O PMDB já era.

A estratégia de Lula, em relação ao PMDB, é muito clara. Vai dar corda para o partido se enforcar. Ao ceder espaço em cabeças-de-chapa nos estados, para ter o apoio nacional (que nada mais é do que o tempo de TV), Lula pretende eleger o sucessor. No eventual terceiro mandato, exercido hipoteticamente por Dilma Rousseff ou outro "laranja", dedicaria todo o seu tempo para destruir o partido, assim como fez com o PT. O conflito seria aberto imediatamente após a posse e ninguém duvida, conhecendo-se os tucanos, que tivesse total apoio da turma empenada que acha que a governabilidade deve vir em primeiro lugar. Que não se pense que foi Lula quem inventou o termo. Ele ficou fortalecido em pleno mensalão, quando os covardes decidiram, em vez do impeachment, deixar o Lula sangrar. Hoje, José Genoino, aquele que assinava empréstimos não contabilizados mas "não sabia", é muito claro: "O PT precisa dar prioridade à eleição de Dilma Rousseff à Presidência, em 2010. Para garantir palanques unificados nos Estados, tempo de TV e aliança ampla, o PT deve ceder a cabeça de chapa para o PMDB e outros partidos da coalizão governista onde não tiver candidato viável." Na avaliação de Genoino, "não existe esse negócio de preço alto". A fatura será cobrada mais tarde e não se pode dizer que o fim do PMDB não seja uma grande idéia. O problema é que virá coisa muito pior no seu lugar, algo assim como o socialismo fisiológico.