas, Lula está dando respaldo aos objetivos belicosos de Ahmadinejad. Está escolhendo um lado apenas para tentar lustrar a sua imagem internacional que, ao contrário, fica cada vez mais arranhada. Ao tentar confrontar os Estados Unidos, também está confrontando a Europa. O mundo ocidental, nestes momentos cruciais para a sua segurança, costuma ficar unido. Eles sabem que não será o Brasil e o seu presidente bobalhão que sofrerão os efeitos de uma guerra nuclear. É uma lástima ver Lula e Ahmadinejad brincarem de fotógrafos, tentando passar um clima para o mundo que não existe na prática. O Irã de hoje é um perigo para os próprios iranianos, perseguidos por uma fortíssima represssão interna. Para o resto do mundo, então, a ameaça é urânio puro. Lula, o bobalhão, só pensa em estar bem na foto.
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Vejam a estupidez do acordo. A Turquia, que receberá o urânio do Irã, não tem capacidade de enriquecimento. Precisará de um país que o faça e todos eles participam do grupo que pressiona o Irã a aceitar as imposições da AIEA. Em outra cláusula, se a Turquia não conseguir cumprir o enriquecimento, deverá devolver o urânio bruto ao Irã. E se este urânio estiver sendo enriquecido em outro país? Leia a matéria no El País, da Espanha, que trata o acordo como "um golpe diplomático" de Ahmadinejad. E um golpe midiático de Lula, com certeza.