O presidente Lula não perde a oportunidade de criticar o TCU, pela paralisação de obras com superfaturamento e outras falcatruas. Lula não diz, mas a alegação é que uma obra parada custa muito mais do que o quê? Do que uns 20% a mais de sobrepreço. No entanto, há muito mais obras empacadas for falta de orçamento do que por falta de licença ambiental ou de um aval do TCU. Levantamento realizado pelo tribunal indicou e publicado pela Folha de São Paulo mostram que obras do governo federal que estavam paradas no ano de 2007 e foram retomadas custaram, ao ficarem prontas, o dobro do que estava previsto.O país tinha há três anos 400 obras federais inacabadas estimadas em R$ 3,3 bilhões. Parte delas era implementada em convênio com Estados e municípios e a paralisação ocorria, na maioria dos casos, por falta de dinheiro do orçamento.No final de 2008, o TCU pediu informações à União e só obteve resposta sobre 206 obras -respostas que foram chegando ao longo de 2009. Destas 206, 29 continuavam paradas, 71 estavam em andamento e 106 foram concluídas. O preço final de 106 obras concluídas entre 2007 e 2009 chegou a R$ 716 milhões. "Os valores aplicados nas obras que atingiram a conclusão se apresentaram cerca de 100% acima dos valores orçados. Tal desvio em relação aos valores inicialmente previstos, em certa medida, decorre de longos períodos de paralisação que acarretaram aditivos de prazo e de valor", diz o relatório do tribunal, feito pelo ministro Valmir Campelo.Em alguns casos, o valor passou a ser quase dez vezes maior, como no caso da "Produção de Moradias no Acre". Em 2006 a obra orçada em R$ 5,9 milhões parou por "problemas de projeto/execução". Em 2009 ela estava concluída, segundo o Ministério das Cidades, ao custo de R$ 50 milhões.Um exemplo citado foi do Dnit. Em 2009, o órgão pediu orçamento de R$ 16,1 bi. Ficou com R$ 8,6 bi, depois acrescidos de R$ 1,1 bi, totalizando R$ 9,8 bi. Mas, ao final do ano, só pode empenhar R$ 7 bi. Para as empresas que fazem as obras chegou apenas R$ 1,1 bi . Ou seja, ao final, menos de 7% do que o Dnit disse que precisava foi efetivamente pago. É esta falta de pagamento que paralisa as obras e causa os prejuízos que Lula credita ao TCU e às autoridades. Na verdade, o que Lula quer é dar o pontapé inicial à obra, para aumentar a famosa "lista de obras", que foi como José Serra(PSDB) denominou o PAC. Quando vai ficar pronto e se vai haver dinheiro, não é problema dele.
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Obras paradas: o custo é causado pela má gestão do governo e não pela fiscalização.
sábado, 24 de abril de 2010 às 09:32:00
1 comentários:
Coronel
ReplySó haverá lisura nas obras publicas no dia em que os responsáveis pelos contratos forem realmente seríos e honestos.
Na verdade acontece o seguinte: A obra é colocada para concorrência com preços aviltados (vide o exemplo de Belo Monte), vence a licitação a empresa que der o maior desconto.
Mas como o preço fixado para a obra já é insuficiente, e os responsáveis pela fixação dos valores sabem disso, já de antemão sabe-se que haverá o famoso "aditivo" e, muitas vezes, as melhores empresas correm da concorrência porque sabem que vão ter que brigar muito para conseguirem o aditivo que chegue ao preço real, como no caso de Belo Monte.
Ai então é que entram as empresas que não tem c..para executar tal empreendimento, e entram já sabendo que irão abandonar a obra tão logo metam a mão numa boa grana e de resto o governo, quero dizer nós, que se f...
Por isso temos centenas de obras inacabadas, rodovias que nunca foram terminadas, paradas a anos, a usina Angra 3 é o maior exemplo recente vitima da famosa "falta de dinheiro".
Em todo essa "rolo" é que os corruptos deitam, rolam e enchem os bolsos.
Isso é o que Serra terá que enfrentar com o PACderme.