Datafolha pesquisou nova amostra, ao contrário da Vox Populi e da Sensus. Quem está certo?

A Datafolha acaba de postar o detalhamento dos municípios onde realizou a sua pesquisa publicada no último sábado. É possível, assim, comparar a amostra utilizada agora com a amostra utilizada em março. Algumas capitais se repetem, mas jamais os mesmos bairros. Algumas grandes cidades se repetem, como São Bernardo do Campo e Guarulhos, por exemplo, mas jamais as mesmas ruas. Nenhuma cidade pequena está repetida nas duas amostras. Pela amostra, podemos inferir que a metodologia apresentada foi respeitada:

A amostra foi estratificada por região geográfica, estado e porte dos municípios. Em cada estrato, num primeiro estágio, foram sorteados os municípios que fizeram parte do levantamento. Num segundo estágio, foram sorteados os bairros e pontos de abordagem onde foram aplicadas as entrevistas. Por fim, os entrevistados foram selecionados aleatoriamente para responder ao questionário, de acordo com cotas de sexo e faixa etária. Os dados utilizados para definição e seleção da amostra foram baseados no IBGE (censo 2000 e estimativas 2009). Os dados relativos a sexo e faixa etária foram: Sexo masculino: 49%, feminino: 51%, 16 a 24 anos 25%, 25 a 34 anos 23%, 35 a 44 anos 20%, 45 a 59 anos 19% e 60 anos ou mais 13%. Ponderação dos resultados: no processamento dos dados foi realizada ponderação referente à proporção de cada cidade na amostra para correta representação das regiões. Está prevista a eventual ponderação para correção nos tamanhos dos segmentos da tabela acima considerando as variáveis sexo e faixa etária. Para as variáveis grau de instrução e nível econômico do entrevistado (renda familiar mensal), o fator previsto para ponderação é 1 (resultados obtidos em campo). Área física: foram realizadas entrevistas em 145 municípios, localizados nas diversas unidades federativas.

A Sensus e a Vox Populi, que repetiram as mesmas amostras, não podem afirmar que utilizaram a mesma metodologia. Elas simplesmente repetiram a mesma pesquisa, pois atuaram sobre a mesma amostra, independente de terem entrevistado ou não as mesmas pessoas. O que elas podem dizer das suas pesquisas é que, naqueles municípios, os resultados estão corretos. Mas uma mesma amostra, utilizada duas vezes, não representa, em hipótese alguma, o universo brasileiro de eleitores. Os analistas têm medo de fazer esta afirmação. Mas deveriam, até porque é uma flagrante ilegalidade mentir para o TSE. E lá está escrito, por ambos os institutos, que a amostra seria aleatória. Não foi. É crime. É fraude. Fim de papo.

2 comentários

Com a palavra o TSE (amordaçado pelo fisiologismo)...

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Tá bom, Coronel, você descobriu toda a maracutaía.

O que fizeram é o mesmo que o IBGE faz entre uma pesquisa e outra, ou seja, utiliza os dados da última pesquisa feita em campo e fazem projeções.

Como a destemperada estava em ascensão, as projeções foram se acercando do candidato preferido, sendo que este lá permaneceu, impávido, assim como também a projeção deste.

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